História (resumida) do Drift: das montanhas à pista

Por a 25 Julho 2024 10:10

Decorria a década de 60 quando jovens japoneses popularizaram uma atividade automóvel nas conhecidas montanhas dos arredores de Tóquio. Nascia assim o Drift, uma técnica de condução que envolve deslizar a traseira do carro em curva.

A serpenteante morfologia das serras nipónicas foi propícia ao aparecimento da mais espetacular “arte” de condução automóvel. As “touge”, conhecidas pelos seus traçados sinuosos e escorregadios, foram o palco onde a prática do “drift” se tornou comum.

Das incursões por estes singulares percursos às habilidades em estrada aberta foi um passo, conotando logo desde cedo a atividade com laivos de alguma ilegalidade e irreverência.

Mais ou menos popular entre as autoridades, e restantes modalidades desportivas automóveis, este fenómeno cresceu, atravessou o Atlântico e instalou-se nos EUA e na Europa (em especial no Reino Unido).

Atualmente têm lugar inúmeros campeonatos e exibições em todo o mundo. Estes são por norma realizados em circuitos fechados, e, não necessariamente, pistas ou autódromos, o que contribui significativamente para a popularização da modalidade.

Apesar da conotação desportiva, o ar de ‘espectáculo’ tem impedido algumas competições de serem reconhecidas pelas entidades federativas automobilísticas, num autismo típico de poderes instalados e adversos à evolução.

A modalidade criou alguns ícones como o mestre japonês Keiichi Tsuchiya (“king drift” – o rei do drift) e mais recentemente o falecido norte-americano Ken Block celebrizou-se com as suas radicais manobras em diversos vídeos promocionais.

Evolução e Popularização

Após Takahashi, Keiichi Tsuchiya, um corredor de rua, se tornou um dos principais promotores do drift. Ele começou a praticar a técnica nas montanhas do Japão, o que chamou a atenção do público. Em 1987, num vídeo sobre as suas habilidades, intitulado “Pluspy”, tornou-se um grande sucesso, inspirando uma nova geração de pilotos a adotar o drift como uma modalidade de competição.

Em 1988, o primeiro campeonato de drift foi organizado, consolidando a modalidade como um desporto competitivo. Desde então, o drift evoluiu para um espetáculo, com competições que atraem grandes públicos e são realizadas em circuitos fechados.

Drift Hoje

Atualmente, o drift é uma modalidade reconhecida globalmente, com competições como a Fórmula Drift nos Estados Unidos, onde carros de alto desempenho competem em eventos que testam tanto a habilidade dos pilotos quanto a performance dos veículos. Os carros utilizados variam, mas geralmente incluem modelos com tração traseira, como o Nissan Silvia e o Toyota AE86, além de ‘muscle cars’ americanos.

A cultura do drift também se expandiu para outros países, onde equipas e competições começaram a surgir, refletindo a paixão local pela modalidade. A prática de drift se tornou acessível a um público mais amplo, com uma variedade de carros e configurações utilizadas, além de um crescente mercado de acessórios e peças específicas para a prática.

Em resumo, o drift passou de uma técnica de corrida para uma forma de arte automobilística, com uma rica história e uma comunidade vibrante que continua a crescer e evoluir.

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