Ken Tyrrell, o ‘inventor’ do merchandising na Fórmula 1



Corria o ano de 1978 e o AutoSport noticiava que os homens da F1 eram de opinião que a Fórmula 1 estava cada vez mais dispendiosa, e era preciso fazer algo para o combater.

Tyrrell Racing, Ken Tyrell

“De ano para ano os pilotos querem ganhar mais, os mecânicos também. Os custos de produção de um F1 aumentam mês após mês e para fazer face a este substancial aumento de encargos os patrões das escuderias tentam arranjar subsídios mais avultados dos seus patrocinadores. Mas, à medida que o patrocinador aumenta o seu investimento, ele pede mais qualquer coisa em troca. Então, os verdadeiros donos das escuderias passam a ser a John Player, Elf, Malboro, por exemplo, por troca com Colin Chapman, Ken Tyrrell ou Teddy Meyer.” Até aqui, nada de novo, mas o que vamos ler a seguir mostra o visionário que foi Ken Tyrrell:

“Apercebendo-se deste facto, Ken Tyrrell lançou há algum tempo uma operação comercial orientada pelo seu filho Bob, e que consiste na produção e comercialização de vários produtos relacionados com a equipa Tyrrell. Em todos os Grandes Prémios é montada uma tenda que vende desde anoraks, a camisolas, a cintos, a miniaturas de carros Tyrrell, etc. Estes mesmos são vendidos por correio durante todo o ano a partir da sede da Tyrrell em Ockham, na Grã-Bretanha. “No clima económico atual”, diz Ken Tyrrell, “pensamos ser muito importante demonstrar aos nossos patrocinadores e ao público que estamos empenhados em contribuir para o financiamento da nossa atividade desportiva. Em 1977, o valor das vendas efetuadas pelo serviço de apoio da equipa atingiu os 12 mil contos (aproximadamente 60 mil euros) e este ano esperamos ultrapassar os 15 mil contos (aproximadamente 75 mil euros)”. Estávamos no ano de 1978…

Ken Tyrrel acrescenta ainda: “Uma outra importante fonte de receita é a fabricação de brinquedos e miniaturas dos nossos carros, mais propriamente, o que as casas produtoras desses artigos nos pagam para obtenção da licença de fabrico. O “seis rodas” — Project 34 — foi, sem dúvida, o modelo mais produzido por essas casas de brinquedos e miniaturas. Calcula-se que em dois anos foram construídas mais de 10 milhões de unidades às mais diversas escalas e preços.”

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