Q&A Oscar Piastri (McLaren): celebra 1ª pole em GP e destaca gestão de pneus como chave

‘Gancho’ perfeito e estratégia afinada: Oscar Piastri explica caminho até à pole e projeta corrida exigente

Oscar Piastri conquistou a sua primeira pole position em Grandes Prémios e não esconde a emoção após o feito. O australiano destaca o significado especial deste resultado, analisa a sua performance na decisiva Q3 e explica como a McLaren conseguiu corrigir os erros da qualificação Sprint. Focado no desafio de manter a liderança na corrida, Piastri sublinha a importância da gestão de pneus numa prova que promete ser marcada por elevada degradação.

Oscar, grande dia, o que é que isto significa para ti?

“Significa muito. Já estive perto algumas vezes e, sim, é bom ter finalmente a minha primeira pole. Já fiz algumas poles no Sprint, mas fazer a primeira pole num Grande Prémio significa um pouco mais. Por isso, sim, estou bastante entusiasmado. Trabalhei arduamente para isso e sinto que o início da época tem sido forte. Obviamente, o resultado em Melbourne foi uma pena, mas sinto que tenho feito um bom trabalho e, sim, estou feliz por ter terminado na pole.”

Fala-nos sobre as voltas na Q3. Disseste no rádio que tinhas feito o ‘gancho’ da tua vida. Fala-nos sobre isso.

“A minha primeira volta foi melhor do que a segunda, mas no ‘gancho’ no final da reta perdi um pouco de tempo e não fiz o melhor que podia. E depois, na segunda volta, estava cerca de dois décimos abaixo de mim próprio, por isso pensei: ‘Porque não arriscar mais no gancho?’ e recuperei esses dois décimos e depois encontrei um pouco mais na última curva. Por isso, sim, honestamente, sem isso, estava tentado a ir para as boxes antes disso. Por isso, agora estou muito contente por não o ter feito, mas foi – fiz uma boa curva, só isso.”

A qualificação de hoje foi melhor do que a qualificação do Sprint de ontem para a McLaren. Que lições aprenderam durante a noite que puderam aplicar esta tarde?

“Penso que o nosso carro estava rápido ontem, mas o plano de corrida que adotámos na qualificação para o Sprint acabou por não ser o melhor. Acho que hoje sabíamos que a sessão era obviamente um pouco mais longa para podermos fazer duas voltas corretas. Por isso, penso que houve algumas coisas que, em retrospetiva, poderíamos ter ontem feito de forma diferente. E sim, hoje penso que o ritmo do carro foi mais ou menos o mesmo.

Apenas o executámos da forma que devíamos. Por isso, sim, acho que foi um bom dia no geral. Acho que aprendemos muito esta manhã. Acho que aprendemos muito com a qualificação de Sprint de ontem para traduzir na qualificação desta tarde e, sim, estou contente por ter resultado.”

E agora o Grande Prémio. O que achas que vai ser fundamental para garantir o P1?

“Acho que o mais importante é garantir que os pneus sobrevivem. Penso que vimos esta manhã que aqueles que conseguiam – ou eu diria que cuidavam dos seus pneus, mas isso nem sequer era verdade – as pessoas que conseguiam gerir o melhor de uma forma, ou de outra, eram as mais rápidas. E acho que no meu Sprint senti que fiz um trabalho razoável, foi apenas difícil tentar ultrapassar o Max. Mas acho que vimos que o facto de o Lewis ter estado na frente toda a manhã provavelmente o ajudou a longo prazo. Por isso, sim, acho que vai ser uma corrida muito interessante. É o maior grau de degradação que provavelmente já vimos e o maior grau de granulação que já vimos em muito tempo. Por isso, vai ser interessante ver se se mantém igual amanhã.”

É a primeira pole position de um australiano desde Daniel Ricciardo no Grande Prémio do México em 2018. Qual é a sensação para ti, como australiano e com a nação a assistir?

“É sempre bom representar bem o meu país. Não posso dizer que penso muito nisso quando estou na pista, mas é sempre uma honra correr pela Austrália. A receção que tive no fim de semana passado foi incrível. Tenho muita sorte em fazer uma corrida no meu país e na minha cidade natal. Mas sim, é bom poder fazê-lo… Sou um piloto de corridas, por isso sou egoísta, é bom fazê-lo por mim, mas também é bom fazê-lo pela Austrália.

O Lando disse que alterou bastante o carro depois da corrida de Sprint. Mas disseste que o ritmo é bastante semelhante. Qual foi o vosso trabalho desde o início do dia até esta tarde?

“Mudámos algumas coisas. Não estava muito contente com o carro que tinha na qualificação da Sprint e na Sprint desta manhã, por isso estava a tentar melhorá-lo um pouco para hoje – e, honestamente, provavelmente mais para amanhã.

Mas sim, ainda não tenho a certeza se foi necessariamente melhor ou pior. Penso que talvez tenha sido um pequeno passo melhor. Penso que o ritmo nos dois dias foi semelhante. Como o Lando disse, tem sido bastante complicado obter tempos por volta. Na Q1 e na Q2 estava a ter muitas dificuldades e, de alguma forma, encontrei muito tempo na Q3, o que ainda não percebi muito bem.

Por isso, sim, acho que mesmo quando mudamos as coisas, não podemos virar o carro do avesso. Ele tem as suas caraterísticas com as quais temos de viver, especialmente num fim de semana de Sprint.

O carro foi rápido ontem, foi rápido esta manhã, não vamos arriscar tudo ao tentar ser meio segundo mais rápidos do que toda a gente. Por isso, penso que foram apenas algumas pequenas coisas que estavam na direção que eu queria antes da sessão e não tenho a certeza se quero isso agora. Mas, pelo menos, fez o que eu esperava.”