MEMÓRIA: Riccardo Paletti, a carreira mais curta

Por a 3 Dezembro 2016 12:01

Riccardo Paletti foi um dos mais efémeros pilotos de F1. Falecido na partida para o Grande Prémio do Canadá, duas semanas depois do acidente de Gilles Villeneuve em Zolder, em 1982, o seu nome apenas é recordado pelos mais aficionados. Nesse ano, participou em oito provas de F1 – em cinco delas, não passou sequer das qualificações. Estreou-se em Imola, durante o Grande Prémio de San Marino, que ficou famoso pelo braço-de-ferro que vigorava entre a FOCA e a FISA e que, por isso, apenas teve sete equipas à partida. Na prova, Paletti acabou por desistir com um problema de suspensão. A primeira vez que passou “a sério” das sessões de treinos, foi nos Estados Unidos mas, até mesmo aí, teve azar: bateu forte na “warm up” antes da corrida e não alinhou na largada. Depois, veio a corrida do Canadá – e Paletti entrou tragicamente para a História da F1. Largando do final da extensa grelha de partida, o piloto não se apercebeu a tempo do Ferrari de Didier Pironi, que tinha a “pole position”, imobilizado, embatendo nele a mais de 180 km/h. Com as pernas destroçadas e feridas profundas em todo o tórax, o piloto foi extraído com dificuldade dos destroços do seu Osella e transportado ao hospital local. Não resistiu aos ferimentos sofridos, morrendo horas depois. Amargamente, à sua cabeceira estava a sua mãe, que tinha viajado para celebrar, com ele, o seu 24º aniversário, dois dias mais tarde. Riccardo Paletti nunca passou de um piloto mediano, mesmo nas categorias de promoção. Iniciou-se com 19 anos, na Fórmula Ford e passou pela F3, estreando-se, após 15 corridas, na F2. Já nessa altura, tinha o firme apoio da Pioneer, de que seu pai era um dos representantes em Itália. E foi com a Pioneer que conseguiu chegar à F1, em 1982. No ano anterior, Paletti tinha estado na Onyx, uma das melhores equipas de F2 de então. Começou com um 2º lugar em Silverstone mas, até ao fim da temporada, não conseguiu mais nenhuma classificação. Tímido e pouco falador, Paletti era um dos poucos pilotos de monolugares a usar óculos, por causa da sua miopia.

paletti

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sky47
sky47
8 anos atrás

Como eu me lembro do acidente…parece que foi ontem!

MVM
MVM
8 anos atrás

Um acidente infeliz num ano terrível. Lamentavelmente, o acidente de Riccardo Paletti fica marcado pela maior estupidez que alguma vez ouvi em televisão, quando um dos comentadores da RTP referiu que o piloto «partiu as duas pernas da frente».

Kimi Iceman
Kimi Iceman
Reply to  MVM
8 anos atrás

Hahahaha ainda bem que os vídeos no YouTube estão em inglês senão era uma grande gargalhada.

jdias
jdias
8 anos atrás

Lembro-me de ver esse acidente em direto. Já agora, faltou dizer que quando iam tentar extrair o piloto do cockpit, iniciou-se um pavoroso incêndio, como se pode ver no youtube. Durante um largo espaço de tempo não foi possível socorrer o Paletti.

Pascassio
Pascassio
Reply to  jdias
8 anos atrás

Pois eu não vi um só segundo, de falta de socorro! Que comentário triste e difamatório!

jdias
jdias
Reply to  Pascassio
8 anos atrás

Pelos vistos não me fiz entender convenientemente. Não disse que houve falta de socorro. O que eu quis referir foi que, depois de uns segundos a socorrer DIRETAMENTE o Paletti, iniciou-se um grande incêndio e, durante uns segundos largos, não foi possível lidar diretamente com o Paletti, ninguém conseguiu chegar junto dele, enquanto se tentava debelar o incêndio. Conte os segundos que o Paletti esteve no meio do fogo. Isso vê-se claramente aos 3m 16s no youtube: http://www.youtube.com/watch?v=wTKczox4GHg

Pity
Pity
8 anos atrás

Creio que a carreira do Roland Ratzenberger foi ainda mais curta: não se qualificou no Brasil, terminou em 11º em Aida e morreu em Imola.

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