Tazio Nuvolari: O herói que nunca disse não
Tazio Nuvolari ainda hoje é recordado com um enorme respeito e carinho, entre os habitantes da região de Mântua, onde nasceu, na pequena
aldeia de Castel d‘Ario. De aspeto frágil e, mais tarde, muito doente, era filho de um pequeno agricultor, ciclista nas horas vagas. Por isso, não espanta que, muito cedo, o jovem Tazio se tenha sentido atraído pelas bicicletas, até porque tinha pelo tio Giovanni, um às dessa altura, uma admiração sem limites.
Porém, pedalar não era o seu objectivo – nesses anos, era muito tenra a febre da velocidade, mas Tazio depressa percebeu que era nela que queria embrenhar-se. Começou a correr aos 31 anos, tanto em motos como em carros. Não como um amador, mas como um verdadeiro profissional. Revelação do ano, nas motos, em 1923, foi convidado em 1925 para correr com a Alfa Romeo. Corajoso até aos limites do impensável, «il campionissimo » sabia dominar como ninguém as potentes máquinas, que atingiam com facilidade mais de 300 km/h, quase sem travões e com uma segurança apenas ilusória. O seu nome entrou na lenda – ainda hoje é recordado como o piloto que cruzou a linha de meta, numa corrida, com o volante do carro na mão direita; ou quando correu totalmente engessado, depois de um acidente em que fraturou diversas costelas e tiveram de o retirar do carro, no final. Frágil e doente, resistiu com estoicismo à morte, ainda crianças, dos seus dois filhos, bem como à tuberculose galopante, que o levou a competir, nos seus últimos anos, com a cara tapada com um lenço,
manchado de vermelho pelo sangue que saía com a tosse. Morreu na cama, depois de vencer 91 das 308 corridas em que participou.
Excelente artigo. Bom trabalho AS!
Cumprimentos