McLaren: Martin Whitmarsh pode voltar para o lugar de Ron Dennis

Por a 19 Novembro 2016 07:31

O presidente da McLaren, Ron Dennis foi forçado a deixar a McLaren, embora se mantenha como forte acionista, mas para o seu lugar um dos fortes candidatos é… Martin Whitmarsh, que foi despedido em 2013 por Dennis.

Recorde-se que Dennis travava há algum tempo uma luta com outros membros da administração para manter o seu lugar na estrutura, descontentes com a influência que a sua gestão do McLaren Technology Group estava a ter na equipa de Fórmula 1, mas depois de 35 anos no comando da equipa, Dennis foi mesmo forçado a sair, tendo agora que cumprir um período de ‘jardinagem’ até que possa rumar a outras equipas.

É no mínimo irónico que Martin Whitmarsh possa regressar, sendo algo que para Dennis é acrescentar insulto à injúria. Recorde-se que Whitmarsh foi CEO da McLaren F1 até 2013, quando foi deposto, sendo o diretor-executivo, Ron Dennis a reassumir o controlo da equipa, contratando depois Eric Boullier e agora mais recentemente Jost Capito. Martin Whitmarsh tem vindo a trabalhar desde o ano passado com a Land Rover, como diretor da equipa de vela da Copa América. São conhecidas as boas ligações de Whitmarsh a Mansour Ojjeh, bem como à família Real do Bahrein, pelo que é claramente um forte candidato a regressar. Outro de quem se fala é Zak Brown, que também está na ‘lista’ da Liberty Media.

Em comunicado oficial, Dennis, mostrou o seu descontentamento, alega que a sua saída é ilegítima, mostrando-se ainda determinado em criar um novo fundo tecnológico. O britânico irá manter para já as suas posições no conselho de administração, bem como as ações que lhe dão 25% da companhia: “Estou desapontado que os representantes da TAG [de Mansour Ojjeh] e da Mumtalakat [o fundo de investimento da família real do Bahrain], os outros acionistas maioritários da McLaren, tenham forçado esta decisão de afastar-me da companhia, apesar dos fortes avisos do resto da direção sobre as potenciais consequências que as suas ações teriam na empresa. Os argumentos que eles utilizaram são totalmente falsos e ilegítimos; o meu estilo de gestão é o mesmo de sempre, e um que permitiu à McLaren tornar-se num grupo automóvel e de tecnologia que venceu 20 títulos de Fórmula 1 e se tornou num negócio de 850 milhões de libras por ano”, afirmou.

“Ao longo deste período trabalhei de perto com um conjunto de pessoas talentosas para manter a McLaren no cume da tecnologia, às quais ser-lhes-ei sempre extremamente grato. Nos últimos tempos ficou claro para mim durante este processo que nem a TAG, nem a Mumtalakat partilham a minha visão para a McLaren e o seu verdadeiro potencial de crescimento. Mas a minha principal preocupação assenta no negócio que ergui e nos seus 3500 funcionários. Irei continuar a utilizar as ações que detenho nas duas companhias [McLaren Automotive e McLaren Racing] e os meus lugares na administração para proteger os interesses da McLaren e ajudar a moldar o seu futuro. Adicionalmente, tenho a intenção de lançar um fundo de investimento tecnológico assim que o meu contrato com a McLaren expire. Em conjunto com investimento externo, este fundo irá capitalizar a experiência e os recursos financeiros que adquiri de modo a perseguir as muitas oportunidades comerciais com que fui confrontado nos últimos anos, mas que não consegui acompanhar devido ao facto de me encontrar tão comprometido com a empresa”.

Recorde a luta pela liderança na McLaren

Há muito que existiam clivagens no seio do Conselho de Administração do grupo. Depois de em 2013, Ron Dennis ter conseguido convencer os restantes acionistas da McLaren a entregarem-lhe a direção do grupo, afastando Martin Whitmarsh depois de menos de cinco anos na liderança da equipa de F1, para atingir o seu objetivo, Dennis teve de se comprometer assegurar a compra de ações que lhe dessem o controlo do grupo, numa altura em que tanto Mansour Ojjeh como o grupo Muntalakat (do Bahrein) pretendem desfazer-se de boa parte do capital investido ao longo dos últimos anos, pouco crentes no sucesso dos novos McLaren de estrada.

Dennis comprometeu-se a comprar metade das ações de cada um dos seus sócios, num total de 37,5% do capital do grupo (25% aos homens da família real do Bahrein, 12,5% ao seu sócio histórico) e aceitou o prazo de um ano para angariar os fundos necessários para completar esta operação. Mas esse prazo passou sem que o inglês tenha encontrado o capital necessário para ficar com o controlo da marca, Dennis encontrou forte resistência às suas propostas nas reuniões da administração e viu mesmo ser-lhe negada a autorização para confirmar Magnussen como companheiro de equipa de Alonso em 2015.

Numa operação que está estimada em mais de 250 milhões de euros, Dennis perdeu por completo o controlo da marca que dirige há 35 anos, podendo mesmo ser forçado a vender todas as suas ações ao grupo Muntalakat, que nomearia novos diretores e iniciaria a busca dum novo acionista maioritário para a McLaren, pois os grupos de investimento árabes não têm mostrado apetite em dirigir as empresas em que investem, no setor automóvel, preferindo investir forte, entregar a liderança quem é do ramo e, depois, colher os frutos do seu investimento.

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3 Comentários
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Frenando_Afondo™
Frenando_Afondo™
8 anos atrás

Sim, porque resultou tão bem da última vez… Não entendo esta cena da Mclaren em insistir numa fórmula que não resultou, porque é exactamente o mesmo que aconteceu há uns anos, saiu Ron Dennis, entrou Whitmarsh e… E não deu em nada, a Mclaren continuou em queda livre.

Por isso Whitmarsh não me parece o homem adequado, já lá esteve e não fez nada de especial, pior, deixou a Mclaren em 5º lugar nos construtores… Resultado que já não se via desde 2004.

Pity
Pity
8 anos atrás

Again??????!!!!!!!
Quando as coisas começarem a correr mal, vão, outra vez, pedir batatinhas ao Ron, o pior é se ele dá uma de Zé Povinho, o que era muito bem feito.

Kimi Iceman
Kimi Iceman
8 anos atrás

#JensonButtonParaCEODaMcLaren

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