Ferrari: não é um superfilme, mas vale bem a pena ver…

Está agora nos canais de streaming, não é um superfilme, mas vale a pena ver, especialmente se é adepto dos desportos motorizados. Mesmo sem ser adepto ‘hardcore’…

‘Ferrari’ é um drama biográfico que retrata a vida de Enzo Ferrari durante um período muito turbulento da sua carreira. O filme explora temas universais de forma complexa e emocional, e apresenta atuações fortes de Adam Driver e Penélope Cruz.

Passado no verão de 1957, com o império automobilístico de Enzo Ferrari em crise, o ex-piloto que se tornou empresário leva a si mesmo e aos seus pilotos ao limite ao se lançarem nas míticas Mille Miglia, uma traiçoeira corrida de 1.600 quilómetros disputada entre o norte e centro de Itália.

A corrida de resistência em estrada aberta, foi criada em 1927 pelos jovens Condes Francesco Mazzotti e Aymo Maggi, realizou-se 24 vezes entre 1927 e 1957, e terminou como a conhecemos fruto dos acontecimentos trágicos da corrida de 1957. Tal como a antiga Targa Florio e, mais tarde, a Carrera Panamericana no México, as Mille Miglia tornaram famosos os ‘grand tourers’ como a Alfa Romeo, BMW, Ferrari, Maserati, Mercedes-Benz e Porsche.

Quanto ao filme, Enzo Ferrari e a sua esposa Laura fundaram a empresa automobilística chamada Auto Construzioni Ferrari em 1947, após a 2ª Guerra Mundial, e no verão de 1957, Enzo Ferrari (Adam Driver) prepara a sua equipa para as Mille Miglia. Pelo meio, enfrenta crises pessoais (morte do filho Dino) e profissionais (dificuldades financeiras). O filme explora temas como família, amor, perda, ambição e redenção.

A expetativa de um filme dirigido por Michael Mann e protagonizado por Adam Driver e Penelope Cruz era grande, mas sabendo o que se tem passado ao longo do tempo com os filmes com base no desporto automóvel, com algumas honrosas exceções, não estava à espera de muito mais.

Não sabia muitos dos pormenores da história de Enzo Ferrari ou da sua mulher pelo que nesse aspeto aprendi muito, sem ficar deslumbrado. É um filme triste, Adam Driver e Penelope Cruz espelham bem o que deve ter sido a vida de Enzo e Laura Ferrari naquela altura, depois da motor do jovem Dino, filho de ambos. O guião podia ser melhor, as cenas de corrida não são más, mas para o que sabemos poder ser feito, ficam muito aquém, o filme embrulha-se um pouco lá pelo meio, mas o fio condutor da história é lógico e coerente. É, no fundo, uma história muito interessante, com personagens também interessantes, pelo que vale a pena ver, sem que crie demasiadas expetativas.