MEMÓRIA: 10ª edição 24 Horas de Évora, ex-pilotos de F1 deram colorido especial

Por a 10 Julho 2024 14:50

Já lá vão 20 anos desde que ex-pilotos de F1 deram show em Portugal na décima edição das 24 Horas de Évora, um evento que deixou, com muita pena nossa, de se realizar, e que na altura contou com a presença de quatro ex-pilotos de Fórmula 1: Stefano Modena, Pedro Lamy, Jan Lammers e Clay Regazzoni. Os pilotos elogiaram o nível da prova e a organização, Stefano Modena disse que ficou surpreendido com o alto nível da prova, Pedro Lamy do crescente nível dos pilotos, Jan Lammers colocou desde logo a prova na agenda para o futuro

A edição 2004 das 24 Horas de Évora Galp energia 2004 ficou nos anais como aquela que conseguiu juntar na mesma corrida quatro antigos pilotos de Fórmula 1. Um feito digno de registo e poucas vezes conseguido num evento realizado em Portugal. Mas não se

pense que estes novos famosos vieram só para aproveitar o famoso sol lusitano, pois empenharam-se ao máximo na luta contra o cronómetro, embelezando e de que forma o espectáculo.

STEFANO MODENA “Fiquei muito feliz e surpreendido com o alto nível da prova. Não estava nada à espera disto. Foi fantástico, todos os pilotos querem ganhar, e o ambiente da prova foi excelente”, afirmava Stefano Modena, antigo piloto de Fórmula 1, que em finais da década de oitenta e princípios de noventa representou as cores da Brabham, Tyrrell e Jordan. Como bom italiano que é, Modena, sabe do que fala. Itália continua a ser o país onde o karting tem o nível mais elevado, e ele próprio também começou a sua carreira nesta disciplina, tendo mesmo obtido um título mundial em 1978: “Gosto muito de vir a Portugal, país, aliás que conheço muito bem, onde tenho muitos amigos e que têm também uma gastronomia ótima, como, por exemplo, bacalhau na brasa”. Para Stefano Modena, Uma experiência que lhe agradou – foi a primeira vez que esteve presente numa prova de 24 Horas – e “para o ano, espero cá estar de novo, mas agora com uma equipa de pilotos italianos, para ver se ganhamos a prova”, conclui o italiano.

PEDRO LAMY

Como já é tradição, o “nosso” Pedro Lamy, não podia deixar de marcar presença nas 24 horas promovidas pelos irmãos Peters. O único piloto português que consegui pontuar na Fórmula 1, e que disputou 32 Grandes Prémios, encara a prova alentejana sempre com grande empenho, tanto mais, “que o nível dos pilotos, a cada ano que passa, é mais elevado. Já lá vai o tempo, em que nesta prova eram poucos os pilotos que sabiam conduzir. Hoje em dia é precisamente o contrário”, disse Pedro Lamy. Sendo um dos pilotos com maior número de presenças em Évora, Lamy gostou dos novos karts, “são mais confortáveis de conduzir, e têm reações muito melhores”. Quanto à presença de pilotos da Fórmula 1 na corrida, que curiosamente (à exceção de Clay Regazzoni) eram seus colegas de equipa na prova alentejana,“ já os conhecia a todos. Mas é sempre agradável fazer uma prova destas com pilotos como eles, e ainda por cima de karting, que é uma disciplina do qual eu gosto bastante”.

JAN LAMMERS

Este simpático holandês, participou em 41 Grandes Prémios ao longo da sua carreira, e passou por equipas como a Shadow, ATS ou March, dedicando-se presentemente aos GT: “esta é a minha primeira corrida de 24 horas. É também a primeira vez que participo

numa prova deste género. O karting é uma disciplina acessível e muito engraçado de viver a corrida, tanto em pista como fora dela, pois roda-se sempre muito junto”, realçou Lammers, acrescentando ainda, “o nível da prova é excelente. Os irmãos Peters fizeram um grande trabalho. Para o ano espero voltar. Já coloquei esta prova na minha agenda”. Jan Lammers foi também um dos pilotos em evidência antes da prova começar, quando ao volante de um PRM deu um autêntico recital de como conduzir aquele monolugar em longas derrapagens. Manobras que fizeram vibrar, e muito, o público e as centenas de pilotos presentes.

Refira-se que os três pilotos, defenderam nas 24 Horas de Évora as cores da equipa da Galp energia internacional. A estes dois juntaram-se ainda, Eduardo Boigues, piloto com larga experiência na prova alentejana, e Harm Schuurman e Nelson Van Pool, pilotos que

subiram ao lugar mais alto pódio, em mundiais de karting. Um leque de estrelas, que lutou pela vitória, mas acabaria derrota por poucos segundos, por uma equipa formada por pilotos de Reguengos de Monsaraz.

CLAY REGAZZONI

Depois de em 2003 ter feito a sua estreia nas 24 Horas de Évora, Clay Regazzoni, decidiu voltar a correr na prova portuguesa. Apesar de nunca perder pitada da corrida e estar sempre atento a todas as incindências, o suiço, que participou em 132 Grandes Prémios,

e que venceu cinco corridas (quatro ao volante de um Ferrari e uma de um Williams) mostrou–se mais interessado em falar do atual momento da Fórmula 1, do que de tudo o resto: “hoje em dia a Fórmula 1 é só negócio. O ‘show’ não existe. É necessário haver mudanças, talvez, outro campeonato, com outra entidade federativa. Hoje em dia, a prestação de uma equipa, 95% deve-se ao carro, e os restantes 5 % ao piloto. Quando comecei a correr na Fórmula 1, em 1969, nada disto se passava”, referiu Clay Regazzoni, que em 1980 interrompeu abruptamente a sua carreira, quando foi vitima de um violento acidente em Long Beach, no Grande Prémio dos Estados Unidos, do qual viria a ficar tetraplégico. As suas críticas são de tal ordem que o suíço entende que “é mais difícil andar aqui bem que na Fórmula 1. Aí, os pilotos hoje em dia nem sabem como é que estão a ser rápidos. Aqui, tem de haver um esforço enorme para se fazer bons tempos, mas sabes como é que conseguiste e o quanto isso te custou”, concluiu Clay Regazzoni.

Quanto à prova, do antigo piloto da Ferrari, a sua equipa, Clay Regazzoni Team, não tinha ambições à partida, daí que o 22º posto final, tenha estado dentro dos seus objetivos.

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