CRÓNICA: Quem não se adaptar, ‘morre’
François Ribeiro, Diretor do Eurosport Events, disse, recentemente, alto e bom som, que a “competição que não se adaptar à transição da indústria automóvel vai morrer” e eu temo que tenha razão. O WEC iniciou a sua transição há muito, a F1 fez uma alteração drástica em 2014 em
muito boa altura e o WRC, WTCR, WorldRX ainda estão a marcar passo, e por isso muito depressa irão ter problemas se não atuarem já.
No ralicross, equipas oficiais saíram porque não foi decidido um futuro elétrico a curto prazo e este tipo de pressão vai acentuar-se e quem não perceber isto, tal como diz François Ribeiro, vai ‘morrer’ depressa. Podemos todos ficar a olhar para o passado com o “dantes é que era bom”, mas quem gosta de competição motorizada é bom que meta na cabeça que não lhe vai valer de muito lutar contra a corrente.
A VW Motorsport deu recentemente um sinal muito forte, Alejandro Agag soube perceber bem cedo o que aí vinha e até já olha para o TT, leia-se, Dakar, com o Extreme-E. Por isso, meus Senhores, é garantido que em 2020 vamos ouvir cada vez mais os players da indústria automóvel a falarem em revolução elétrica e em redução de emissões. É natural que o mercado vá crescer significativamente, primeiro com o mild-hybrid, depois com os híbridos e híbridos ‘plug-in’. Cada vez vai haver mais pressão sobre as competições desportivas, para acompanharem a corrente e é disto que Francois Ribeiro fala: “Amamos o desporto motorizado com os motores de combustão interna, mas os próximos anos serão ‘violentos
e brutais’.”