OPINIÃO: um 8 ao 80 na vida de Fernando Alonso…
O mais recente rumor que surgiu no fim de semana do México é ‘forte’ e passava pela possível troca de lugar entre Fernando Alonso e Sergio Perez. Hoje em dia, alguém ouve alguma coisa num paddock de F1, ou noutro lado qualquer, mete no Twitter, agora X, e a internet ‘rebenta’.
É disto que o povo gosta, ninguém o faria ou publicaria se não soubesse que o tráfego dos seus sites iria acompanhar a ‘dança’. É o mundo de hoje.
Na verdade, se acontecesse seria uma ótima forma para a Red Bull implodir. Ou seja, rebentar por dentro. Imagine-se o que seria colocar dois ‘valentes’ egos como Max Verstappen e Fernando Alonso como colegas de equipa na Red Bull…
O Christian Horner diria ao Alonso, vamos ganhar todas as corridas, mas o Max é o Nº 1.
O Alonso caía de costas com a afronta. Nem mesmo com os seus 42 anos…
Na verdade, Fernando Alonso sair da Aston Martin não seria nada estranho, pois as coisas têm ido de mal a pior nos últimos tempos e a falta de competitividade da Aston Martin é evidente com a equipa a marcar apenas 19 pontos nas últimas seis corridas, menos 101 que a Ferrari e menos 79 que a McLaren. Isto depois da Aston Martin começar o ano como única equipa a dar luta à Red Bull, com Alonso a conseguir sete pódios.
Por tudo isto, os rumores que já vão da ‘reforma’ de Alonso à ida para a Red Bull.
Ou seja, do 8 ao 80…
Não é difícil perceber que a categoria de Fernando Alonso não tem uma boa correlação com o seu palmarés, mas as coisas são o que são e não é fácil lembrarmo-nos de um piloto que depois de tantos insucessos ainda continue a correr a este nível.
Que ninguém tenha a mais pequena das dúvidas que se Alonso estivesse este ano na Red Bull ao lado de Verstappen, o neerlandês não teria sido campeão com esta facilidade. Provavelmente estavamos a assistir a uma época absolutamente inesquecível ao nível da de 2021.
O espanhol continua a ser um ‘bicho’ competitivo e não cai em termos mentais com facilidade.
Se todos os desportistas, ou pelo menos uma enorme fatia soubesse transformar sempre os seus insucessos em ‘raiva’ e incentivo, o desporto seria ainda melhor.
O que o espanhol disse há dias à Fox Sports espelha bem quem é Alonso: “Gosto da competição, gosto de ser rápido e detesto perder.” E acrescentou: “não é muito difícil motivar-me quando estou no carro. Talvez esteja um pouco mais fraco agora do que quando tinha 20 anos, mas à medida que envelhecemos conhecemos o nosso corpo muito melhor, muito melhor. Sabemos que tipo de treino temos de fazer, quando nos sentimos cansados, que coisas devemos evitar. Compensa-se tudo com a sabedoria que vem com a idade”.
Muitos jovens desportistas de hoje deviam ler estas palavras pois só os que as compreenderem e usarem como “filosofia de vida desportiva” irão longe.
Encontrar na derrota a motivação para a vitória seguinte não é para qualquer um. É isso que faz Fernando Alonso, que sabe estar mais perto do fim da sua carreira, não imaginar quando poderá essa acabar…
Ah, e quanto à Red Bull, se houver um piloto que pode substituir Sergio Pérez em 2024 caso algo mude 180º na Red Bull é Daniel Ricciardo.
Fernando Alonso é, por muito que custe aos seus detractores, um dos pilotos mais completos de sempre da F1 e a espaços fora dela. É um piloto excepcional, tem uma mentalidade e uma inteligência em corrida fora de série, uma motivação difícil de encontrar com esta idade (só equiparável a Lewis Hamilton) e uma experiência transformada em realidade em todas as corridas. Não é dizer pouco de um piloto. Fraquezas também as têm como qualquer outro. Excepcionalmente orgulhoso, personalidade fortíssima, e algumas tomadas de decisão (talvez motivadas pelas duas características que apontei antes) que lhe foram claramente prejudiciais na carreira,… Ler mais »