Perfis extractores em dúvida

Por a 5 Fevereiro 2009 10:59

Se a questão das saídas de escapes do Ferrari F60 foi decidida de forma pacífica, já a polémica que envolve o desenho dos perfis extractores da Toyota e da Williams vai forçar mesmo a FIA a fazer uma rápida interpretação do seu próprio regulamento, pois ambas as escuderias juram pela legalidade dos seus projectos e as restantes dizem o contrário.

E tratando-se duma área do chassis fundamental para se ganhar carga aerodinâmica – bem se podendo dizer que quanto maior for o perfil extractor maior a carga aerodinâmica gerada na parte posterior do carro – é evidente que as soluções encontrada pelas duas equipas lhes dão vantagem face ao que já foi visto nos outros quatro monolugares entretanto testados.

Segundo os novos regulamentos, no ponto em que trata especificamente dos perfis extractores, estes podem ter como dimensões máximas mil milímetros de largura; 350 milímetros de comprimento e 175 milímetros de altura. E não restam dúvidas que se nos cingirmos a este ponto, tanto a Williams como a Toyota não respeitaram o regulamento.

Mas o problema está no facto de existirem pelo menos mais dois pontos no regulamento técnico que permitem às equipas trabalhar na parte posterior dos seus monolugares. Por um lado, existe uma secção central com 150 milímetros de comprimento na parte traseira dos chassis em que é permitida a colocação de peças com uma limitação de altura de 400 milímetros, alegadamente para reforçar a estrutura sujeita ao teste de impacto posterior.

E foi essa estrutura que a Toyota aproveitou para fazer um prolongamento do seu perfil extractor, tirando também partido desta peça estar mais de 350 milímetros atrás do eixo traseiro, pois noutro ponto dos regulamentos a partir desse ponto e até 500 milímetros a tal limitação de 175 milímetros ao solo não se aplica.

No caso da Williams, a solução foi bem mais simples, passando pela colocação dum segundo perfil extractor por cima do que está na continuação do fundo plano, seguindo nas áreas laterais até à ligação entre os dois, mas deixando um espaço na zona central, para criar maior efeito de solo e, portanto, ganhar maior carga aerodinâmica na traseira.

FIA foi consultada

Para aumentar a polémica, a FIA já admitiu que um dos desenhos que estão a ser questionados foi recebido e aprovado pelo seu departamento técnico, mas também não esclareceu se esse era do projecto do Toyota TF109 ou do Williams FW31. Um Director Técnico duma equipa de ponta com quem falámos na semana passada, mas que não quis ser mencionado por estar a querer resolver a situação dentro do Grupo Técnico de Trabalho, disse-nos que, “qualquer da soluções é questionável, até mesmo do ponto de vista da letra do regulamento, porque existe a obrigatoriedade da linha do perfil extractor ser continua e em nenhum dos casos em análise o é, mas sobretudo ambas furam o espírito do regulamento.

Mas caberá à FIA decidir rapidamente e, se ambos os modelos forem aprovados, então vamos todos ter novos perfis extractores para os dois últimos testes antes do Mundial e garanto que vamos ganhar muita carga aerodinâmica, pois os perfis extractores, em conjunto com os fundos planos, garantem mais de 20 por cento da carga total do carro e um ganho de 25 por cento nessa área, como aquelas duas equipas parecem ter, dá-nos mais cinco por cento de carga no total e isso é uma diferença enorme.”

A bola está, por isso, do lado da FIA, que vai ter de decidir rapidamente se ambos os perfis extractores em questão são aceitáveis, pois recebeu pedidos de esclarecimentos das outras oito equipas – incluindo a ex-Honda que continua a trabalhar na presunção de que vai ser encontrado um comprador para a estrutura a tempo de alinhar em Melbourne – e vai ter de dar rápida resposta a todos.

Resta também esperar para ver que outras áreas dos monolugares vão causar alguma polémica, pois com regulamentos novos não vão faltar áreas em que as regras são omissas, contraditórias ou apenas confusas, necessitando de modificações na letra ou de jurisprudência que qualifique essas áreas.

Luís Vasconcelos

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