Felipe Massa: “Quero vencer corridas novamente”
Após oito temporadas na Ferrari, parece algo estranho ver Felipe Massa com o azul da Williams nos testes de pré-época. Mas o brasileiro contou ao site da Fórmula 1 a sua mudança de Maranello para Grove, e não vê razão para não poder ajudar a equipa já nove vezes campeã mundial a voltar aos bons resultados…
Q: Felipe, depois de tantos anos na Ferrari, como é a transição para um ambiente completamente diferente na Williams?
Felipe Massa: Claro que é uma grande mudança. A forma de ‘estar’ é completamente diferente. Os britânicos são muito diferentes dos italianos. Mesmo tendo várias nacionalidades na Ferrari, a forma como as coisas são feitas é genuinamente italiana – muito latina e emocional (risos). Nunca se verá um italiano a falar sem usar as suas mãos, enquanto os britânicos são muito precisos e corretos em tudo. Estou muito contente com a forma como a Williams me está a abraçar é muto boa. Penso que escolhi a altura certa, pois estamos a entrar numa nova área da Fórmula 1 e combina sempre bem com uma mudança pessoal.
Q: E Maranello contra Grove?
FM: É mais uma enorme diferença. Ambas as fábricas estão no meio do nada e as cidades gira muito em torno da base da equipa. Mas claro que em Maranello há restaurantes e cafés que aumentam a qualidade da vida. E tenho que ser honesto, ainda não conheço muito de Grove.
Q: Pode dar alguns atributos à Ferrari e à Williams?
FM: Ferrari: emocional. Williams: retos. Um pequeno problema na Ferrari é grande; na Williams mantém o seu tamanho. A forma de aceitar os problemas é diferente para as pessoas britânicas.
Q: Vem de uma equipa com uma história gloriosa e juntou-se a uma com um passado glorioso mas um presente difícil. Quais são as suas expetativas?
FM: A Williams tem tudo para voltar. Tem uma fábrica sofisticada e o melhor túnel de vento, tem pessoas muito boas – tudo para sermos bem-sucedidos novamente, e é o principal fator-chave. O segundo é fazer funcionar. Existem todos os ingredientes – agora é ‘cozinhar’! A equipa está pronta. Não é suficiente trazer um novo piloto e esperar que a situação mude – é um esforço que deve ser feito em conjunto. A Williams já aumentou a sua equipa com várias pessoas novas e excelentes em todos os departamentos e é muito importante se queremos voltar ao caminho do sucesso. Farei de tudo para ajudar a equipa a ser novamente competitiva, porque é também o que quero. A melhor coisa que me pode acontecer agora é ajudar a tornar a equipa novamente competitiva.
Q: O seu principal valor para a Williams é o saber de como uma equipa bem-sucedida funciona?
FM: Sim, mas não é só meu.
Q: E irá revelar os segredos de sucesso da Ferrari?
FM: Irei dizer-lhes tudo o que sei!
Q: Foi campeão durante alguns segundos em 2008 e tem perseguido o sucesso desde então. Deixou a ideia de algum dia ser campeão ao juntar-se à Williams?
FM: Nunca. Quando o fizer terei que parar na Fórmula 1. Quando se desiste da fome de sucesso não se está a correr totalmente pelo coração. Estar aqui só por estar não é o meu estilo. Quero vencer corridas novamente. E a Williams quer o mesmo e é aí que as nossas linhas se cruzam: a Williams sente falta de vitórias e eu também, por isso deve ser uma boa base para começar.
Q: Foi colega de equipa de dois pilotos muito dominantes – Michael Schumacher e Fernando Alonso. Agora, com a sua experiência, está mesmo no papel de topo. Como está a líder com esta nova experiência?
FM: Estou preparado para ser um tipo de líder na equipa. Penso que o Valtteri Bottas e eu podemos fazer um bom trabalho huntos. Ele é jovem e muito talentoso, mesmo se não teve o monolugar certo para o mostrar na época de estreia. Juntos podemos fazer muitas coisas positivas ara a equipa.
Q: Pode falar-nos acerca do seu inverno, desde a partida de Maranello até ao primeiro teste em Jerez?
FM: Tenho estado muitas vezes na fábrica da Williams: para conhecer os engenheiros, como trabalham, quais são os seus procedimentos – criar proximidade humana. Comecei a trazer a minha experiência ao monolugar novo – do que aprendi na Ferrari acerca das novas regras.
Q: Esta época usará a nova unidade motriz da Mercedes. Como espera que seja?
FM: Adivinhem: será a primeira vez na minha carreira da Fórmula 1 que irei pilotar um carro propulsionado por um motor que não seja Ferrari. Estou muito ansioso com o motor da Mercedes – a forma como a Mercedes está a trabalhar é inacreditável. Estou muito contente por a Williams ter a Mercedes como fornecedor – irá fazer muita diferença para nos tornarmos competitivos novamente.
Q: O fornecedor da unidade motriz foi uma das razões principais por decidir rumar à Williams?
FM: Foi uma das razões. Outro motivo foi que de todas as opções que eu tive, a Williams era a única equipa a contratar novas pessoas – todas as outras estavam a perdê-las. Isso convenceu-me que a Williams está a fazer de tudo para ser competitiva outra vez. Veja-se o exemplo da Lotus: estão a perder muitos engenheiros, e mostra que a situacao não é fácil. A Williams está a investir – a outra equipa não. A Williams ganhou vários campeonatos antes. Eles sabem como o fazer – agora nós temos que o fazer novamente.
Q: Quais são os seus objetivos pessoais para a nova época?
FM: Honestamente? Neste momento não posso dizer. Tudo é muito novo, pergunte-me no último teste no Bahrain.
Q: Esta época corre com o número 19. Por que escolheu esse número?
FM: Adoro o 19. Usei-o antes e sempre me deu sorte. Quando não foi possível usar o 19, mudei para o 91. O meu número sempre foi o 19. Venci muitos campeonatos com ele e espero que faça o truque outra vez!
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