MEMÓRIA, GP Grã-Bretanha F1 2008: estreia triunfal de Lewis Hamilton em Silverstone

Antes do Grande Prémio da Grã-Bretanha deste ano, vamos levá-lo de volta 16 anos atrás, ao evento de 2008 e à sublime primeira vitória de Lewis Hamilton em casa. Hamilton terminou uma sessão de qualificação complicada em quarto lugar, atrás de Kimi Raikkonen (Ferrari), Mark Webber (Red Bull) e do colega de equipa da McLaren, Heikki Kovalainen, que fez a pole, deixando-o com trabalho para fazer no dia da corrida.

No entanto, uma arrancada em alta velocidade de uma pista molhada levou-o a saltar para segundo na Curva 1 e, depois de uma luta inicial com Kovalainen nas primeiras curvas, a liderança foi sua em poucas voltas.

A partir daí, foi simplesmente o espetáculo de Hamilton, com o jovem a afastar-se e a gerir habilmente mais aguaceiros para terminar com mais de um minuto de vantagem sobre o seu rival mais próximo, tendo ultrapassado todos até ao 4º classificado.

O que escrevemos na altura:

Lewis Hamilton teve um dia perfeito, ontem em Silverstone. Venceu pela primeira vez o G. P. da Grã-Bretanha, face ao seu público e regressou à liderança do Mundial, depois de ter chegado à corrida de casa apenas na quarta posição. Mas está empatado em pontos com os dois pilotos da Ferrari, o que demonstra até que ponto este Mundial está ao rubro!

Abaixo das expectativas a qualificação, Lewis Hamilton esteve imperial na corrida de ontem, no que classificou como «a mais longa, mas mais bela prova da minha carreira.» Logo no arranque o inglês passou Webber e Raikkonen, subindo ao segundo posto e demorou apenas cinco voltas a superar o seu companheiro de equipa, Heikki Kovalainen, para gáudio dos cem mil espectadores que lotavam o Circuito de Silverstone.

Com um acerto melhor adaptado a pista molhada, Hamilton teve a sua vantagem máximo à décima volta – quando Kovalainen sofreu um ligeiro despiste – ao estar seis segundos na frente de Raikkonen. Mas com a pista a secar o Campeão do Mundo apanhou-o imediatamente antes do primeiro reabastecimento e foram juntos que os dois entraram nas boxes.

Foi aqui que Hamilton ganhou a corrida, pois montou pneus intermédios novos, ao contrário de Raikkonen e como a chuva chegou duas voltas mais tarde “foi-se embora” a um ritmo impressionante, garantindo a vitória. Mas o seu desempenho mais brilhante aconteceu nas voltas em que a pista esteve mais molhada, pois com pneus idênticos aos dos seus mais diretos rivais era cerca de cinco segundos por volta mais veloz que todos os que também tinham pneus intermédios e só perdia para os que tinham pneus de chuva intensa. No final a felicidade de que «até nem tinha acordado em grande forma, pois na qualificação não tinha feito o meu melhor. Mas no circuito a minha família, os fãs, as pessoas que encontrei no Paddock Club e um grupo de crianças que veio aqui para me apoiar deram-me muita energia e fiquei muito confiante para a corrida.»

O inglês admitiu que, «a corrida foi complicada, pois as condições do asfalto mudaram constantemente. A equipa fez um trabalho fantástico, fez as escolhas estratégicas certas e deu-me um carro perfeito, pelo que é com muita satisfação que lhe posso oferecer este resultado.» Com o resultado de ontem temos o inglês na frente do Mundial, com 48 pontos, os mesmos de Massa e Raikkonen, enquanto Kubica é agora o quarto colocado, mas está apenas a dois pontos dos três primeiros! Se o Mundial de 2007 já foi muito excitante, o deste ano está a ser ainda melhor, pelo que as oito corridas que ainda faltam disputar vão ser verdadeiramente escaldantes.

Kovalainen sem sorte

Como a McLaren não quis colocar todos os ovos no mesmo cesto, Kovalainen arrancou com um acerto mais para piso seco do que Hamilton, o que o tinha ajudado a obter a primeira pole position da sua carreira. Líder por quatro voltas, o finlandês deixou passar

Hamilton, mas depois começou a errar, foi perdendo posições e só recuperou nas voltas finais quando a pista melhorou bastante, o que lhe permitiu recuperar até ao quinto posto final, depois de ter perdido na luta direta com Raikkonen.