«O Franz Tost está fora de controlo»

Por a 25 Julho 2007 11:27

Após tantos meses de avisos, notícias na imprensa relativamente a possíveis substitutos, eis que agora se chegou a um ponto sem retorno. A corrida do passado fim-de-semana em Nurburgring foi muito animada, mas pelos vistos, para o lado da Toro Rosso, a animação não terminou com os seus dois monolugares na gravilha da escapatória, e terá mesmo prosseguido nas boxes.

Já tinha vindo a público um desaguisado entre Franz Tost e Scott Speed, com algumas fontes a apontarem mesmo a existência de agressões, prontamente negadas por Tost, e agora, da boca do piloto americano, surgiu a sua versão dos acontecimentos, e pelos vistos terá mesmo havido um forte “qui pro quo”. No mínimo!

Antes de contar a sua versão dos acontecimentos, Speed já deixou claro que não volta a trabalhar com os seus actuais chefes, Franz Tost e Gerhard Berger. Mas o que levou a esta situação? Fique com a história contada pelo próprio, numa entrevista que Scott Speed concedeu ao autosport.com:

«Inicialmente não quis falar nada disto à imprensa porque, depois da corrida, o Franz passou 15 minutos a desculpar-se pelo seu comportamento. Mas depois veio a público e negou tudo, e isso foi muito desonesto, pois disse coisas pouco dignas de mim e do Tonio. E aqui, ficou claro para mim que tinha de reagir.»

«Sei que isto vai afectar a Red Bull que me tem apoiado imenso, mas essa não é a minha intenção. Contudo, o Franz Tost está fora de controlo. Quando cheguei às boxes, ele estava furioso comigo, mas esqueceu-se que sucedeu o mesmo a vários pilotos, entre os quais Lewis Hamilton e Nico Rosberg.»

«Referi que não fui só eu que errei e questionei-o sobre o meu pit-stop, onde a equipa tinha errado. Relevou isso referindo que isso não interessava porque eu bati. Nem sequer quis ouvir críticas ao trabalho da equipa que lidera.»

«Depois disto virei-lhe as costas e fui-me embora, pela box, e ele veio atrás de mim. Deu-me uma pancada com o punho fechado. Todos os presentes viram. Saí das boxes ele continuou atrás de mim, onde os mecânicos já não podiam ver nada. Agarrou-me pela camisola com alguma violência e empurrou-me contra o muro. A minha única resposta foi regressar ao meio da box e perguntar-lhe se me queria bater na frente de toda a gente. Houve três pessoas que o viram agarrar-me nas traseiras das boxes. Agarrou-me um pouco abaixo do pescoço e depois largou-me e empurrou-me.»

«Depois disto, como devem calcular, estava furioso, fui ao pitwall e quis que todos soubessem o que aconteceu. E disse ao Gerhard Berger, se o Franz tost me voltasse a tocar, as coisas não ficariam assim. Ele tentou acalmar a situação, e eu fui para a minha motorhome. No final da corrida, o Gerhard e o Franz vieram ter comigo, e o Franz passou 15 minutos a desculpar-se pelo seu comportamento. Depois disto, tive uma conversa com o Gerhard onde fiquei a perceber que eles têm uma expectativa diferente da minha do que é possível fazer com o carro e iriam continuar a apontar o dedo até as coisas sucederem como eles querem.»

«Para mim o único erro foi cometido pela equipa, que errou no pit-stop, pois perdi mais de um minuto. Relativamente ao despiste, comecei a travar 300 metros antes da curva e só parei na escapatória. Foi claramente aquaplaning e não deviam estar à espera que adivinhasse. Reparem que depois do meu despiste entrou o Safety-Car e esse aviso levou a que mais nenhum monolugar passasse depressa na recta, pois se assim não fosse, haveriam mais despistes.»

«No fim disto tudo, só me preocupa o meu futuro com a Red Bull porque o que tem vindo a passar para a imprensa pode ter arruinado a minha relação com a marca. É uma vergonha que estes dois tenham arruinado esta boa relação. Relativamente ao meu futuro na F1, não há dinheiro que pague correr para aquelas duas pessoas de novo. Relativamente ao facto de correr na Hungria ou não, com estes dois nunca se sabe. Tanta coisa sucedeu nas minhas costas…»

Depois disto, é fácil perceber que Speed não tem futuro na Toro Rosso, e agora há que apurar a “extensão do drama”, pois as atitudes de Franz Tost, a confirmarem-se, são muito graves.

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