Quanto vale a injecção de óleo nos motores dos Fórmula 1?

Por a 19 Outubro 2017 14:20

Estamos numa fase do ano em que a expressão, queimar gordura está cada vez menos em voga. O verão já deveria ter ido embora, e a necessidade de mostrar os resultados das dietas e do exercício não é tão premente. Na F1 no entanto o tema ainda está na moda e promete dar ainda de que falar.

O que falamos é da queima de óleo no motor das máquinas do ‘Grande Circo’. Cada carro pode carregar o máximo de 105 Kg de combustível. Curiosamente não é este o factor limitador uma vez que são várias as pistas onde os carros não levam o máximo regulamentar de combustível (quanto mais peso menor a velocidade). Historicamente as equipas estiveram sempre no limbo no que a combustível diz respeito, colocando a menor quantidade possível para cumprir a estratégia delineada, nem que isso implique levantar o pé durante a corrida.

O grande factor limitante é o fluxo de combustível permitido (100kg/h), o que na prática significa que a quantidade de combustível que chega ao motor é limitada de forma a respeitar essa regra, o que provoca por exemplo uma espécie de estrangulamento as 12500 rpm, quando os motores podem chegar às 15000.

Nos últimos tempos surgiu o rumor que a Mercedes e a Ferrari usavam óleo para aumentar a potência dos motores.

O processo é relativamente simples: Os pistões das câmaras de combustão são lubrificados, mas o óleo usado é tão fino e a própria arquitectura do pistão tão inteligente, que permite que certa quantidade de óleo passe para a câmara de combustão. Isso faz que a explosão seja mais forte e o perigo de detonação seja diminuído (basicamente mais força com menos riscos de explosão antes da faísca das velas, o que danificaria o motor). Outros defendem que o óleo é injectado através do turbo nas câmaras de combustão, ou que o óleo é usado para refrigerar as câmaras de combustão, para assim poderem injectar misturas mais ricas de combustível/ar, sem o risco de detonação.

Há ainda suspeitas que o óleo usado é enriquecido com aditivos de forma a ter maior capacidade energética e assim aumentar a potência da combustão.

Assim de forma simples, os engenheiros resolveram o problema da limitação de potência por via do fluxo de combustível. Obviamente que isso vai contra a filosofia destes motores que se querem eficientes e relevantes no mercado automóvel. Esse truque, embora inteligente, não serve os propósitos da FIA e está a ser progressivamente terminado. Toda a gente sabe que um carro que ‘bebe’ muito óleo não interessa aos clientes.

Desde Monza que os motores passaram a poder queimar apenas 0.9l de óleo por 100 km (2.7 L por corrida), quando anteriormente o limite era de 1.2l (3.6l por corrida). Inicialmente esse valor chegava aos 5l por corrida.

Para 2018 esse valor irá descer para os 0.6L por 100km, assim como a proibição de válvulas nas entradas de ar que possam permitir a injecção de óleo).

Cyril Abiteboul mostra-se feliz com as mudanças e afirmou que a Mercedes e a Ferrari ganharam vantagem em relação aos motores franceses por terem usado desse truque, algo que a marca do losango não quis seguir. O responsável da equipa diz que a diferença de potência em qualificação se deve a este subterfúgio e que para o ano as diferenças serão atenuadas com as novas regras.

Quanto vale a injecção de óleo nos motores? Fala-se de 0.1 a 0.2 segundos por volta, mas há quem defenda que é muito mais. Quando as mudanças interessam, as equipas apresentam sempre números muito humildes. Mas é mais um capítulo no jogo do rato e gato entre engenheiros e FIA.

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Frenando_Afondo™
Frenando_Afondo™
7 anos atrás

Gosto imenso da foto com riscos que parecem ser feitos no paint por um puto de 5 anos. Explica imenso.

Segundo a foto cria-se uma bola vermelha que empurra setas vermelhas contra a cabeça do cilindro, mas também se criam setas vermelhas que empurram o cilindro para cima.

So dense, so much information.

nuz18t
nuz18t
Reply to  Frenando_Afondo™
7 anos atrás

As setas e as linhas vermelhas sao os segmentos e a parede do cilindro, onde supostamente o óleo entra, na primeira teoria (duvido que seja o método usado, muito arriscado).
A bolinha vermelha supostamente é o óleo a entrar por uma válvula, a segunda teoria, (o método mais simples na minha opiniao)… Cps

ernie
ernie
Reply to  nuz18t
7 anos atrás

E entre as setas e as linhas vermelhas e uma bolinha vermelha, tudo supostamente. É claro que os putos de 5 anos acham as setas bué giras. O nuz18t segundo algumas teorias (primeira e segunda), ficou dupla e supostamente elucidado, para supostamente na sua opinião estabelecer qual é o método mais simples e o mais arriscado. Entretanto eu, frenando_afondo e muitos outros supostamente temos a sensação que o AS, em vez de encher chouriços como de costume, enfiou um clister de suposta informação ao nuz18t. Meu caro nuz18t, mais uma vez o AS não prestou um bom serviço informativo, porque… Ler mais »

nuz18t
nuz18t
Reply to  ernie
7 anos atrás

Caro Ernie, concordo que nao seja a melhor foto nem o melhor texto, mas nao nos vamos esquecer de que na F1 tudo é segredo, gostei da iniciativa do Sr Favio, que dá para ver que pesquisou um pouco sobre o caso e escreveu sobre detalhes técnicos da “queima de oleo”, que é uma coisa que interessa a muitos foristas e raramente se le artigos sobre a parte tecnica, talvez por as criticas imediatas e/ou tambem como mencionei em cima, pelo segredismo que é a F1… Cps

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