Os novos jovens valores rookies da Fórmula 1

Com a saída anunciada de Felipe Massa e Jenson Button a Fórmula 1 vai sofrer uma enorme baixa da média de idades, e se forem concretizadas outras entradas, umas mais prováveis que outras, a F1 vai ter um revolução não só nas regras, mas também no plantel, que ficará bem rejuvenescido…

A Mercedes, Red Bull, Ferrari e McLaren-Honda são as únicas equipas que já têm delineados os seu line up para 2017, sendo que a Force India, Williams, Toro Rosso, Haas, Renault, Manor e Sauber estão todas ainda em dúvida. Mas do que aqui queremos falar é dos jovens pilotos que recentemente chegaram à F1 e o que podem dar à modalidade nos próximos tempos.

A McLaren-Honda é a mais recente equipa de ponta (sim, apesar dos problemas, nunca o deixou de o ser, e está já bem mais perto de lá regressar) a promover a piloto efetivo um jovem valor do desporto automóvel mundial, Stoffel Vandoorne. A Williams prepara-se para fazer o mesmo com Lance Stroll, a Toro Rosso com Pierre Gasly, a Haas pode apostar em Charles Leclerc, a Manor tem agora Esteban Ocon e Pascal Wehrlein. Há outras hipóteses, Alex Lynn (Williams), Alexander Rossi (Manor), mas são bastante menos prováveis.

Eric Boullier é de opinião que Stoffel Vandoorne, que vai substituir Jenson Button na McLaren, depressa se vai tornar competitivo na Fórmula 1 e vai crescer vencendo os melhores: “Acho que Stoffel mostrou claramente o seu talento, em primeiro lugar nas categorias mais baixas, e agora estou certo de que ele pode fazer o mesmo na F1. Ele ainda não tem a experiência dos restantes pilotos, mas vai crescer a batê-los. Ele no Bahrein mostrou que está pronto para a F1. Ele é um jovem, mas vai beneficiar da experiência do Fernando (Alonso) e do Jenson (Button)”, disse. Fernando Alonso também está convencido que o novo colega de equipa vai ‘vingar’: “Eu e o Jenson vamos ajudar no que pudermos o Stoffel a integrar-se na F1, pois sabemos que ele pode ser o piloto a liderar a McLaren. Este ano eu e o Jenson temos tentado bater-nos um ao outro e ao mesmo tempo ajudar a equipa, e o Stoffel tem-nos ajudado muito, com muito simulador e testes e também muito trabalho com os engenheiros e no próximo ano queremos ajudá-lo no trabalho dele”. Com dois ‘professores’ destes…

Lance Stroll tem tudo a provar na F1, mas o que tem feito na F3, já provou que merece chegar à F1 sem que se pense no dinheiro do pai. É verdade que ajuda muito, especialmente os 20 milhões que pagou à Williams para o seu filho poder preparar a chegada à F1 com um Williams de 2014 em diversas pistas. É verdade que os F1 de 2017 serão diferentes, mas não resta a mais pequena dúvida que o jovem canadiano vai chegar à F1 com um andamento muito acima de qualquer rookie que já lá chegou nos últimos anos. Depois, logo se verá. Segundo nos disse Lance Stroll em recente entrevista: “O primeiro ano é para aprender, o segundo para obter resultados”

Pierre Gasly é claramente uma das estrelas em ascensão nos monolugares. Aos 21 anos o piloto francês lidera a GP2 Series e está muito perto de ser confirmado na F1 para 2017. Campeão Europeu de Fórmula Renault em 2013, Gasly foi incluído no programa da Red Bull Junior Team em 2014, quando passou para a World Series by Renault, foi vice campeão, estreando-se nas últimas provas do ano na GP2. Em 2015, pela DAMS, Gasly não ganhou nenhuma corrida, causando vários acidentes, mas foi rápido com três pole-positions e quatro pódios. Para o francês, esta temporada de 2016, era o ‘vai ou racha’. E foi, se não entrar agora arrisca-se a acontecer-lhe o mesmo que a Félix da Costa, mas desta feita não parece que isso vá suceder…

Charles Leclerc há muito que dá nas vistas nos monolugares, é atualmente piloto da Ferrari Driver Academy, onde substituiu o promissor, entretanto desaparecido, Raffaele Marciello, e sendo piloto de reserva da Haas, está na calha para a F1, podendo substituir Esteban Gutierrez. O monegasco tinha a sua quarta aparição da época na F1 prevista para o próximo GP, na Malásia, mas a Haas F1 Team adiou-a para o Brasil. A razão é simples. Tendo em conta os horários da GP3 em Sepang, o piloto iria passar o fim de semana a trocar F1 por GP3. Quando fez os treinos livres, só o fez uma vez, e depois era sempre GP3. Sem deslumbrar, já ficou provado que é um piloto muito consistente e rápido…

Esteban Ocon e Pascal Wehrlein vão lutar ambos por um lugar na Mercedes em 2019, sendo ainda possível que o francês possa rumar à Renault, desligando-se dessa forma de um possível lutar na equipa de Brackley, a não ser que deslumbre tanto que não deixe alternativa. Caso permaneçam ambos na Manor, como é perfeitamente possível de acontecer, a luta no seio da equipa vai ser fantástica, porque os dois jovens lobos sabem que têm na mão o mesmo carro e quem “tiver unhas é quem toca viola”. Para já a comparação com Wehrlein é injusta para Ocon, que se estreou somente em Spa, mas no próximo ano já não será assim…

Qualquer destes pilotos tem condições para fazer boas carreiras na F1, mas se tivéssemos que apostar numa para os mais altos voos desta nova fornada, claramente Stoffel Vandoorne com Pascal Wehrlein um pouco mais atrás. Os outros, têm tudo ainda a prova, e dentro de um ano a opinião pode mudar…