Jean-Pierre Jabouille (Paris, 1/10/1942-2/2/2023): O paciente francês
Jean-Pierre Jabouille tinha apenas feito um GP de F1, quando foi escolhido pela Renault para ajudar a desenvolver o RS01, o primeiro monolugar de F1 dos tempos modernos equipado com um motor turbo. Então com 36 anos, Jabouille tinha dado nas vistas no campeonato de F3 francês, em 1967 e 1968, que terminou atrás de um tal François Cévert. Em 1969 tornou-se piloto de desenvolvimento da Alpine, uma das marcas depois associadas à ideia do motor turbo para a F1. Ao mesmo tempo, nos anos seguintes correu com a marca francesa na F2 e em provas de ”sport”, estando na luta pelo título europeu de 2 litros em 1974. Nesse ano, tentou qualificar-se pela primeira vez para a F1, falhando no GP de França (com um Isso de Frank Williams) e da Áustria (com um Surtees oficial).
Entretanto, tinha sido 3º nas 24 Horas de Le Mans de 1973 com um Matra e, após diversas temporadas erráticas na F2, dedicou-se em 1976 a esse campeonato, garantindo o título europeu com um Elf 2J/Renault, depois de ganhar as provas de Vallelunga, Mugello e Hockenheim.
Nessa altura, utilizando os seus conhecimentos enquanto engenheiro mecânico, estava já a ajudar a Renault a desenvolver o seu novo motor V6 turbo EF1, pelo que resultou natural o convite que lhe foi endossado para pilotar – e estrear – o primeiro monolugar de F1 com motor turbo, em 1977. Não foi uma tarefa nada fácil, mas como bom e paciente francês, Jabouille lá foi ajudando a equipa, onde se manteve até 1980 e, quando dela saiu, o Renault era já um carro ganhador.
Em 1981, foi para a Ligier, que tinha um motor Matra V12 atmosférico, mas a sua carreira na F1 tinha já terminado quando uma falha de travões nos treinos para o GP do Canadá no ano anterior lhe provocou a fratura de uma perna, pouco depois de ter assinado com a “outra” equipa francesa.
De facto, ainda a recuperar desses ferimentos, Jabouille faltou às duas primeiras corridas de 1981 mas, quando a seguir falhou por duas vezes a qualificação em quatro GP, decidiu que o melhor era pendurar o fato de competição e o capacete, para se dedicar a tempo inteiro à posição de “team manager” da própria Ligier/Talbot, em 1982.
Regressou como piloto a meio da década de 90, no campeonato francês de Superturismo e ajudou então a Peugeot a desenvolver o seu projeto para as 24 Horas de Le Mans, onde terminou em 3º os anos de 1993 e 1994. Neste sucedeu a Jean Todt como diretor da Peugeot Sport, ficando ligado à F1 até 1995.
F1
GP disputados: 55 (49 largadas)
1º GP F1: GP França 1974 (NQ); GP França 1975 (Tyrrell)
Último GP F1: GP Espanha 1981
Vitórias: 2
1ª vitória: GP França 1979
Última vitória: GP Áustria 1980
Pódios: 2
“Pole positions”: 1
Melhores voltas: –
Pontos: 21
ANO A ANO
1974 – Iso Marlboro: 1 GP; 1 NQ. Surtees: 1 GP; 1 NQ
1975 – Tyrrell: 1 GP. Não pontuou
1977 – Renault: 5 GP; 1 NQ. Não pontuou
1978 – Renault: 14 GP. 17º CM, 3 pontos
1979 – Renault: 15 GP; 1 NA. 1 vitória (GP França, Dijon). 13º CM, 9 pontos
1980 – Renault: 13 GP. 1 vitória (GP Áustria, Zeltweg). 8º CM, 9 pontos
1981 – Ligier: 5 GP. 2 NQ. Não pontuou