Top 10 das melhores corridas de F1 dos últimos 30 anos
Numa altura em que falta apenas uma semana para o início do Mundial de Fórmula 1, em Melbourne, na Austrália, o AutoSport recorda-lhe algumas das melhores corridas da história da Fórmula 1. Pode haver outras que mereçam estar neste top, mas escolhas são escolhas, e esta é apenas mais uma. Mas olhe que não se vai arrepender…
1 – Grande Prémio do Brasil de F1 2008
O GP do Brasil teve o final mais incrível da história. A três voltas do fim Hamilton tinha o título no bolso, mas um erro na 69ª volta fê-lo cair para a sexta posição, com Massa a passar para a frente do Mundial. Só que o aumento da chuva tramou Glock (o único piloto da frente que não trocou para pneus de chuva no final) e claro, Felipe Massa, pois Hamilton recuperou a quinta posição na última curva para se sagrar o mais jovem Campeão da história, mas Lewis Hamilton teve de agradecer aos Deuses o seu primeiro título Mundial. A três curvas do final da corrida, o inglês estava em sexto lugar, depois da troca de pneus para intermédios não ter dado os resultados esperados, ficou ainda mais à mercê de Vettel que o passou quando o piloto da McLaren cometeu um erro, a apenas duas voltas do fim. Mas o aumento de intensidade da chuva fez com que os dois Toyota, os únicos que não tinham alinhado na paragem geral nas últimas sete voltas, tivessem mesmo de abrandar bastante. Trulli, que até estava perto do inglês, desapareceu dos seus retrovisores logo no início da volta, mas foi o abrandamento de Glock que acabou por lhe dar o ponto extra que lhe permitiu sagrar-se o mais jovem Campeão da história. O alemão estava 12,3s na frente de Vettel na entrada da última volta e 13s à frente de Hamilton, mas com o aumento da intensidade da chuva começou a perder terreno e no final do Retão já só estava 9,8s na frente do inglês. Com o miolo do circuito bastante encharcado, o alemão não teve a menor possibilidade de se defender dos seus opositores, perdendo para Vettel na saída da Junção, para ter de deixar passar Hamilton na última travagem da pista. Daí para a frente, com as duas curvas da subida a serem feitas a fundo, o inglês não teve mais nada a fazer senão manter o volante bem apontado e o pé no acelerador, para conquistar o título da forma mais incrível na história do Mundial. Nunca um título tinha sido decidido tão perto do final da última corrida, nunca ninguém tinha ganho o Mundial na última travagem e, por isso, este é um Grande Prémio que ficou na memória de todos. CLIQUE AQUI
2 – GP da Grã-Bretanha de F1 1987
Não era novidade para ninguém que as coisas entre os dois pilotos da Williams, Nelson Piquet e Nigel Mansell, não eram lá muito famosas, e nesta corrida, ambos arrancaram na primeira linha da grelha de partida. Depois de um problema técnico, Mansell regressou 29 segundos atrás de Piquet, mas encetou uma fabulosa recuperação em que bateu o recorde da melhor volta nada mais nada menos que 11 vezes. Mas seria capaz de apanhar Piquet? Sim, fê-lo na penúltima volta e passou o brasileiro em Stowe, sendo o primeiro a ver a bandeira de xadrez, e logo na frente dos seus entusiasmados fans. Foi o momento em que a Mansell-mania se fez sentir pela primeira vez… CLIQUE AQUI
3 – GP de Abu Dhabi de 2010
Sebastian Vettel trocou as voltas aos seus rivais, dominou em Abu Dhabi num dia em que Alonso e Webber terminaram longe dos lugares a que nos habituaram, para se sagrar o mais jovem Campeão do Mundo da história da F1. De reviravolta em reviravolta, o Campeonato do Mundo de F1 ficou na história deste desporto. Alonso, Button, Webber e Hamilton passaram pela liderança do campeonato nas primeiras 18 corridas do ano, com Vettel sempre na perseguição, mas sem nunca chegar à primeira posição da tabela pontual. Mas o jovem alemão guardou o melhor para o final e não poderia ter escolhido com mais acerto o dia em que passou pela primeira vez na sua carreira, para a frente do Campeonato do Mundo de Pilotos: o dia em que acabou o Mundial de 2010. Muito criticada por não ter colocado todos os seus esforços por trás da candidatura de Mark Webber na fase final do Mundial, sobretudo depois de Vettel ter abandonado em Spa-Francorchamps por erro próprio, a Red Bull acabou por ser recompensada por ter decidido manter tudo em aberto. Foi por ter dois pilotos na luta pelo título, na última corrida, que a equipa de Mateschitz juntou o Mundial de Pilotos ao de Construtores, pois a Ferrari teve de escolher entre marcar Vettel ou Webber e acabou por seguir o caminho errado. CLIQUE AQUI
4 – GP do Brasil de 2012
Quando Sebastian Vettel e Fernando Alonso chegaram a Interlagos, separava-os apenas 13 pontos, com vantagem para o alemão. Logo, ao espanhol era necessário terminar pelo menos em terceiro, com o seu rival a não conseguir melhor que décimo, para poder aspirar ao seu terceiro título. Não eram famosas as hipóteses do espanhol, mas quando Vettel fez um pião na primeira volta, após o contacto de Bruno Senna, as suas hipóteses ao ceptro caíram drasticamente, e não houve ninguém no universo Red Bull que não tenha apanhado um susto daqueles… Ainda por cima, Alonso já estava em terceiro no início da segunda volta. No entanto, Vettel não baixou os braços e impondo um ritmo infernal, foi ganhando posições. À nona volta era já sétimo. Não se podia pedir mais ao jovem alemão, que reagiu rapidamente às alterações das condições da pista, trocando sempre para pneus mais adequados para não correr riscos desnecessários. Ao todo, Vettel fez quatro paragens nas boxes – nas voltas 10, 19, 52 e 54 – contra três pitstops de Alonso, o que lhe permitiu rodar consistentemente com borracha ideal em cada momento. Houve momentos em que era notória a sua contenção para evitar excessos. No polo oposto, Alonso rodou sempre entre os quatro primeiros, vindo a beneficiar do acidente entre Hamilton e Hulkenberg para subir para segundo. Mas sem argumentos para atacar a liderança de Button na parte final, deixava nas mãos do acaso as suas hipóteses de chegar ao título, que não se veio a confirmar. CLIQUE AQUI
5 – GP do Mónaco de 1992
Nunca a pista do Mónaco pareceu tão estreia para um piloto e um carro! Foi o caso do williams de Nigel Mansell em 1992. Nigel Mansell chegou a Monte Carlo com cinco vitórias nas primeiras cinco etapas do Mundial e perfilava-se como o grande candidato à vitória. Nos treinos qualificativos o piloto britânico alcançou o melhor tempo (Senna foi 3º) e este resultado permitiu-lhe liderar a corrida sem contestação. Com 71 voltas percorridas, o avanço de Mansell era gigantesco, mas um problema numa roda levou-a a entrar nas boxes. Quando regressou à pista estava no 2º posto, cinco segundos atrás de Senna que liderava, mas rapidamente conseguiu colmatar esta diferença. Assistiu-se então, e até ao final da corrida, a uma verdadeira luta de titãs, com Mansell a tudo fazer para conseguir encontrar o “buraco da agulha” para ultrapassar e Senna a defender-se com unhas e dentes, não cometendo qualquer erro. Foi um espetáculo alucinante que viria a culminar com a 5ª vitória consecutiva do brasileiro, apenas com 0,2 segundos de vantagem sobre o piloto da Williams. CLIQUE AQUI
6 – GP do Brasil de 2007
A Superioridade da Ferrari na pista de Interlagos ficou claramente à vista de todos. Com Massa na frente e Raikkonen a superar Hamilton na primeira curva, a equipa italiana estava a fazer o máximo que lhe era possível para dar o título ao piloto finlandês. Mas isso só não chegava e acabou por ser necessária a ajuda da sorte para que Raikkonen conquistasse o seu primeiro título mundial, com apenas um ponto de vantagem sobre Hamilton e Alonso, no final mais cerrado da história do Mundial de F1. Primeiro foi um erro de Hamilton, logo na primeira volta, que melhorou as perspetivas de Raikkonen, mas o momento decisivo da corrida e do Mundial acabou por acontecer na oitava volta, quando um problema eletrónico fez com que o comando da caixa de velocidades do McLaren do inglês deixasse de funcionar, atrasando-o de forma definitiva na classificação. Daí para a frente, com Alonso claramente incapaz de acompanhar os Ferrari, já se sabia que Massa teria de deixar Raikkonen passar para dar o título ao finlandês, mas o novo Campeão do Mundo não precisou da ajuda do seu companheiro de equipa. Parando três voltas mais tarde no derradeiro reabastecimento, Raikkonen fez o suficiente para regressar à pista na frente da corrida, ganhando com mérito tanto a corrida como o Campeonato. CLIQUE AQUI
7 – Grande Prémio do Japão 2005
Kimi Raikkonen foi o protagonista desta prova. Do 17º lugar na grelha até à ultrapassagem a Fisichella na última volta, Kimi Raikkonen protagonizou a recuperação do ano a caminho dum inesperado triunfo. Mesmo arrancando do fim da grelha, por se ter qualificado sob chuva intensa, o finlandês conseguiu chegar à vitória graças a uma ultrapassagem de risco a Giancarlo Fisichella na entrada da última volta. Curiosamente, o piloto da McLaren sobreviveu a um toque de… Juan Pablo Montoya na primeira curva, passou Massa, Pizzonia, Villeneuve e Klien antes do primeiro reabastecimento e por ter sido o penúltimo piloto a reabastecer chegou ao sexto lugar depois da primeira paragem. Passando Michael Schumacher na 30ª volta e sendo o último a reabastecer, quando faltavam apenas oito voltas para o final da corrida, o piloto da McLaren saltou para o segundo lugar a 5,4s de Fisichella. Uma diferença que em condições normais não lhe daria a menor hipótese de sonhar com a vitória, mas o Renault do líder não parecia em grande forma, enquanto o seu McLaren mais parecia ter asas. Em apenas quatro voltas a diferença entre os dois primeiros reduziu-se para apenas meio segundo, e aproveitando a trajetória muito defensiva de Fisichella na chicane, que comprometia a sua velocidade de entrada na reta da meta, o nórdico conseguiu passar o piloto da Renault por fora na entrada da última volta, depois dos dois carros quase se terem tocado quando já estavam a rodar acima dos 300 km/hora! Foi um final de antologia para uma corrida sensacional. CLIQUE AQUI
8 – Grande Prémio do Canadá 2011
Jenson Button ganhou o GP do Canada depois dum erro de Vettel a meia volta do final da corrida ter feito cair o alemão para o segundo posto. De último para primeiro em 33 voltas, Button protagonizou uma das recuperações mais sensacionais da história da F1. Dois arranques atrás do Safety Car, mais quatro períodos de Safety Car, três por incidentes e outro por queda intensa de chuva, mais uma paragem de uma hora e 56 minutos para permitir que a água escoasse, dão bem a ideia do que foi este caótico GP do Canadá. Incidentes foi coisa que não faltou, incluindo entre pilotos de topo como Hamilton e Webber, Button e Hamilton e, por fim, Button e Alonso, o que contribuiu para que Vettel tivesse uma vida tranquila até ás ultimas voltas, quando o andamento fenomenal de Jenson Button no piso seco apanhou toda a gente de surpresa. CLIQUE AQUI
9 – GP da Europa de 1993
Ayrton Senna provou que sep odai ganahr com um carro inferior, à chuva. Terceira prova do campeonato. Na qualificação, os dois Williams/Renault foram dominadores, com Alain Prost na frente de Damon Hill. Michael Schumacher foi terceiro e Senna quarto. Na largada, a pista estava húmida e a secar, mas todos os pilotos utilizaram pneus slicks. Schumacher bloqueou Senna e os dois perderam tempo, deixando passar Karl Wendlinger, que ficou em terceiro, atrás dos dois Williams. Começou nessa altura o ‘festival Senna’: numa pista meio seca, com zonas bastante molhadas e traiçoeiras, passou Schumacher na terceira curva e Wendlinger durante as rápidas Craner Curves, à esquerda, logo a seguir. Então, Senna encontrou-se atrás de Hill e passou-o na curva número sete, a McLean’s. Com Alain Prost no horizonte, foi atrás do francês e assumiu a liderança na penúltima curva, o gancho de Melbourne. E pronto: uma vez na frente, Senna utilizou a sua proverbial capacidade de pilotagem em condições mutantes, conjugando-a com uma excelente leitura das condições atmosféricas. Manteve os pneus slick quando começou a chover e esse foi o segredo do seu triunfo por mais de 1m23s sobre os dois Williams/Renault, porque logo a seguir a chuva parou e a pista foi secando. Senna fez a melhor volta da corrida na 57ª volta, quando passou pelas boxes… e decidiu no último instante abortar a sua paragem para trocar pneus, continuando em direção à pista! CLIQUE AQUI
10- Grande Prémio da Europa (Nurburgring) 1995
O dia da corrida ‘acordou’ nublado, mas a pista estava húmida, pois tinha chovido antes mas só os Ferrari e os McLaren arrancaram com slicks. A primeira partida foi abortada, mas na segunda Coulthard arrancou bem, enquanto Hill foi passado por Schumacher. Um pouco mais atrás, Ferrari e McLaren caíam na classificação, mas com o passar das voltas a pista começou a secar, com Jean Alesi a começar a mostrar que o risco podia valer a pena. Na volta 17, o francês já liderava. Com todas as movimentações, Alesi conseguiu uma vantagem de 45 segundos. Após nova passagem pelas boxes, Schumacher era segundo e com o carro mais leve, com menos combustível e com pneus mais frescos foi ganhando tempo e ultrapassou-o, com uma manobra fantástica na chicane, antes da reta da meta, no final da volta 65, vencendo dessa forma a sua sétima corrida do ano. CLIQUE AQUI
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Se há coisa difícil de hierarquizar é isto. Depende muito do que cada um aprecia mais, e da memória. Antigamente uma corrida de F1 era um espectáculo de cor e som que fazia vibrar os sentidos intensamente. Hoje será ainda de cor, mas o som que era uma componente fundamental perdeu-se. Como se o ruído dos F1 contribuísse algo para a poluição sonora geral! Os carros antigos davam uma sensação de força e poder que não tem nada a ver com o que se passa hoje. Mas claro isso é só para quem assiste ao vivo. Na TV é tudo… Ler mais »
Salto de 30 para 40 anos de saudades de José Carlos Pace.
Brasileiro na Ferrari ? Aí têm um grande exemplo
Reparei que não aparece uma única Vitória do Schumacher. Agora se publicassem as Top 10 ultrapassagens, certamente aparecia o Schumacher, mas a ser ultrapassado.
Estoril 96 e Spa 2000, inesquecíveis.
Alonso Japão. 130R
O Schumacher ganhou o GP da Europa de 1995. E com uma ultrapassagem inacreditável. Vem no artigo, em 10.º
O Schumacher era mais o Top 10 mas das trafulhices… Cumprimentos
Quais? Está a falar do crashgate ou do spygate? O Schumacher nem aparece na lista dos clientes do HSBC suíço suspeitos de evasão fiscal, veja lá!
Se calhar está a confundir o Schumacher com outro piloto – um ainda no activo, que vai passar o ano a arrastar-se pelo fundo da tabela com a equipa que “escolheu” (lol).
Não sei se há algum piloto em actividade que tenha sido condenado por conduta anti-desportiva…mas o Schumacher foi! Desclassificado e com os pontos retirados em 1997. Claro que isso, ainda assim, não se compara ao campeonato “vencido” em 1994 com um carro ilegal e abalroando o Hill na ultima corrida… Mais vergonhoso que isso seria, por exemplo, alguém fazer birrinha e anunciar que se ia embora do forum, falando mal da redacção do AS, e depois voltar de rabinho entre as pernas, manso. Conhece alguém assim? Cumprimentos
Recuando ainda mais: Itália 1971! A única vitória de Peter Gethin! Os cinco primeiros separados por seis décimos de segundo! Monza ainda sem em chicanes! Uma corrida memorável e de cortar a respiração do princípio ao fim!
Monza tinha muitas corridas decididas ao photo finish nesse altura. Em 1969, em 1967 a ultima vitória do Surtees ganha ao Brabham por 0,2s. Talvez porque não tinha chicanes era permitido esse tipo de coisas.