Organização de alto nível em Montalegre

O primeiro Campeonato do Mundo FIA de Ralicross começou da melhor forma, com um grande espectáculo na pista de Montalegre e a uma organização à altura.

Durante vários anos, Lousada assumiu-se como a grande referência nacional no Ralicross mas em 2007 a pista de Montalegre recebeu pela primeira vez o Europeu da modalidade. Desde então, a organização transmontana tem feito um esforço notável para evoluir a sua prova, tanto ao nível das infraestruturas como em termos organizativos, algo que atingiu o apogeu este ano, com a responsabilidade de albergar a primeira prova de sempre do Campeonato do Mundo.

A autarquia de Montalegre fez um investimento inédito na promoção da prova, que começou vários meses antes e que incluiu, por exemplo, a presença de uma avioneta com uma tarja no WRC Fafe Rally Sprint, vários outdoors num perímetro de 150 quilómetros (de forma inteligente, Lousada e várias localidades na Galiza eram alguns dos pontos onde existia publicidade à prova), anúncios em órgãos de comunicação social portugueses e espanhóis, e diversos eventos promocionais antes e durante o evento.

Em termos desportivos, o Clube Automóvel de Vila Real também fez um trabalho competente e que permitiu manter a dinâmica tão característica das corridas de Ralicross (com as corridas a sucederem-se quase sem tempos ‘mortos’), apesar dos naturais incidentes que foram acontecendo. Aliás, os próprios pilotos ajudavam a que o público não esmorecesse durante a fase de retirada de carros acidentados. O jovem norueguês Andreas Bakkerud, por exemplo, fez flexões só com um braço quando saiu do seu Fiesta, levando naturalmente o público ao rubro, e a sueca Ramona Karlsson também concentrou atenções quando fez um corrida de 100 metros pela reta da meta acenando ao público depois de sair do seu Saab acidentado.

Em suma, Montalegre ‘vestiu-se’ de gala e esteve à altura de um Campeonato do Mundo FIA, justificando a sua manutenção entre a elite do Ralicross para 2015.

Foto: Zoom Motorsport – Ricardo Castro e António Silva