Entrevista a João Lucas, presidente da ECB: “vamos a todas, tudo o que é desporto, nós estamos lá…”

Por a 4 Dezembro 2024 10:27

A Escuderia Castelo Branco é muito mais do que uma organização de automobilismo; é uma força motriz que acelera o desporto motorizado em Portugal. Com décadas de experiência, uma equipa altamente qualificada e um espírito incansável de inovação, a ECB tem conquistado novos horizontes e deixado a sua marca em quase todas as competições sobre rodas neste país.

Desde os circuitos tradicionais aos percursos desafiantes do todo-o-terreno, a ECB não tem conhecido limites. Prova disso foi a sua ousada incursão pelo Oeste, onde construiu do zero uma nova prova de Todo-o-Terreno, reafirmando o seu compromisso em levar a emoção do automobilismo a novos públicos.

No comando desta máquina de sucesso está João Lucas, o presidente da instituição, que partilhou connosco as tendências, desafios e ambições que guiam este clube lendário. Sob a sua liderança, a ECB continua a ser um dos pilares do Campeonato de Portugal de Ralis (CPR), organizando eventos de renome como o icónico Rali de Castelo Branco ou a empolgante Baja do Oeste.

Mas a paixão da Escuderia não se limita aos ralis. Com cerca de 20 eventos anuais, o clube abrange uma diversidade impressionante de modalidades, incluindo karting, enduro, rallycross e mesmo provas de perícia. E o futuro promete ainda mais velocidade: a inauguração de um novo kartódromo homologado para competições nacionais e internacionais aponta para um crescimento robusto na área do karting.

A Escuderia Castelo Branco é uma verdadeira potência do automobilismo português, com uma história rica, uma equipa de excelência e um olhar fixo no futuro. E foi sobre esta jornada de adrenalina e conquistas que falámos com João Lucas, numa conversa que revelou o motor por trás deste extraordinário clube.

Há um ano e meio na presidência da Escuderia Castelo Branco, João Lucas, tomou as rédeas duma estrutura quase única em Portugal entre os clubes organizadores de provas, pois tem oito funcionários que trabalham a tempo inteiro o que em termos nacionais, só tem paralelo no ACP, que está noutro nível de funcionamento.

João Lucas, fale-nos um pouco da ECB…

”A Escuderia é um clube que tem 60 anos, comemoramos 60 anos o ano passado em junho. Temos nesta altura, e já tivemos até mais de 8 funcionários efetivos. Temos o Kartódromo que tem duas pessoas a tempo inteiro. No verão ainda contratamos voluntários, que é quando temos mais atividade…

Relativamente a este ano e meio de atividade, faz dois anos em junho, é um balanço considero muito positivo.

É uma honra presidir a Escuderia Castelo Branco, com todo o prestígio tem, e do seu staff, os clubes não se fazem só de presidentes, os clubes fazem-se de todos, o staff e todos os voluntários, que é a nossa maior riqueza, posso dizer para esta base a Baja do Oeste levamos de Castelo Branco cerca de 160, 170 pessoas.

Temos mais 100, cento e tal pessoas contratadas na zona da prova, desde voluntários e outros a pagar, temos estruturas aqui que obviamente temos de pagar, a colocação de fitas, as setas, o programa, os setores.

E, portanto, como imaginam, isto é muito vasto. A estrutura humana para organizar esta prova, as diversas entidades, segurança privada, staff, posso dizer-lhe que anda na casa dos 500 pessoas, e nós temos cerca de 300 a trabalhar na prova”.

Presumo que seja um desafio enorme, nos últimos anos levaram a Baja para a zona do Oeste com quase 200 pessoas não deve ser nada fácil…

“De fácil não tem nada, mas como já referi como temos efetivamente 8 pessoas, todos eles são profissionais, são pessoas que, grande parte delas estão no clube há muitos anos, e cada um tem as suas tarefas a fazer, a desempenhar, portanto, cada um sabe estar no seu lugar.

À parte de se temos o diretor de prova que está na Escuderia quase desde que nasceu, ou que começou a andar, o Dr. Nuno Almeida Santos, temos o Sérgio Sequeira, que é o homem que está à frente das motos, mas que é um conhecedor absoluto do terreno, o que nos facilita imenso na questão dos percursos. Temos o Dr. Sérgio Serra, que está à frente dos médicos tanto, que os dirige, ele o próprio é médico, e nos ajuda e dirige a equipa médica. Também temos, por exemplo, a Daniela Simões, a pessoa forte dentro da Escuderia, dentro de toda a história da Escuderia…

Organizar uma prova como esta demora meses. Andamos a preparar a prova desde janeiro. Estamos em novembro. Mas não é muito difícil, obviamente tem muitos contratempos que vamos resolvendo, mas sinceramente não é muito difícil para a Escuderia estar aqui ou noutro lado qualquer…”

De qualquer forma, vocês têm provas nos principais campeonatos que se realizam em Portugal. Quer que seja nos ralis…

“Nós temos provas em quase em todas as vertentes, falta-nos uma, vamos ter no próximo ano que é exatamente o Karting, temos uma obra a finalizar, que andou ali pelo meio milhão de euros.

Acho que é um investimento absolutamente extraordinário, embora seja feito pelo Município de Castelo Branco, mas está a terminar. É a única disciplina que nos falta para termos provas nacionais e internacionais porque não tínhamos o Kartódromo homologado…”

Mas o kartódromo já funciona há muito…

“Temos 70 karts, que alugamos todos os dias, fazemos provas, troféus, para empresas, por aí fora, mas não tínhamos a vertente profissional, digamos assim, vamos ter a partir de janeiro, vamos ter homologação, tudo aponta para esse sentido, as obras estão a finalizar e a partir de janeiro também vamos ter. De resto, temos toda a confiança que vamos receber uma prova do campeonato, já para 2025.

Já fizemos este ano Motos, dos juniores até 12 anos, vamos ter o Sprint Enduro no fim do ano, para o Mundial.

Vamos ter Ralicross para o nacional, temos o Rali de Castelo Branco do CPR, o Rali Alitém do Start Centro de Ralis, organizamos umas provas de Perícias, nós vamos mesmo a todas, tudo o que é desporto, nós estamos lá.”

O Rali de Castelo Branco tem décadas CNR/CPR…

“No CPR, com algumas interrupções pelo meio, estamos há mais de 30 anos, todos os clubes e empresas têm altos e baixos, e muitas vezes também, não depende de nós. Há muitos outros clubes a querer organizar provas do campeonato nacional, e bem, todos têm esse direito, pena que não dá para todos…

O Rali de Castelo Branco é de facto a nossa bandeira, mas a Baja Oeste dá-nos mais trabalho, e montar uma Baja no Oeste que é a 200 Km da nossa casa, mais difícil é, mas com a estrutura que temos conseguimos fazê-lo perfeitamente, não estamos em stress, não tivemos problema algum de maior.

Mas é mais difícil organizar a Baja, até porque não é no nosso território do que organizar o Rali de Castelo Branco, São os nossos dois maiores eventos, mas temos na casa dos 20 eventos por ano…”

A ECB está situada numa zona que é muito interessante a vários níveis e imaginemos que vocês eram desafiados a fazer uma prova de ralis para o CPR em terra, continuavam a ter troços fantásticos, porque se eles existem para a Baja e para o Rali Alitém, tenho a certeza que também existiriam para o CPR?

“Sim, se o desafio nos for proposto, obviamente que vamos aceitar. Não temos qualquer problema em organizar provas de terra. Já o fizemos e fazemos nesta altura, com o Rali Alitém. Estamos também à vontade neste terreno…”

E quanto à prova do CPTT da Escuderia em 2025, já há novidades quanto à sua localização?

Estamos a trabalhar nesse sentido, o Oeste está sempre em equação, pois são parceiros com quem a Escuderia gosta de trabalhar. O elevado número de público que nos brinda com a sua presença ao longo de todo o percurso é para nós, muito positivo, garantindo desta forma o retorno mediático e financeiro para toda a economia da zona Oeste. Ainda assim, o processo para a realização da mesma carece da confirmação pelos parceiros do Oeste, com quem estamos a trabalhar, mantendo, no entanto, todas as frentes em aberto.

FOTOS Escuderia Castelo Branco

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