Histórias do baú: as idiossincrasias de Nigel Mansell…
Há muitas histórias associadas ao Nigel Mansell, e todos sabiam que tinha um feitio muito especial nos seus tempos de piloto ao mais alto nível.
Em pista era bastante combativo, tinha uma enorme dose de loucura e, fora dela, a sua característica mais forte talvez fosse o egocentrismo.
Ele vivia na ilha de Man e, com bastante regularidade, viajava até Fiorano, no seu avião particular, para reuniões na Ferrari.
Saía de madrugada da ilha de Man e, não raras vezes, ligava para Maranello na véspera das reuniões, para que esta fosse em Birmingham, aeroporto em que fazia escala na viagem para Itália.
As reuniões eram quase sempre marcadas entre as 6h00 e as 7h00 da manhã, pelo que obrigava quase sempre a equipa a madrugar.
Quando reuniam, a ordem de trabalhos era, invariavelmente, a seguinte: os primeiros dois minutos para a Madgwick Motorsport (a equipa do qual era sócio e pela qual Pedro Matos Chaves se sagrou campeão britânico de F3000) e 28 minutos sobre si mesmo!
E havia dois temas que não conseguia evitar falar: a incompreensão por, supostamente, o Ayrton Senna ganhar 15 milhões de dólares e ele apenas 10!
O que, no seu entender, não fazia sentido, porque simplesmente ele era melhor…
Mas havia outra angústia que, na época o atormentava: o Alain Prost falava italiano e ele não!
E isso parecia estar a fazer toda a diferença na Ferrari, porque as reuniões de foro técnico começavam em inglês, mas o Prost rapidamente fazia com que passassem para italiano.
Para desespero do Mansell, que ficava a falar sozinho…
Vi este mesmo carro número 27 a fazer a corrida de clássicos em
Spa. O barulho era delicioso.