«Raikkonen transfigurou-se e fez o que todos esperavam dele»

Uma das questões que mais apaixonou os adeptos da Fórmula 1 em 2007, foi a forma como Kimi Raikkonen chegou ao título em 2007. Após uma primeira metade de campeonato em que desiludiu profundamente todos os que nele apostaram, chegando mesmo o AutoSport a realizar um interessante trabalho onde escalpelizava tudo o que até ali se tinha passado, até que em dada altura transfigurou, e passou, recordando as palavras do nosso jornal, do estado “caído em desgraça” a campeão do mundo em 2007. Saiba o que pensa Luís Vasconcelos:

«É indesmentível que até ao G. P. dos Estados Unidos as prestações de Kimi Raikkonen ficaram muito aquém das expectativas, ao ponto da Ferrari ter equacionado a sua saída da Scuderia no final da temporada. Mas a transformação a partir da corrida de Magny-Cours foi evidente, depois do finlandês ter compreendido o que estava em jogo, modificando o seu comportamento de forma decisiva, ao ponto de ter ainda chegado ao título depois duma recuperação sensacional.»

«Depois de ter ganho em Melbourne, numa corrida em que Massa não pode defender-se devido a um problema na qualificação, Raikkonen – ainda em dificuldades para se entender com os Bridgestone – entrou numa fase de total desregramento da sua vida privada e tanto na Malásia como no Bahrein esteve muito abaixo do esperado, não só a nível de tempos por volta mas também pela sua atitude quase abúlica, desinteressada. A sua capacidade de concentração estava em baixa, o que não era de estranhar dada a “preparação” feita nas semanas anteriores…»

«A situação melhorou um pouco depois duma primeira “chamada à pedra” por parte da Ferrari, mas o abandono em Barcelona e o erro cometido na qualificação no Mónaco, fizeram Raikkonen regressar aos seus maus hábitos pessoais, o que só foi ultrapassado depois dos Roberston, pai e filho, o terem confrontado no regresso dos Estados Unidos – onde voltara a exceder-se entre as duas corridas norte-americanas – fazendo-lhe perceber que se arriscava a ir para casa no final do ano se não tivesse um comportamento digno de piloto de Fórmula 1. E quando regressou a esse tipo de comportamento, Raikkonen fez o que todos esperavam dele no início do ano, vencendo o Mundial depois de ter dificultado a si próprio essa tarefa!»