Toyota TF 109: Nada que faça a diferença

Por a 22 Janeiro 2009 12:33

Não gosto de me repetir, mas tal como nos dois anos anteriores não vi nada que me excitasse no Toyota TF109. Penso que quem quiser ter sucesso este ano vai ter de encontrar soluções inovadoras em áreas que os outros não poderão copiar – como é o caso da Ferrari com os flancos curtos, pois para os copiar as outras equipas terão de refazer por completo os seus projectos – e na Toyota não vi nada disso. O mais interessante do TF109 é o trabalho feito nas derivas das asas anteriores, em que a solução encontrada me parece muito boa, mas isso qualquer um pode copiar com dois ou três dias de túnel de vento, pelo que está longe de ser uma vantagem decisiva sobre a concorrência.

Também estou um pouco confuso com a opção por uma frente alta, como nos anos anteriores. Essa foi a solução encontrada pelos engenheiros quando o elemento central das asas anteriores gerava forte carga aerodinâmica e havia que separar o resto do chassis do fluxo de ar que dai saía para não minimizar os seus efeitos ou, pior ainda, criar o efeito contrário na zona inferior do carro.

Frente alta pode comprometer suspensão

Agora, como o elemento central das asas anteriores deixou de gerar carga aerodinâmica e é um elemento direccional e igual para todas as equipas, faz é sentido baixar a frente dos carros, para baixar o centro de gravidade e avançar o centro de pressão aerodinâmica. Mas a Toyota manteve a frente alta, continuando a comprometer o trabalho da suspensão anterior com uma geometria extrema, que causará menos problemas com os slicks do que com os pneus com rasgos, mas não trás nenhuma vantagem…

Quanto ao resto, a asa anterior tem dois elementos, utilizando quase toda a área disponível por regulamento mas, com apenas uma abertura entre os dois não vai ser fácil controlar o inevitável fecho do fluxo de ar, tornando o carro imprevisível para os pilotos na entrada das curvas. Já as derivas verticais são muito bem executadas e vê-se que houve muito trabalho dedicado a fazer o fluxo de ar contornar os pneus anteriores, que é o efeito pretendido com estes elementos. Para mim, esta é a parte mais conseguida do TF109.

Os flancos são mais uma fonte de confusão para mim. Passei os últimos dois anos a criticar o facto da Toyota ser a única equipa que não tinha flancos esculpidos para criar um túnel externo na sua zona inferior, pois só assim poderiam tirar o melhor partido das derivas colocadas atrás das rodas da frente e agora que estas desapareceram é que a Toyota optou por aquela solução! É certo que colocou duas pequenas derivas à frente dos flancos e isso é positivo, mas se no ano passado se ganhava mais de dez por cento em carga aerodinâmica total com boas derivas, este ano ganhar-se-á três ou quatro por cento, pois as suas dimensões são muito menos significativas. Tal como a Ferrari, também a Toyota conseguiu colocar uma deriva vertical em frente aos flancos, que servirá para melhorar o fluxo de ar para a traseira do TF109.

A asa traseira é muito convencional, mas ao optar por um único elemento a Toyota garantiu um melhor controlo do fluxo de ar, o que me parece uma boa solução. Mas espero evoluções nesta área ainda antes da primeira corrida.

Em resumo

Em resumo, o TF109 tem algumas coisas interessantes mas no seu todo deixa-me um pouco confuso, pois até a cobertura das rodas da frente tem uma entrada de ar na frente quando o que se quer é uma saída na sua secção traseira e tudo isto me deixa com muitas dúvidas que este seja o carro competitivo que a Toyota tanto deseja.

 

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