Os reis da chuva na Fórmula 1

Por a 14 Novembro 2017 21:05

Já que a chuva está cada vez mais tímida, é boa hora para falar dela e dos seus efeitos em pista. Para os fãs de F1 (e de qualquer outra modalidade) a chuva é sinónimo de espetáculo e surpresas. Com menos aderência, o talento tendencialmente fala mais alto que a mecânica (embora esta mantenha a sua enorme importância). Há uma regra não oficial, que diz que se um piloto é bom com pista molhada é bom em qualquer lado.

 

É uma regra que nem sempre pode ser considerada verdadeira. Há um exemplo recente que mostra isso: Jean Eric Vergne era sistematicamente melhor que Ricciardo em pista molhada. Mas a carreira de ambos seguiu para rumos completamente diferentes. O melhor em pista molhada não ficou.

 

Há um nome que é unanimemente considerado o melhor à chuva… Senna. E os números confirmam isso. Senna tem 66.7% de vitórias nas corridas que em algum ponto tiveram água no asfalto. É uma percentagem considerável (Ascari tem 80%, mas tem apenas 5 corridas à chuva – 4 vitórias). Seguem-se Fangio com 57%, Moss (50%) e Clark (42.9).

 

Dos pilotos mais recentes, Hamilton consegue 25% de vitórias à chuva, Vettel 19% e Button 21%.

 

O caso de Button é curioso pois o britânico (famoso pelo seu estilo de condução suave, característica imprescindível para se ter sucesso à chuva) conseguiu mais vitórias à chuva do que em seco. Em 179 corridas em seco conquistou 8 vitórias. As restantes 7 vitórias vieram das 33 corridas em que enfrentou pista molhada. Massa é outro desses casos (8 vitórias-153 corridas em seco; 3 vitórias – 30 corridas em pista molhada).

 

Mas fica claro que Senna foi aquele que melhor dominou as suas máquinas em pista molhada até pela diminuta taxa de abandonos que teve por erros próprios nestas condições (2 DNF em 21 corridas à chuva).

 

Não é à toa que Senna foi chamado de “Rei da Chuva”. A sua capacidade de concentração, a forma como sentia o carro e as inúmeras vezes que treinou à chuva nos karts, fizeram dele um dos pilotos mais bem preparados para enfrentar condições de aderência mais adversas. Para a história ficam exibições memoráveis como em 84 no Mónaco ou em 93 em Donington.

A chuva tem a tendência em tornar as corridas memoráveis. Hunt no Japão (em 76) Button no Canadá (em 2011), Hamilton no Brasil (em 2008), o mesmo lugar que viu Verstappen fazer uma corrida formidável em 2016. As corridas à chuva vêm sempre à memória, pois nas condições mais adversas é que os maiores talentos se mostram.

Caro leitor, esta é uma mensagem importante.
O Autosport já não existe em versão papel, apenas na versão online.
E por essa razão, não é mais possível o Autosport continuar a disponibilizar todos os seus artigos gratuitamente.
Para que os leitores possam contribuir para a existência e evolução da qualidade do seu site preferido, criámos o Clube Autosport com inúmeras vantagens e descontos que permitirá a cada membro aceder a todos os artigos do site Autosport e ainda recuperar (varias vezes) o custo de ser membro.
Os membros do Clube Autosport receberão um cartão de membro com validade de 1 ano, que apresentarão junto das empresas parceiras como identificação.
Lista de Vantagens:
-Acesso a todos os conteúdos no site Autosport sem ter que ver a publicidade
-Desconto nos combustíveis Repsol
-Acesso a seguros especialmente desenvolvidos pela Vitorinos seguros a preços imbatíveis
-Descontos em oficinas, lojas e serviços auto
-Acesso exclusivo a eventos especialmente organizados para membros
Saiba mais AQUI

32 comentários

  1. rodríguezbrm

    15 Novembro, 2017 at 9:26

    O Button jogava e antecipava as mudanças súbitas das condições climatéricas e da pista que obrigavam a trocas de pneus e entradas do SC na pista, e este seu oportunismo deu-lhe alguns bons resultados, mas daí a ser um especialista em chuva, discordo. Ele fez uns 30 GP nessas condições e se vermos esse último do Brasil/16 em que seguiu a estratégia dos outros, afundou-se na classificação, ficando a 60 seg. do Max e 80 do LH, o motor Honda ali não era tão relevante. Só numa visão estatística o colocaria na galeria dos rain masters.
    Stuck, Cheever ou Boutsen, que começam a ficar apagados da memória dos adeptos, são exemplos de pilotos que se mostravam excelentes nessas condições. Mas há muitos mais, sendo que o Hunt protagonista da lendária corrida em Fuji/76 também não me parece que esteja nesse grupo.

    • so23101706

      15 Novembro, 2017 at 10:47

      Todos se referem à corrida épica do Senna no GP do Mónaco de 1984, mas esquecem que o piloto mais rápido em pista, quando a corrida foi interrompida, era o Stefan Bellof. Embora o seu carro estivesse irregular durante toda a época, com o artifício do reabastecimento de água com esferas de chumbo (!) a que a Tyrrell recorria, o Bellof não deixou de fazer uma corrida fantástica.
      E, já que estamos com os teutónicos, será interessante lembrar a primeira vitória do Sebastian Vettel no GP de Itália de 2008. (Apesar das alegrias que este piloto procura dar aos tifosi, estes tratam-no com despeito e nem sequer o referem pelo nome: é ‘il tedesco’.)
      Por falar em estupidez transalpina, penso – não tenho bem a certeza – que outro piloto excelente à chuva era o Jean-Pierre Beltoise, a quem os tifosi nunca perdoaram o envolvimento no acidente em que morreu o Ignazio Giunti.

      • João Pereira

        15 Novembro, 2017 at 15:31

        Caro so, o seu comentário, dá ideia que realmente gosta muito dos “tedesci”, e não gosta de Senna nem de “tiffosi”.
        Stefan Bellof era sem dúvida um piloto genial e demonstrou-o em todas as categorias por onde passou, sendo de facto um dos “Enormes” na chuva como ficou também provado em protótipos, no entanto, como muito bem refere, em carros que pesavam 545Kg a seco, ter menos 20Kg, principalmente na chuva faz uma grande diferença, até porque na altura ainda usava o Cosworth DFV no seu Tyrrell, muito mais fácil de usar nessas condições do que o pouco simpático 4cil HART Turbo do Toleman TG184, que até no seco era complicado. Infelizmente todos perdemos cedo de mais, esse grande piloto “tedesco” no fatídico Radillon, num acidente que envolveu outro grande génio do molhado, o fantástico Jacky Ickx.
        Vettel tenta dar alegrias aos tiffosi, “esses ingratos”, mas a verdade é que o que conseguiu dar mais foram tristezas, que têm sido mais intensas e dolorosas, e só pode agradecer a si próprio por já não ter a pressão de ainda estar a discutir o título, e Hamilton pode juntar-se-lhe (eheh). A verdade é que “il tedesco” desde que levou 3 secas de Ricciardo ainda na Red Bull, perdeu a boa disposição, tornou-se nervoso e queixinhas quando foi para a Ferrari (tudo por troca com Alonso???), e até nem acho porque se queixa ele tanto dos outros, quando ele é quem faz mais m****.
        Falou e bem de Beltoise, mas a verdade é que só venceu 1 GP no mundial, em mais de 80 partidas, é também verdade que foi na chuva, deu 1 volta a toda agente no Monaco em 72 (se não estou em erro), e a última vitória à BRM, mas parece-me pouco para ser destacado neste artigo, que esqueceu outros génios da chuva, como Ickx que já referi, ou Peterson, e já agora que referiu Beltoise, Brambilla, que tal como o françês também só venceu uma vez e à chuva (Zeltweg 1975 em March?) e bateu logo depois da meta.
        Curiosamente, Beltoise, Brambilla e Ickx começaram pelas motos (tal como outros: John Surtees, Mike Haylwood e Damon Hill), embora o belga por pouco tempo, será que isso tem algo a ver com a sua capacidade de “sentir” a pista molhada? Eu penso que sim, tal como Senna dizia ter treinado muito com o kart no molhado, e daí a sua percepção da pista nessas condições.
        A minha conclusão, é que o artigo não sendo completo (seria difícil e exaustivo), é imparcial, ao contrário do seu comentário, que até preferiu ignorar a mais fantástica primeira volta à chuva de sempre, que foi em Donington GP da Europa de 1993 (referido no artigo), em que é impossível alguém esquecer a forma como Senna deu baile a toda a gente nas Craner Curves, vindo de 7º na grelha, para sair do gancho na frente e entrar na 2ª volta com quase meia recta de vantagem.
        P.S. Não morro de amores pela Ferrari (NB).

        • so23101706

          15 Novembro, 2017 at 16:00

          Se é assim, eu posso muito bem dizer que você é que não gosta dos ‘tedesci’ e tresleu por completo o que eu escrevi. Eu não faço distinções: apenas as qualidades do piloto me interessam. Tanto me faz se ele é um alemão ou um finlandês ou um mexicano ou ainda um francês com ar completamente latino. (E, já agora, detesto o Nico Hulkenberg, que considero um dos pilotos mais ridiculamente sobrevalorizados do grid.)
          A sua tirada sobre as alegrias dadas ou não aos tifosi dá para perceber que o meu caro se deixa contaminar facilmente pela forma distorcida como as coisas são apresentadas. Este ano, a Ferrari foi a única que conseguiu ameaçar a conquista dos títulos pela Mercedes. Claro que houve aquele momento embaraçoso em Baku, e o Kimi decidiu que seria boa ideia abalroar o Verstappen e o Vettel em Singapura, mas não deixa de ser curioso que, se tivesse sido o Alonso a fazer uma época como esta para a Ferrari, seria o mágico que consegue ganhar com uma carroça; como é outro piloto, é uma m**** que nem soube aproveitar o melhor carro (sim, porque treze vitórias contra cinco dizem bem que o melhor carro é o Ferrari…). Quanto a este assunto, portanto, estamos conversados. Quanto ao resto, explique-me lá onde leu que não gosto do Senna. Aliás, a história do desempenho do Senna à chuva sei-a eu: ele, quando era miúdo e corria nos karts, era péssimo à chuva, fartava-se de perder tempo para os adversários; um dia cismou que havia de ser bom também na chuva e dedicou-se a treinar num kartódromo em dias de chuva. Tanto e tão bem o fez que os resultados são conhecidos. Já os ‘tifosi’ (só com um ‘f’: ‘Tiffosi’ é uma marca de roupas que começou num pequeno atelier no Freixieiro onde a minha irmã trabalhou por alguns meses), basta ler os comentários no Autosprint para achá-los detestáveis, mas o que é certo é que eles são a alma da F1. Ao contrário de muitos, que dizem (estúpida e levianamente) que a Ferrari não faz falta à F1, eu não consigo imaginar Monza sem os banhos de multidão dos ferraristas.

          • ro19071725

            15 Novembro, 2017 at 16:05

            Em qualquer circuito (seja onde for), á mais entusiasmo com um 2º ou 3º lugar dum Ferrari que um 1º dum Mercedes…

          • João Pereira

            15 Novembro, 2017 at 16:35

            As minhas desculpas felo f a mais, mas realmente de italiano “capisco” pouquíssimo, e por isso não leio a Autosprint.
            Não gosto nem desgosto do Hulkenberg, e concordo que é sobrevalorizado não só no paddock, mas também em muitos sofás.
            Concordo que a Ferrari fez este ano um excelente carro, perfeitamente ao nível do Mercedes o que acho fantástico porque adoro corridas com mais do que dois carros da mesma côr.
            Incidente embaraçoso em Baku? Meu caro, embaraçoso é dar um “traque” num elevador. Aquilo é vergonhoso num tetra campeão.
            Não percebo a sua visão do acidente de Singapura, porque é fácil de ver que é Vettel que espreme Verstappen contra o Raikkonen, que talvez pudesse pudesse dar mais espaço, mas se não deu espaço, também não o roubou a ninguém, e se alguém vem com uma trajectória obliqua é Vettel. Pode ser um incidente de corrida, mas a Haver erro é do rapaz do carro #5.
            Alonso, é rapaz que sempre detestei, até… ter voltado à Mclaren transfigurado. O homem tornou-se bem humorado, deixou de disparar em todas as direcções e tem feito corridas fantásticas se excluirmos uma em que não chegou à linha de… Partida. No entanto, na Ferrari, recordo aquele GP em que era suposto Webber ser campeão, a não ser que Alonso tirasse um coelho da cartola, e o campeão acabou por ser Vettel, porque a Ferrari falhou a estratégia e Alonso fez 33 voltas atrás de um espantástico piloto chamado Vitali Petrov.
            Nunca disse que a Ferrari não faz falta à F1 (Já disse que gosto de corridas com mais de 2 carros), mas acredite que por morrer uma andorinha não acaba a primavera. A acontecer uma coisa dessas, será mais devido ás alterações climáticas.
            Nunca estive no Freixieiro, e portanto não acho provável conhecer a sua irmã, nem a garagem onde ela costurava.

          • so23101706

            15 Novembro, 2017 at 17:08

            Todos os pilotos que saem da pole position espremem os adversários quando estes estão na iminência de os ultrapassar. O Hamilton fê-lo ao Vettel no GP dos EUA, o Bottas fê-lo no GP do Brasil. Todos fazem. Defendem a posição de maneira a não serem atacados na primeira curva. Não sei por que as pessoas pensam que isso é aceitável quando o Hamilton o faz e um crime quando é o Vettel. Aliás, nem sequer me vou dar ao trabalho de continuar a discutir isto: eu não gosto que me atirem areia aos olhos. Outros gostarão, ou acharão que a areia é a verdade. Eu não.
            E a minha irmã era estilista de moda. Vou reprimir a vontade que senti de mandá-lo a lugares muito feios e limitar-me a Lamentar que se tenha permitido o extremo mau gosto que patenteou na última frase.

          • João Pereira

            15 Novembro, 2017 at 19:06

            Há espremer, e espremer… e causar um acidente! Também há causar o acidente e alguém instalado num sofá provavelmente apontado para outra zona do circuito, dizer que a culpa é do outro que se limitou a levar com o espremido.
            Quanto ao mau gosto patenteado na minha última frase, creio que foi devido ao seu pobre comentário sobre o meu italiano, em que o meu caro é que foi buscar a sua irmã para a conversa, por isso não se queixe. “Capiche”?

          • João Pereira

            15 Novembro, 2017 at 19:59

            Pareceu-me ter lido algo algures (já não consigo encontrar…) sobre a minha Mãezinha ter sido costureira, e não é que foi mesmo! Camiseira mais precisamente, mas dava um jeito no que fosse, até alfaiataria e modista, Uma verdadeira costureira à antiga, como já não se fazem hoje. Ela já faleceu há 4 anos com 82, mas ainda tenho a máquina de Costura Pfaff com que ela costurou toda a vida, nos últimos 40 anos só nos arranjos para a família, mas mesmo assim com muito orgulho e habilidade.

          • Pity

            15 Novembro, 2017 at 17:20

            Essa de ter sido o Kimi o responsável pelo acidente em Singapura, é de mestre! Por acaso você não é juiz, nem polícia de trânsito, não? Espero bem que não! A ajuizar assim…

          • so23101706

            15 Novembro, 2017 at 17:30

            Eu já me apercebi que você gosta de se deixar embarcar na histeria colectiva, por isso não há conversa possível consigo. Passe bem.

          • Pity

            15 Novembro, 2017 at 17:43

            Quando há falta de argumentos, aparece essa da histeria colectiva, mas, sabe? EU VI A CORRIDA, ninguém me contou.

          • O Verstappen comeu o Hamilton de cebolada

            15 Novembro, 2017 at 19:07

            Pity, Pity…eu no outro dia quando lhe falei dos nicks velhos e dos nicks novos não foi por acaso.
            Eu só acho que se querem passar por “novos” foristas, eh pá, ao menos tentem disfarçar um bocad(i)nho…
            Cumprimentos

          • Pity

            15 Novembro, 2017 at 20:38

            O meu “azar” é não os reconhecer… isto é, suponho ter reconhecido um, mas não é este.

          • O Verstappen comeu o Hamilton de cebolada

            15 Novembro, 2017 at 19:02

            Essa do Kimi ser o culpado do acidente de Singapura e do que toda a gente viu ser “histeria colectiva” está o max(i)mo. Desde os tempos dos comentários psicadélicos do antigo forista do i (agora fugitivo do i) que não me ria tanto!
            Cumprimentos e parabéns

          • O Verstappen comeu o Hamilton de cebolada

            15 Novembro, 2017 at 18:52

            Essa necessidade de ter que falar no Alonso faz lembrar os textos de raivinha ao espanhol de um antigo forista, do mais faccioso e de menor credibilidade que por aqui havia, mas que ultimamente tem andado “desaparecido”…
            Será que tenho que lhe começar a perguntar onde andou em 2014?
            Cumprimentos

        • ro19071725

          15 Novembro, 2017 at 16:03

          Com todo o respeito e paz ás ua alma (que bem falta fazia ao desporto como desporto) tb não morro de amores pelo Ayrton!… No entanto faz falta.

          • João Pereira

            15 Novembro, 2017 at 16:40

            Seguramente que já não correria, mas quem gosta de corridas, não gosta que os pilotos se magoem e muito menos que morram, quer nos sejam simpáticos ou não. Assim como também não gostamos de ver equipas fecharem portas porque a modalidade fica sempre mais pobre. Para mim, é assim o espírito desportivo.

        • O Verstappen comeu o Hamilton de cebolada

          15 Novembro, 2017 at 18:47

          O “caro” forista so(i) já começa a dar nas vistas pelas suas tendências clubisticas…é mais forte do que ele. Deliciosa a volta que ele foi dar ao texto apenas para falar no seu heroi Vettel, já que mais ninguém tinha falado…
          Eh,eh cumprimentos

  2. Jabba

    15 Novembro, 2017 at 10:49

    Monaco 84 – atrás do Senna vinha Stefan Bellof, também com um carro fraco, que podia ter sido uma lenda deste desporto.
    Volto a lembrar que Bellof em 83 deu uma volta ao Nurburgring Nordschleife em 6m11s, recorde actual do circuito, tempo absolutamente impressionante.
    https://en.wikipedia.org/wiki/List_of_N%C3%BCrburgring_Nordschleife_lap_times

    • João Pereira

      15 Novembro, 2017 at 16:02

      Bellof era fantástico no molhado, e infelizmente para todos os que gostam de corridas morreu cedo de mais, mas o seu carro no Monaco em 84, ainda usava o Cosworth DFV que apesar de menos potente, e também por isso, era muito mais fácil de utilizar naquelas condições do que o Hart turbo do Toleman que era difícil até em seco, isto para além de os Tyrrell correrem na altura cerca de 20Kg abaixo do peso regulamentar (foi descoberto lá mais para o fim do ano), o que principalmente no molhado era uma clara vantagem.
      Para quem não sabe, na altura era permitido fazer o pleno de água e óleo no final da corrida, antes da pesagem final. Todas as equipas enchiam os reservatórios de óleo de forma absurda até deitar por fora, a fim de entrarem no peso mínimo, mas a Tyrrell tinha ainda um engenhoso reservatório de água ligado ao circuito de refrigeração, e dissimulado dentro do de combustível, em que a equipa injectava cerca de 20Kg de bolinhas de chumbo misturadas com a água de reposição dos níveis, isto para além do truque do óleo que todos usavam.
      Por causa disso, os carros passaram a ser pesados tal como terminam a corrida.
      Talvez também por causa disso há quem diga que Vettel tenha causado aquele estúpido acidente depois de cortar a meta no último GP da Malásia para evitar a pesagem no final, por suspeitas de que o consumo exagerado o tivesse posto abaixo do peso (manha bem ao estilo dos italianos).

      • so23101706

        15 Novembro, 2017 at 16:21

        Essa de o Vettel se ter atirado contra o Stroll de propósito é própria de gente profundamente perturbada por distúrbios mentais incuráveis. Por favor diga-me que não acredita nessa idiotice!!!

        • João Pereira

          15 Novembro, 2017 at 16:58

          Não precisa de pedir por favor, porque não acredito mesmo, mas que já vi coisas parecidas com isso e muito piores até, até noutras modalidades do desporto motorizado, lá isso vi.
          Já agora, quando me referi a “manha ao estilo dos italianos”, até estava mais a pensar em Briattore que propriamente na Ferrari, até porque irregularidade técnica por parte da Ferrari, só me recordo do cêntimetro de diferença numa side pot wing (se bem me recordo) dos Ferrari de Schumacher e Irvine num GP qualquer, em que a coisa acabou abafada porque na altura, o regulamento concedia 0,5cm de tolerância de fabrico naquela peça, mais 0,5cm de tolerância à Ferrari, não por ser a Ferrari ou ter lá Briattore (que sabemos nunca ter tido), mas por ter Schumacher, Montezemolo, Todt, Brawn e Max Mosley, o que dá a ninharia de 1mm a cada um deles.

          • so23101706

            15 Novembro, 2017 at 17:13

            Houve também o duplo aileron do Gilles Villeneuve no GP dos EUA (Long Beach) de 1982, mas isso foi mesmo para provocar o Jean-Marie Balestre por causa de uma divergência na interpretação dos regulamentos. (Claro que o Villeneuve foi desclassificado.)
            Sinto-me profundamente aliviado por o Ernie não acreditar na história do abalroamento ao Stroll.

          • João Pereira

            15 Novembro, 2017 at 19:22

            Aquele aileron assimétrico ou com planos descentrados? Acho que tenho uma ideia disso, mas tinha ideia que teria sido em 80 ou 81 ainda no 312T5 de má memória. Enfim também não é preciso ir confirmar.
            Quanto a acreditar ou não, eu acho que as pessoas acreditam muitas vezes no que querem, e eu não quero acreditar nisso para mais num desporto onde de facto se devem evitar suspeitas desnecessárias, para mais, que se houvesse uma diferença de peso seria pouco significativa, provavelmente umas gramas de combustível a menos (não estamos seguramente a falar de 3 litros a menos que representariam 2,5Kg), com pouco significado numa boa corrida por parte de Vettel. No entanto não deixou de ser mais um erro estúpido da parte de Vettel (que ainda tentou mandar a responsabilidade para cima do garoto), numa época que ele não deve de maneira nenhuma esquecer, ao contrário do que muitos dizem, que foi mesmo para esquecer.
            Vá, cumprimentos.

          • ro19071725

            16 Novembro, 2017 at 11:14

            O T5 tinha um curtíssimo aileron frontal comparado com o T4 e era um desastre comparado com o seu antecessor bem vitorioso!

          • João Pereira

            16 Novembro, 2017 at 15:33

            Sim, creio que o T5 era supostamente uma “evolução” do T4, mas mais longo entre eixos (espaçador entre o motor e a caixa), para tentar aproveitar um pouco mais de efeito de solo que era prejudicado pela largura do boxer12.
            O pequeno aileron dianteiro era reflexo de uma tendência que acabou por levar à “amputação” daquele apêndice pela maior parte dos carros (antecipado por Colin Chapman em 79 com o revolucionário Lotus 80).
            Creio que o problema do T5 era precisamente a largura do motor e torções causadas pelo tal alongamento do chassis.
            O T4/T5, foi o último conceito revolucionário do genial Mauro Forghieri, em que o T5 foi um “remendo” enquanto não vinha o 126 Turbo, esse sim, o primeiro verdadeiro Wingcar da Ferrari, para além de já existirem conceitos bem mais eficazes como os Brahbam e Williams.
            O T4 foi vitorioso (Jody foi campeão), muito porque Colin Chapman deu (mais) um passo mais comprido que a perna com o Lotus 80, para além de Mario Andretti não ser nenhum génio (Desculpe lá esta kkk, sei que você é acérrimo adepto da Ferrari, mas eu já era da Lotus desde final dos 60 ainda um garoto de 8 anos, hoje sou “orfão”). Cumprimentos.

      • O Verstappen comeu o Hamilton de cebolada

        15 Novembro, 2017 at 19:08

        Muitíssimo bem escrito forista ernie!
        Cumprimentos

  3. [email protected]

    15 Novembro, 2017 at 11:01

    Penso que faltou uma citação ao belga J.Ickx, um piloto que sempre se destacava na chuva e assim como Senna em Estoril, conseguiu sua primeira vitória na F1, num dia de muita chuva em Rouen (FRA)1968.

    • rodríguezbrm

      15 Novembro, 2017 at 20:00

      Como o Boutsen que acima refiro, conseguiu a sua 1ª e 2ª vitória ( Canadá e Austrália), das 3 do seu palmarés, à chuva,
      mas como era um piloto que não se destacava noutras condições, ficou esquecido.

  4. ro19071725

    15 Novembro, 2017 at 12:58

    Acrescento Gilles Villeneuve e M. Schumacher…

Deixe aqui o seu comentário

últimas FÓRMULA 1
últimas Autosport
formula1
últimas Automais
formula1
Ativar notificações? Sim Não, obrigado