Tudo à espera de Raikkonen

Os movimentos no mercado de pilotos estão agora dependentes da decisão da confirmação de um eventual acordo entre a McLaren e Kimi Raikkonen, cuja concretização vai condicionar os outros lugares em aberto no plantel, já que quase ninguém duvida que Jenson Button e a Brawn GP vão mesmo chegar a acordo e renovar o contrato entre as duas partes nos próximos dias.

A contratação de Alonso pela Ferrari acabou por não desbloquear o mercado, mesmo se permitiu à Renault garantir o concurso de Kubica, que também estava na mira da Toyota, McLaren e Williams. Mas como Raikkonen está a demorar a decidir o seu futuro, todos os potenciais candidatos à vaga ao lado de Hamilton na McLaren também estão na expectativa, não assinando com ninguém e adiando as negociações com as outras equipas à espera de uma chamada de Woking.

Neste grupo estão Heikki Kovalainen, Nick Heidfeld e até Timo Glock e Adrian Sutil, com o finlandês a ter a vantagem de ser da casa e de ser o preferido de Martin Whitmarsh. Os outros três têm a nacionalidade pelo seu lado, pois há muito que a Mercedes quer ter um piloto alemão na McLaren, com Heidfeld a ser o melhor colocado para ficar com o lugar, pois Glock e Sutil ainda não demonstraram ter a maturidade e constância de andamento necessárias para estar numa equipa de ponta, sobretudo o alemão da Force-India, quase permanentemente envolvido em incidentes desnecessários e que lhe custaram muitos pontos este ano.

Toyota espera e desespera

O atraso nas negociações gerais tem dado novo alento à Toyota, condicionada pela necessidade de esperar por uma decisão do seu Conselho de Administração que só vai acontecer no dia 15 de Novembro para decidir quais os seus pilotos para 2010.

Como Howett tem sido incapaz de assegurar qualquer dos pilotos que tinha como alvo – Raikkonen e Kubica, por exemplo – a equipa japonesa já baixou a fasquia e fez uma boa proposta a Glock. Mas também está a tratar com Kovalainen e Heidfeld, pilotos rápidos mas que necessitarão de carros muito acima da média para poderem lutar pelas vitórias.

Quanto ao segundo chassis, está praticamente assente que será entregue a um japonês, restando saber se o escolhido será Nakajima ou Kobayashi. Mas o que salta à vista é que o maior construtor do mundo não controla a sua posição no mercado de pilotos e vai ficar com as sobras do que as equipas da frente não quiserem.

Quem está na expectativa é a Force India, cuja cotação subiu muito. Ainda em Interlagos um dos pilotos mais experientes do plantel, mas sem volante garantido para 2010, nos disse que, “com um piloto mais constante e inteligente do que os que lá estão, aquilo era equipa para ficar nos cinco primeiros do Mundial”, ideia compartilhada por vários dos seus pares.

Por isso é natural que pilotos como Heidfeld e Kovalainen olhem para a escudaria de Silverstone com outros olhos, pois apesar de Liuzzi ter contrato para correr em 2010 – e Sutil ter bons apoios para alem de mostrar, a espaços, um andamento interessante – estão duas vagas em aberto e estas poderão ser preenchidas por pilotos mais cotados que os que actualmente trabalham com Vijay Mallya.