OPINIÃO: Preservar e transmitir o Legado de Paulo Pinheiro
Se recuássemos cinco anos no tempo e alguém nos dissesse que estava a trabalhar para fazer regressar a Fórmula 1 a Portugal, muito poucos acreditariam que era possível e um deles, que acreditou, foi Paulo Pinheiro. Foi, pouco depois desse hiato de tempo, que Paulo Pinheiro, CEO do AIA e Ni Amorim, Presidente da FPAK, viram abrir-se uma janela de oportunidade e trouxeram a F1 de volta a Portugal, passados 24 anos, num Grande Prémio que se realizou no fim de semana de 23 a 25 de outubro no Autódromo Internacional do Algarve, em Portimão.
Na verdade, o sonho é mesmo uma constante da vida, e muitas vezes comanda a vida, e há alturas em que sempre que um homem sonha, o mundo pula e avança. Descobriu-se mesmo uma Pedra Filosofal com a vinda da Fórmula 1 para Portugal, que foi um produto do sonho de várias pessoas que viram nascer uma oportunidade, foram atrás dela e concretizaram esse sonho.
Um dia, em fevereiro de 2020, quando se ficou a saber do cancelamento do GP da China, devido ao surto de coronavírus que já se vivia no País, Eduardo Freitas (diretor de Corrida do WEC) telefonou a Paulo Pinheiro (CEO do AIA), que por sua vez falou com Ni Amorim (Presidente da FPAK). O líder do AIA de imediato começou a fazer contactos ‘exploratórios’, Ni Amorim mandou uma carta para a FIA e a partir daí só lhes restava esperar e darem as melhores respostas possíveis às questões que viessem do “outro lado da linha”.
O processo avançou, a Liberty Media e a FIA entraram numa espiral de avanços e recuos e todo este processo teve o seu epílogo com a confirmação da realização do Grande Prémio de Portugal de Fórmula 1 no Autódromo Internacional do Algarve, em Portimão.
A ‘prenda’ dos seus 12 anos, o AIA recebeu-a oito dias antes da data do seu aniversário, (oficialmente o AIA nasceu às 10h40m do dia 2 de novembro de 2008) com a realização do Grande Prémio de Portugal de Fórmula 1.
Quis o destino que Paulo Pinheiro nos deixasse cedo demais, mas poucos em vida cumprem tantos e tão bons sonhos como o que Paulo Pinheiro conseguiu. Um dos últimos foi ver a F1 no ‘seu’ AIA, mas para trás ficaram muitos outros, a começar logo pela ideia e construção do AIA, um projeto de vida que levou a cabo mesmo apanhando várias vezes o Adamastor pela frente…
Muitos acharam o projeto utópico, mas felizmente vão existindo sempre pessoas em Portugal que não “pensam pequenino” e assim nasceu o Autódromo Internacional do Algarve, inaugurado a 2 de novembro de 2008. A crise do ‘subprime’ que rebentou nos EUA colocou problemas complicadíssimos a Paulo Pinheiro e à sua equipa, mas com persistência tudo foram ultrapassando.
Hoje em dia, o complexo é um sucesso, com uma taxa de ocupação quase incrível, que não deixa muitos dias para férias à super-equipa do AIA.
“Tenho um orgulho enorme no que a nossa equipa fez, é um marco a nível mundial”, disse-nos Paulo Pinheiro, aquando da comemoração dos 10 anos do AIA.
Que ninguém duvide: hoje em dia, e já é assim há muito, o AIA é um circuito muito importante a nível mundial, é uma referência, e esse é um legado que Paulo Pinheiro deixa e que certamente será seguido.
A obra grandiosa que Paulo Pinheiro deixa, deve ser vista como um farol que a todos deve guiar em direção a um futuro ainda mais promissor.
Mais do que lamentar a sua partida, celebramos a sublime herança que nos deixou.
Para honrar a sua memória, não basta apenas admirar a sua obra. Devemos encarná-la, perpetuá-la e amplificá-la. Que todos sejamos guardiões da sua chama, transmitindo o seu legado.
Da parte que nos toca, é com profunda gratidão e imensa admiração, que assumimos o compromisso de seguir os seus passos. “Que sejamos todos dignos herdeiros da sua extraordinária obra.”
FOTO AIFA
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