Williams FW29: “Que trabalho tão minuncioso”
Fazendo a ressalva de que é complicado ver todos os detalhes do FW31 por causa da cor azul escura em que está pintado, fica claro, no entanto, que se trata do carro com mais trabalho de detalhe já feito, de todos os que já foram apresentados até agora. Vê-se que a equipa começou a trabalhar cedo neste projecto e para aqui direccionou os seus recursos, pois algumas soluções estão bastante avançadas, enquanto noutras equipas ainda me parecem em fase embrionária.
Gosto muito da solução encontrada para o nariz, mais elegante e provavelmente mais eficaz que a da Renault. O conceito é o mesmo – tornar o elemento central da asa anterior num criador de carga aerodinâmica quando foi pensado como elemento neutro – mas o menor espaço entre o nariz e a asa, bem como a forma mais progressiva do nariz levam-me a pensar que se trata duma solução melhor, pois o fluxo de ar tem de ser desviado de forma progressiva e não brutal, para evitar a criação de vórtices.
Também há muito trabalho de detalhe nas asas da frente, com um segundo elemento muito amplo. O terceiro elemento, que sai das derivas verticais não está lá para redirigir o fluxo de ar, como no FW30, mas para gerar carga aerodinâmica.
O importante é que o vórtice criado vá para uma zona em que não cause arrasto, como as entradas de ar para os travões e se foi nisso que a Williams trabalhou, fez bem. Para além disso temos pequenos separadores na zona inferior da asa da frente, para dirigir melhor o fluxo de ar para o fundo plano, no que é um trabalho de detalhe raramente visto nesta altura do ano.
Os lados do habitáculo
Um aspecto interessante do FW31 tem a ver com a forma dos lados do habitáculo, com um ângulo pronunciado para evitar que o fluxo de ar chegue aos flancos de forma a criar uma força ascensional no seu topo. Isto também faz com a forma das entradas de ar para os radiadores seja a ideal, sem ter de trabalhar muito a zona interna para ganhar o máximo de arrefecimento, como acontece nos chassis com formas mais radicais de entradas de ar.
Com este conceito a Williams conseguiu colocar uma deriva de dimensões importantes mesmo à frente da parte inferior dos flancos e outra, vertical, em toda a sua altura na secção externa. Isso vai permitir que o recorte inferior dos flancos trabalhe de forma muito eficaz, garantindo um melhor fluxo de ar para a zona traseira, para a área da “garrafa de Coca Cola”, acelerando em direcção à asa traseira inferior, como se pretende. Fico espantado como algumas equipas conseguiram recuar os flancos para colocarem aquelas derivas, mas estou certo que estão todos dentro do regulamento.
De resto, como vimos no Algarve, o FW31 rodará com e sem o capot-motor em forma de barbatana de tubarão, dependendo da necessidade ou não de contrariar a sobreviragem a meio das curvas e, para já, só vimos uma asa traseira muito convencional. Por fim, queria chamar a atenção para o facto da zona central do perfil extractor ser mais alta que as partes laterais, o que favorece a consistência do comportamento do carro e ajuda nas pistas de alta velocidade, mas vai penalizar o FW31 com falta de apoio na traseira nas pistas mais lentas, onde a altura em relação ao solo é maior e, por isso, o elemento central do perfil extractor vai ser menos eficaz.
Em resumo:
Fiquei bem impressionado com este projecto, mas quero ver até que ponto a Williams o consegue evoluir antes do início do Mundial, pois as equipas da frente também já estão a trabalhar nos detalhes que fazem a diferença.
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