Será que Kubica tem mesmo condições para regressar à F1?

Por a 20 Outubro 2017 14:05

Robert Kubica tem feito correr muita tinta nos media. O piloto polaco tem testado com frequência nos últimos tempos, tendo começado com a Renault e estando agora a rodar com a Williams, de forma a aferir se tem condições para fazer um regresso à categoria máxima do automobilismo, que seria a todos os níveis espantoso.

Os boatos dizem que Kubica não perdeu a velocidade que o caraterizava e que conseguiu apresentar tempos competitivos. No último vídeo que surgiu na net, consegue-se concluir que Kubica rodou à volta de dois segundos acima do tempo de Massa, o que pode ser considerado muito positivo.

Kubica foi sem sombra de dúvidas um dos maiores talentos da sua geração. No Karting mostrou o seu talento desde cedo vencendo com regularidade na Polónia, algo que se repetiu no campeonato italiano para onde se mudou e nos campeonato europeus onde também deu nas vistas. O nome começava a ganhar fama e depressa chegou à Formula Renault 2.0, onde continuou a impressionar. Passou pela Formula 3, conseguiu bons resultados, sendo o mais significativo a pole position no GP de Macau, ficando com o recorde de pista em seu nome. Nunca venceu no Circuito da Guia ficando por duas vezes em segundo. Venceu também a Formula Renault 3.5 até chegar à tão desejada F1.

A BMW foi a sua porta de entrada em 2006 como piloto de testes mas um acidente de Villenneuve obrigou o polaco a mostrar serviço mais cedo do que o planeado. Na sua primeira corrida fez sétimo, depois de se qualificar em nono, fazendo melhor que um tal de Nick Heidfeld, seu colega de equipa.

À terceira corrida conseguiu o seu primeiro pódio, no GP da Itália, confirmando o seu talento perante os melhores pilotos do mundo. Conseguiu um 6º no final do campeonato em 2007 e 4º em 2008, ano da sua primeira vitória, no GP do Canadá. Em 2009 o ano começou mal para o piloto, com um BMW Sauber pouco competitivo. O carro sofreu melhorias e os resultados também começaram a surgir mas não era suficiente para voltar aos pódios, ele que tinha alcançado sete no ano anterior. A BMW anunciou a saída da F1 e isso fez que Kubica ficasse livre para procurar outros caminhos.

Mudou-se para a Renault em 2010 ano em que voltou a mostrar serviço e foi considerado por Mark Hughes, um dos maiores jornalistas da modalidade, o melhor piloto de F1 naquele tempo, baseando a sua opinião nos desempenhos do piloto nas pistas onde o talento do piloto faz a diferença… Mónaco, Spa e Suzuka, onde conseguiu pódios à exceção de Suzuka, onde foi obrigado a desistir sem culpas. Mas ainda assim mostrou nesse fim de semana que era o mais rápido dos pilotos atrás dos Red Bull e que só ele os poderia colocar em sentido.

Em 2011 esperava-se ainda mais e melhor mas o seu destino ia pregar-lhe uma partida. O piloto teve uma saída de pista no Rali Ronde di Andorra. Sofreu fraturas múltiplas e uma amputação parcial do braço direito. A reabilitação iria ser demorada e a Renault, que manteve o contrato do piloto em 2011 (Heidfeld foi o seu substituto), foi obrigada a recorrer a Grosjean e Raikkonen para enfrentar 2012.

Em 2013 o polaco voltou a competir nos ralis voltou a mostrar a sua rapidez habitual. Infelizmente a velocidade era diretamente proporcional às saídas de pista. Subiu do ERC para o WRC2, passando pelo WRC onde os constantes acidentes obrigaram o piloto a desistir da ideia de competir nos ralis, se bem que a principal razão se deveu ao facto de não ter meios para lutar em igualdade de circunstâncias com os ‘oficiais’. Quanto às saídas, a explicação era fácil pois o polaco dizia que não andava ali para ficar em quinto ou sexto, e por isso queria descobrir os limites o mais rapidamente possível. Já não foi a tempo…

O azar pautou a carreira de Kubica. A sua estreia na Formula 3 foi adiada devido a um acidente que lhe afetou o braço direito, que ficou literalmente preso por parafusos. Mesmo assim foi capaz de vencer! Em 2007 sofreu um terrível acidente no Canadá, onde embateu a cerca de 300Km/h contra um muro de proteção. Ficou apenas fora de combate durante uma corrida por precaução, sendo substituído por Vettel. Foi no Canadá que venceu a sua única corrida na F1.

Os seus números na BMW Sauber refletem um pouco do que poderia ter feito: uma vitória, 12 pódios e 1 pole. A 100% não temos dúvidas que teria capacidade para lutar pelos lugares cimeiros. Há quem diga que o seu talento é equiparável ao de Hamilton e Alonso.

Os testes que tem realizado estão a animar os fãs. Mas será que Kubica tem mesmo condições para regressar à F1? Schumacher teve um tempo de paragem muito menos prolongado e nunca foi capaz de mostrar a competitividade de outros tempos. Por norma os regressos nunca são muito positivos. A única certeza que existe é que Kubica tem uma enorme vontade de voltar à F1 e está disposto a tudo para o conseguir. Se realisticamente temos motivos para torcer o nariz e dizer que há novos talentos que merecem esse lugar, o nosso coração quer que Kubica regresse e volte a mostrar o seu talento.

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Frenando_Afondo™
Frenando_Afondo™
6 anos atrás

Sim. Metam-no no Williams, deixem-no mostrar o que ainda consegue fazer. Se não a Williams pode ir buscar outro rapidamente. Porque se estão a pensar ir buscar o Palmer para a Williams… Oh god, please no.

can-am
can-am
6 anos atrás

O Kubica ficou com uma lesão muito complicada no braço, para mais agravada pelo espaço exíguo que é o cockpit de um F1 e com as exigências físicas dum monolugar de topo. Totalmente diferente dos ralis,onde basicamente são carros de produção preparados para a competição. Também é verdade que as exigências fisicas dum F1 são hoje menores do que foram no passado – mas isso foi bastante antes do Kubica se ter estreado na F1. No tempo em que ele corria era mais fácil guiar um F1 do que hoje, porque os carros eram mais lentos e tinham menos downforce.… Ler mais »

Pity
Pity
Reply to  can-am
6 anos atrás

Concordo e acrescento: um fim de semana de corrida, é muito mais exigente do que um dia de testes, mesmo que nesse dia faça mais quilómetros do que em todo um fim de semana de corrida.
De qualquer maneira, o Kubica “coxo” de um braço, vale mais do que o Palmer, por exemplo.

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