O Algarve e o calendário de Fórmula 1
Foram muitos os calendários para o Campeonato do Mundo de Fórmula 1 deste ano que surgiram nos últimos dias, alguns dos quais a que o AutoSport teve acesso, mas uma coisa podemos garantir: o Autódromo Internacional do Algarve continua a ser uma opção para a FOM.
Num dos calendários a que tivemos acesso, a pista situada nos arredores de Portimão aparecia como prova de reserva a Silverstone, caso um acordo entre o circuito britânico e a entidade que gere os aspectos comerciais da categoria máxima do desporto automóvel não chegasse a bom porto.
Na verdade, segundo o que o AutoSport apurou, existiu um impasse nas negociações entre as duas partes, deixando em risco a realização do Grande Prémio da Grã-Bretanha e a segunda corrida de Silverstone, tendo sido equacionado substituir os dois eventos por outros no Autódromo Internacional do Algarve e, posteriormente, no Hockenheimring.
Entretanto, a situação da pista inglesa foi desbloqueada, havendo ainda, contudo, a necessidade de encontrar uma solução com o Governo do Reino Unido, que pretende implementar uma quarentena de catorze dias para todos o que entrem nas suas fronteiras, que poderá ser diminuída para cinco dias para o caso das equipas de Fórmula 1 sediadas do lado de cá do Canal da Mancha.
O desafio que a FOM enfrenta é gigantesco e a abordagem que adoptou passa por solucionar, antes de mais, os problemas que possam surgir nas primeiras provas, tendo centrado os seus esforços nas provas do Red Bull Ring e de Silverstone.
Segundo, o que o AutoSport pôde apurar junto de Helmut Marko, responsável para o automobilismo da Red Bull e parte integrante da organização do Grande Prémio da Áustria, o acordo com a FOM está assegurado, faltando apenas o aval Governo da República da Áustria para que a Fórmula 1 dê início à temporada no dia 5 de Julho para haver uma segunda corrida a 12 do mesmo mês.
Para além destas duas provas, a informação que detemos neste momento relaciona-se com o Grande Prémio da Bélgica, que teve luz verde da parte do Governo Belga para edificar um evento à porta fechada, não existindo, porém, acordo ainda entre o promotor da prova de Spa-Francorchamps e a FOM.
Os problemas que Chase Carey e os seus homens são óbvios – com as corridas a serem realizadas à porta fechada, a única fonte de rendimento dos organizadores simplesmente evapora-se, pretendendo todos eles não pagar o habitual “race fee”, para além de não quererem suportar os elevados encargos operacionais decorrentes da organização de um Grande Prémio de Fórmula 1.
Apesar de a FOM desejar manter para a temporada deste ano o máximo de circuitos presentes no calendário original de 2020 – trata-se de manter uma relação de anos – existe a possibilidade de alguns deles não conseguirem reunir as condições para albergar uma prova da categoria máxima esta época – Paul Ricard é para já um exemplo, mas sabemos que haverá mais.
Para isso, os homens de Chase Carey contactaram alguns circuitos que, com as infraestruturas necessárias e localizados em regiões onde o novo coronavírus foi contido eficazmente, poderão tomar o lugar deixado vagos por outros.
Um deles é o Hockenheimring, que chegou também a ser dado como opção a Silverstone, e o outro o Autódromo Internacional do Algarve que continua a ser visto como uma opção pela FOM, havendo, inclusivamente, algumas equipas, como foi avançado por Ni Amorim, o presidente da FPAK, a fazer pressão para que a pista gerida pela Parkalgar possa assumir a realização de um Grande Prémio.
Não podemos garantir que haverá este ano uma prova de Fórmula 1 no Autódromo Internacional do Algarve, mas podemos afiançar que essa é uma possibilidade real face à grande incerteza que a temporada deste ano da categoria máxima do desporto automóvel enfrenta.