OPINIÃO: russos dizem que a FIA teve atitude ‘desonrosa’. A sério?!

Os russos vieram a público queixar-se da FIA! Nikita Mazepin e a Uralkali perderam os seus ‘lugares’ na Haas, os pilotos russos não podem competir sob a bandeira do país, a corrida de Sochi foi retirada do calendário da F1, tudo, logicamente por causa da invasão da Ucrânia, por parte da Rússia. O novo circuito russo de Igora Drive, perto de São Petersburgo, estava quase pronto para se tornar na nova casa do GP da Rússia. Não vai acontecer.

Sergey Ivanov, chefe da Federação Automóvel Russa diz que: “a situação é tal que existem dificuldades para nós. Cortaram-nos as competições internacionais, o que é desonroso por parte da FIA. Violaram a Carta Olímpica ao misturar política com desporto.

Por isso somos forçados a adiar o que foi planeado aqui por enquanto”, Ivanov, citado pelo portal russo de automobilismo, Championat.

Mas curiosamente, Andrea Benozzi, diretor do circuito de Igora acrescenta: “não vamos ficar parados! Temos tido diálogos muito ativos com todas as séries mundiais, Dorna com MotoGP e Superbike, WEC, WRC. Todos estavam extremamente interessados. Assim que a situação nos permitir retomar todos estes diálogos, fá-lo-emos sem hesitação. Muito trabalho já foi feito. Queremos que tudo volte aqui”, disse Benozzi.

Logicamente os senhores Ivanov e Benozzi fazem o seu papel, que é para consumo interno.

O que dizem, não vai acontecer.

Dizer que não se deve misturar política com desporto é verdade, mas uma invasão de um país soberano é muito mais que ‘simples’ política, e as pessoas que morrem diariamente dos dois lados da barricada, diariamente, provam-no.

Por fim, resta acrescentar que a FIA utiliza a única ‘arma’ que tem, a pressão. E faz muito bem.

Sabemos que muitos desportistas russos não têm culpa nenhuma, provavelmente muitos deles são contra a guerra, mas os ucranianos que sofrem todos os dias ainda têm menos. Muito menos

E mais. Mesmo que tudo acabe rapidamente, não será fácil reconstruir a confiança nos russos. Muitos deles não têm culpa nenhuma, como sabemos, mas as coisas são como são.