Peças dos Fórmula 1 quase duplicaram em 20 anos: Raio-X do BAR/Honda

Um monolugar de Fórmula 1 moderno é composto por aproximadamente 14.500 componentes individuais. Há 20 anos os carros mais complexos tinham cerca de 7.000 incluindo o motor. Hoje, recordamos um texto com 20 anos que ‘decifra’ o que era uma F1 de 2003, no caso o BAR/Honda.
Ainda hoje, qualquer monolugar de F1 ‘no ativo’ está totalmente montado durante pouco tempo, praticamente desde uns minutos antes de ir para a pista, até uns minutos após o regresso às boxes. Mesmo assim, é pouco comum ver um F1 ser apresentado como um puzzle de alta tecnologia, no qual todas as peças se encaixam com enorme precisão. Sem contar com o motor, que utilizava mais de quatro mil peças (de cerca de mil tipos diversos), um F1 de 2003/2004 possuía entre duas e três mil peças, o que obrigava a maior parte das equipas a fabricarem várias dezenas de milhares de peças por ano. Hoje esse número é muito mais, mas também a tecnologia para as fabricar é muito mais rápida e eficiente, mas como sabemos, nunca é fácil para as equipas terem sempre o que precisam quando querem. Veja-se o caso da Williams este ano…
Na imagem está representado o BAR 005/Honda peça a peça, mas muitas destas são apresentadas em conjuntos, o que reduz a identificação a somente seis dezenas, até porque não se pretende fazer uma apresentação exaustiva do carro usado pela equipa BAR-Honda em 2003.
Sublinhe-se o facto dos monolugares da altura terem a carroçaria reduzida ao mínimo, uma vez que a maior parte do chassis ficava a descoberto. Assim, a carroçaria inferior era maior do que a superior, pois o estudo e tratamento aerodinâmico da parte inferior dos carros da F1 dessa altura era essencial para assegurar a sua grande eficácia.
Por outro lado, os radiadores e sistemas de arrefecimento do motor possuíam, na altura, dimensões bastante reduzidas, sobretudo se pensarmos que a maioria dos motores V10 debitavam mais de 900 cv.
Hoje em dia, um monolugar de Fórmula 1 moderno é composto por aproximadamente 14.500 componentes individuais. Cada uma dessas peças é feita sob medida, utilizando tecnologias avançadas como Design Auxiliado por Computador (CAD) e Manufatura Auxiliada por Computador (CAM) para desenvolver e processar os componentes.
É importante notar que, ao contrário dos veículos de rua ou mesmo de outras categorias de corrida como a Fórmula 2, os F1 são completamente únicos para cada equipa, com peças constantemente desenvolvidas e atualizadas ao longo da temporada.
Quanto à composição básica do carro, o Chassis inclui o assoalho, suspensão, direção e travões.
O motor ou unidade motriz, ou de potência, como alguns gostam de chamar, é de longe uma das partes mais caras, e complexas, com várias unidades fornecidas por temporada. Uma das coisas que vai mudar nas regras de 2026 é a complexidade do motor, passando a ser mais simples.
A aerodinâmica inclui asas e outros componentes que afetam o fluxo de ar, a eletrônica tem sistemas complexos, incluindo o volante. Os pneus são relativamente baratos em comparação com outras peças, mas são essenciais em todo o conjunto e como são frequentemente trocados, o custo total também é muito ao fim de uma época
A complexidade e o número de peças refletem a natureza altamente tecnológica e em constante evolução da Fórmula 1, onde cada componente é crucial para o desempenho do carro nas pistas. Não é por acaso que se trata do pináculo do desporto automóvel. Mais complexo que a F1, só mesmo a NASA…
