Hoje já ninguém se lembra mas, no Salão de Genebra de 1969, foi revelado um “concept car” estranho – e, no mÃnimo, inédito. Tratava-se do Pininfarina Sigma Grand Prix e mais não era que o conceito de um monolugar de F1 totalmente seguro. Na verdade, o projecto utilizava mecanismos de segurança que, se nunca tinham até essa altura sido vistos ou colocados em prática, ainda hoje se mantêm activos. A ideia surgiu no seio da revista Revue Automobile, em 1968 – e pretendia a criação de um carro de F1 de segurança máxima.
Recorde-se que, nessa altura, os acidentes mortais em pista eram frequentes e, quase todas as semanas, faziam as manchetes dos jornais um pouco por todo o mundo. Por isso, uma equipa liderada pelo então redactor-chefe daquela publicação, Robert Braunschweig, criou uma “task force”, onde se incluiam nomes como o desenhador Sergio Pininfarina, Ernst Fiala da Universidade Técnica de Berlim, Michael Henderson, médico australiano especializado em acidentes de competição automóvel e Paul Frére, jornalista e ex-piloto de F1. O projecto foi mesmo apoiado pelo próprio Enzo Ferrari, que colocou à disposição da equipa alguns componentes mecânicos do Ferrari F312 de 1967 e tanto a Mercedes como a Fiat participaram como consultores.Oresultado foi um monolugar compacto, de formas diferentes das conhecidas nos carros dessa altura.
O motor era o V12 do F312, capaz de desenvolver 436 cv à s 11.000 rpm e estava colocado na parte traseira do “concept”. Claro que o Sigma nunca rodou em pista, mas esteve este ano de novo em Genebra, por ocasião do centenário da Revue Automobile.