Que McLaren-Honda em 2017?

Por a 30 Dezembro 2016 09:41

Depois do que se viu da bem sucedida parceria McLaren-Honda nos anos 80 alguém imaginaria o que aconteceu em 2015 no primeiro ano da nova ligação? Foi mau demais para ser verdade, e apesar da Honda ter dado um bom salto de competitividade na sua unidade motriz durante o ano de 2016 não é novidade para ninguém que continuam a ser os piores dos quatro construtores. Por isso impõe-se a questão. Que McLaren-Honda para 2017? Os homens da Honda estão a trabalhar para recuperar, mas não é fácil acreditar que poderão dar o mesmo salto de três posições no próximo ano, que deram neste, porque bater a HAAS, Renault e Toro Rosso não é a mesma coisa que fazer o mesmo à Williams, Force India e…Ferrari.

Em 2016 seria difícil fazer pior face à desgraça de 2015, mas a McLaren deu provas de se encontrar no rumo indicado para poder regressar aos lugares da frente a breve trecho. Boa progressão, mas ainda longe de lutar por pódios ou triunfos, foi a imagem deixada pelos homens de Woking esta temporada. Face à paupérrima exibição revelada há doze meses, em que enfrentou um dos piores anos da sua história competitiva, esperava-se muito mais da McLaren este ano. E embora a equipa não tenha conseguido chegar ao pódio, a verdade é que as coisas mudaram muito (para melhor) neste defeso. No ano passado, 9º lugar entre os construtores, com 27 pontos, apenas à frente da Manor, que ficou a zeros. Doze meses depois, subida até ao 6º lugar, com 75 pontos (+48). E tudo num 2016 que, além de marcado por despedidas (Jenson Button está de saída para dar lugar ao jovem belga Stoffel Vandoorne, há muito a ser preparado pela equipa para entrar para o lugar de piloto titular), começou muito mal, com o espetacular acidente de Fernando Alonso, no GP da Austrália, após colisão a 305 km/h com o Haas F1 de Esteban Gutierrez (um dos pilotos que teve uma época para esquecer em 2016).

Foi à conta dele que o piloto espanhol foi forçado a falhar a ronda seguinte, no Bahrain. E que Vandoorne foi chamado para o seu lugar com a supervisão de Alonso. Apesar de não ter sido autorizado a correr (o choque a 45G obrigou a cuidados redobrados), o asturiano viajou com a equipa e procurou aconselhar o melhor possível o pupilo da McLaren. Resultado? Um fantástico 10º lugar que fez com que Vandoorne fosse o primeiro piloto a pontuar para a equipa em 2016. Num fim-de-semana repleto de pressão, em que foi observado por todos os quadrantes, dificilmente o belga poderia ter tido um desempenho que melhor justificasse a oportunidade que irá receber no próximo ano.

Alonso regressou na prova seguinte, na China, mas só na quarta ronda do campeonato, em Sochi, é que terminaria pela primeira vez nos pontos, com um positivo sexto lugar. Button faz o mesmo ao concluir a corrida em 10º e eis que, de repente, algo aparentemente tão simples como uma ‘dobradinha’ nos pontos se torna realidade pela primeira vez desde que a parceria McLaren-Honda foi reeditada, no início de 2015. O cenário viria a repetir-se no Mónaco, Malásia e EUA, com Alonso sempre em melhor posição do que Button, claramente batido em 2016 pelo seu colega de equipa, embora também mais ‘recetivo’ a problemas mecânicos. Ao todo, o #14 da McLaren terminou por nove vezes nos lugares pontuáveis (Rússia, Mónaco, Hungria, Bélgica, Singapura, Malásia, EUA, Brasil e Abu Dhabi) enquanto o britânico o fez por sete (Rússia, Espanha, Mónaco, Áustria, Alemanha, Malásia, EUA). O chassis do McLaren encontrava-se algures entre o quinto e o sexto lugar, atrás da Force India, mas nivelado com o da Williams, sendo que as mudanças produzidas pela Honda no ERS a partir do GP da Áustria resultaram numa forte melhoria do desempenho da equipa.

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MVM
MVM
7 anos atrás

A McLaren-Honda não vai certamente fazer pior do que em 2016. É mais que provável que a unidade-motriz melhore, os pilotos são bons e a equipa técnica é competente, pelo que há condições para subir mais um ou dois lugares na hierarquia. O problema, como Jo Ramirez apontou numa entrevista recente, são as politiquices, que podem afectar a equipa. Neste momento há uma purga de elementos afectos a Ron Dennis e, embora nada nos garanta que aqueles que os substituirão não são igualmente competentes, é de recear que seja um ano perdido a reorganizar a equipa, um pouco como aconteceu… Ler mais »

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