OPINIÃO: Futebolização da F1? Estupidificação da sociedade, provavelmente…
Não foi só depois de Abu Dhabi 2021 que os adeptos da Fórmula 1 se começaram a parecer muito mais com os do futebol, mas o que aí sucedeu ajudou muito. Há muito que a sociedade em geral, desporto em particular, sofrem cada vez mais de um mal chamado ‘redes sociais’.
Nunca tanto como hoje uma qualquer pessoa pode ter a sua vida ‘literalmente’ destruída num ápice, ou porque fez uma simples publicação. Há um documentário recente de ‘streaming’ que conta a história de pessoas que fizeram um comentário errado na hora errada e acabaram por perder a vida como consequência disso.
Dantes, dizia-se que o ‘atraso’ de muita gente se devia a não ter acesso à informação. Lamento dizer-vos que nunca houve tanto acesso à informação como hoje, e nunca houve tantos ‘atrasados’ como os que existem.
Isto não tem a ver com pobres, remediados e ricos, tem a ver com educação ou falta dela.
O que se passou nas bancadas do Red Bull Ring, e que levou os pilotos a gastarem vários minutos da conferência de imprensa final a falar disso e a apontar caminhos e soluções, torna óbvio que as redes sociais têm que passar a ter mais controlo, porque estão quase totalmente descontroladas.
Pessoalmente, recuso-me a ver caixas de comentários de temas relacionados com o futebol e com os clubes.
Para me chatear, já basta o que muitas vezes leio nas caixas de comentários do nosso site.
O que se faz? Fecham-se os comentários, e ‘premeiam-se’ uma dúzia de energúmenos, quando sabemos que a grande maioria silenciosa só gosta de trocar opiniões e conhecimentos? É tramado. Se já chegou com este vigor as bancadas da F1, imaginem…
Muito bem escrito!
Vejam os sites de Rugby, onde continua a primar a educação. O respeito faz parte da cultura do jogo e os vários meios reflectem-no. Este ano houve alguma polémica com a arbitragem de um jogo de Inglaterra, que fugiu para as redes sociais. Imediatamente a federação inglesa fez um comunicado a dizer que esse não é o comportamento de um adepto de rugby, que os árbitros são respeitados, independentemente das suas decisões, etc. Todos os sites e grupos de redes sociais de rugby seguiram o mesmo tom. Os adeptos acompanharam. Parou logo aí a pequena turbulência. Neste mundo, todos nós… Ler mais »
Nem mais! Mas há mais além disso. Não são apenas as redes sociais. São os novos adeptos que chegam ao automobilismo com uma cultura diferente. Também há redes sociais e fóruns de discussão de outras classes do desporto motorizado (por exemplo, WRC, que tem imensas páginas e fóruns) e não vemos uma décima parte da toxicidade. Aliás, acho que no automobilismo em geral, há mais toxicidade entre pilotos e equipas do que entre adeptos. Os verdadeiros querem é ver um bom espetáculo e o resto é conversa. Em Le Mans, por exemplo, há um buzz nas redes sociais todos os… Ler mais »
Muito bem escrito, subscrevo na íntegra.
Boa análise, muito bem escrita.
Não é uma atitude que se queira ter nas bancadas das pistas nem na berma das especiais. Mas, não se pode só falar dos adeptos, há que censurar e limitar a voracidade das organizações (F1, Promotores, Equipas) em hiperbolizar e criar climaxes para apenas facturar mais e mais, deitando fora o fair play. Cabe à entidade reguladora, fiscalizadora e disciplinadora (começando dentro das suas portas) produzir regras eficientes e claras, intervir de forma pronta e acertada em qualquer circunstância dúbia e zelar pela idoneidade desportiva e social dos principais intervenientes (F1, Equipas e os seus membros, Pilotos, Oficiais de Prova,… Ler mais »