Lance Stroll na Williams em 2017
O assunto anda no ar há muito, já não subsistem muitas dúvidas que Lance Stroll vai mesmo estrear-se na Fórmula 1 em 2017, mas o timingo do anúncio é estabelecido pela equipa, e isso pode suceder a qualquer momento. Será o regresso de um piloto canadiano à F1. Desde que Jacques Villeneuve saiu da F1 em 2006, que o Canadá deixou de ter qualquer piloto na F1, Robert Wickens foi quem esteve mais perto, já que foi piloto de reserva da Marussia em 2011, mas nunca competiu. Para além de Jacques Villeneuve, que foi Campeão em 1997, claramente o piloto que mais se destacou foi o seu pai, Gilles Villeneuve, que morreu em 1982 na qualificação do GP da Bélgica, em Zolder. Recorde aqui uma recente entrevista que o Autosport fez a Lance Stroll:
Lance Stroll
UMA CURVA DE CADA VEZ
O caminho para a Fórmula 1 é árduo, e nem mesmo para Lance Stroll, filho de um bilionário canadiano, se pode considerar que são favas contadas. É certo que pode contar com o apoio do pai, mas o trabalho que o jovem tem vindo a fazer está claramente a afastar a ideia que lá vai chegar… porque sim!
Lance Stroll tem 17 anos, um pai bilionário, com um enorme iate ancorado na Grécia, e qualquer um de nós com a mesma idade talvez preferisse gozar as vantagens de nada ter que fazer, porque o que se quiser ter, cai do céu. Mas não é assim com o piloto canadiano, que um dia sonhou ser piloto de F1. Como todos os sonhos, uns são apenas isso, sonhos, mas para Lance Stroll foram o ponto de partida para uma luta que entra agora na fase final, Ainda não há muitos meses, em 2015, o rookie da F3 tinha acidentes aparatosos e sofria com a pressão de querer fazer bem e depressa. Com a ajuda do seu Diretor Desportivo Desportivo português, Nuno Pinto, Stroll tem nesta segunda época de F3 provado com cada vez mais intensidade que vai mesmo chegar à F1, sem permitir que as pessoas pensem que isso se deve única e exclusivamente ao dinheiro do pai. Seria hipocrisia dizer que não ajuda, mas simplesmente para que Stroll tenha todas as condições para evoluir. E o piloto tudo tem feito para mostrar que merece a oportunidade que vai ter a médio prazo, mas se já está preparado ou não, a conversa é outra e o discurso é cauteloso: “Para ser honesto não sei se estou preparado. Alguns dizem que sim, outros dizem que não. Ainda outros são de opinião que é preciso dar tempo ao tempo, mas do meu ponto de vista, primeiro preciso de pilotar um F1, num futuro próximo, espero. Penso que quando tiver testado várias vezes terei uma ideia melhor se estarei preparado ou não”, começou por dizer o piloto que este ano se nota que está bem preparado mentalmente: “Não tenho pressa em chegar à F1. Não quero fazer as coisas demasiado depressa, mas sim bem”, assegura.
Lance Stroll foi o ano passado rookie na F3, e este ano lidera o campeonato com grande à vontade, mesmo com os azares de Zandvoort, em que uma peça mal construída por um fornecedor o levou a ser desclassificado das qualificações 2 e 3, fazendo com que partisse do final da grelha: “O ano passado foi o meu ano de estreia na F3, aprendi muito, também cometi alguns erros, mas a velocidade nunca foi um problema. O Félix [Rosenqvist] era claramente a minha referência. Foi um ano de aprendizagem, mas a segunda parte da época já foi muito melhor que a primeira. Aprendi de corrida para corrida, o meu entendimento do que é a F3 foi sempre crescendo e este ano julgo que entrei mais confiante. As minhas performances em qualificação e corrida são o reflexo da minha evolução”, disse Stroll. que tem recebido muita ajuda de Nuno Pinto, diretor desportivo da Prema Power Team: “O Nuno ajuda-me imenso! Na Prema trabalhamos como equipa. Todos têm um papel importante, mas claramente o Nuno é quem o faz mais diretamente. Vai para a pista certificar-se de que estou a fazer as trajetórias certas ou que estou a rodar com a velocidade correta em cada curva, mas todos têm um papel importante. O Nuno é com quem mais trabalho ao longo dos fins-de-semana e temos criado uma excelente relação de confiança. Ele é um membro muito importante da equipa”, disse.
Lance Stroll está quase com um pé na F1, e por isso vai ‘receber’ uma herança pesada, pois será quase certamente o próximo piloto canadiano na F1: “Ficaria muito orgulhoso se fosse o próximo piloto canadiano a ir para a F1. Há muito tempo que não há um bom piloto na disciplina, mas o meu foco não está nessa questão. Apenas quero o melhor para mim”, disse, antes de revelar o seu ídolo na modalidade: “Michael Schumacher. Quando era um miúdo pequeno e estava a crescer, aos domingos de manhã pela TV era o piloto do carro vermelho que ganhava corridas. Era o meu ídolo”. E quando começou este sonho? “No princípio só queria era correr. Comecei aos oito anos no karting e a partir daí tudo se foi tornando mais sério a cada época que passava. Foi quando fui para a Academia da Ferrari que pensei em vir a tornar-me piloto de F1. Até aí era mais um hobby. Era mais pelo divertimento. Claro que aos 10 ou 11 anos a F1 já era um grande sonho e quando aos 12 e 13, quando vim para a Europa competir no karting e fui integrado na Ferrari, foi aí que senti que queria dar esse passo”
APRENDIZAGEM PROGRESSIVA
Lance Stroll é atualmente piloto de testes da Williams, mas para já o seu trabalho limita-se ao simulador, para onde vai, por vezes dois e três dias por semana, momentos em que podia estar a gozar a vida de um jovem de 17 anos ‘normal’. Mas, afinal, o que mais tem vindo a fazer com a equipa de Grove? “De momento a grande parte do meu trabalho é com a Prema, a F3 é o meu foco principal e com a Williams, quando tenho oportunidade, estou presente nos Grandes Prémios para interagir com a equipa, apreender todos os detalhes. Eles estão a supervisionar o meu trabalho na Prema, mas o que quero mesmo é terminar o campeonato muito forte na F3”, disse o piloto, ciente que só isso lhe dará os pontos que precisa para a super licença da F1: “Para já somente ainda estive no Mónaco e Canadá, porque o calendário da F3 conflitua muito com a F1. É um mundo muito profissional, naturalmente, é o pináculo do desporto automóvel, mas surpreendentemente aqui na Prema não sinto que haja enormes diferenças, porque na nossa equipa estamos a trabalhar a um nível semelhante às equipas de F1. Temos gente muito profissional nesta equipa. Claro que a F1 está a um nível mais elevado, mas a mentalidade e o profissionalismo na Prema é tão alto quanto na F1. Quando estou com a Williams não vejo enormes diferenças com o que na Prema se faz”, referiu o canadiano, que está muito perto de testar um F1: “Irei fazê-lo num futuro próximo, mas não sei ainda as datas certas. Mas é a F3 o foco principal, não quero começar com multitarefas. Uma curva de cada vez, uma volta de cada vez.”
O ‘treino’ de Lance Stroll não se nota só em pista, pois nem uma pequena rasteira deixa passar em claro. Quando lhe perguntámos se alguma vez pensou nos objetivos para a F1, voltou a fazer uma ‘volta rápida’: “Em primeiro lugar, quero chegar lá. Depois se chegar lá, ou quando chegar lá, será como em todas as competições em que já estive, a primeira época é para aprender e a segunda para obter resultados”, disse, ‘descrevendo bem a curva’. E vida para além da F1? – desafiámos: “Quero fazer F1, mas gostava também de fazer as Indy 500, as 24 Horas de Le Mans. Há muito mais corridas para lá da F1. Existem muitas outras categorias muito interessantes. Por exemplo, adorei Daytona…”
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Vai ser lançado às feras. Pois que vá. É muito difícil resistir-se à tentação quando se tem dinheiro com fartura…que é isso que a Williams precisa como pão para a boca. Portanto junta-se a fome com a vontade de comer. Claro que o rapaz corre o risco de se queimar num instante, mas bem vistas as coisas, não tem nada a perder. E até já demonstrou que não é propriamente um tijolo. Se der deu ,se não ser também para ele não é mal absolutamente nenhum. Meninos ricos nas corridas sempre houve ( e cá em Portugal sempre foi um… Ler mais »
Nada contra. E se possível que faça lembrar Villeneuve. O Gilles claro!
O Canada sempre teve bons pilotos, mesmo o Villeneuve filho, o Jacques, era bom piloto, até se meter na BAR e ter estagnado a carreira. Que junte o talento do Gilles ao titulo do Jacques.
O Ayrton Senna também foi um piloto pagante, filhinho de papai.
Aí vem pedrada!
E o Schumacher também, pois foi a Mercedes que pagou a entrada dele na Jordan. A diferença, é que quando são mesmo bons, depressa perdem o estatuto de pagantes.. Neste momento, ninguém chama o Perez de piloto pagante, mas o facto é que ele é o próprio a dizer que vai para onde os patrocinadores o levarem.
Mas tinha talento! Têm alguns ai que pagam, pagam, pagam, e não vale um pau! Hariantos é Palmers é o que não falta.
Frank Williams, o ultimo dos garagistas.