GRANDES PRÉMIOS QUE PASSARAM À HISTÓRIA: GP da Suíça (1950-54/1982)
Faz hoje 70 anos que se realizou a última corrida de Fórmula 1 na Suíça. Juan Manuel Fangio triunfou no Grande Prémio da Suíça que teve lugar a 22 de agosto de 1954 no circuito de Bremgarten, situado perto de Berna, à frente do compatriota José Froilan Gonzalez e do alemão Hans Herrmann.
Em 1982, o Grande Prémio da Suíça regressou pela primeira vez ao calendário do Campeonato do Mundo. No entanto, foi disputado em França.
Foi também neste dia, e com mais essa vitória na Suíça, que Fangio alcançou o seu segundo título mundial, repetindo a façanha nos três anos seguintes.
GP da Suíça foi a terceira prova do primeiro Campeonato do Mundo de F1, onde permaneceu até 1954. No ano seguinte, aconteceu o trágico acidente nas 24 Horas de Le Mans e as corridas em circuito foram banidas para sempre do país, decisão que, até hoje, nunca foi revogada. Na verdade, então as corridas de automóveis foram mesmo proibidas e só mais tarde, progressivamente, foram permitidos os ralis e provas em rampa. Em 2007, o Parlamento suíço votou a favor do regresso das provas em circuito, mas, como o resultado não foi ratificado pelo Senado, a proibição continuou em vigor até que em 2017 foi autorizada uma corrida de Fórmula E.
Entre 1950 e 1954, o GP da Suíça foi sempre disputado no circuito de Bremgarten, uma pista situada nos arredores de Berna, com um perímetro de 7,28 km, considerada muito perigosa e que alojava, além do GP de F1, também o GP da Suíça de Motos. Com efeito, a prova helvética é uma das históricas da História do automobilismo mundial, pois a sua primeira edição realizou-se em 1934, e logo em Bremgarten (a única pista do país, é bom que se refira isso…) tendo sido ganha por Hans Stuck, com um Auto Union. E, até 1939, quando a II Grande Guerra interrompeu as competições automóveis na Europa, assistiu-se a um duelo, género ‘ora hoje ganhas tu, ora amanhã ganho eu’, entre a Mercedes-Benz e a Auto Union, com a vantagem a pender para a marca da estrela, que venceu quatro das seis edições, com Rudi Caracciola a ganhar três delas (1935, 1937 e 1938).
Mal a guerra acabou, logo em 1947 o GP da Suíça renasceu, tendo sido uma das primeiras provas de F1 a realizarem-se na Europa depois do conflito. O vencedor foi Jean-Pierre Wimille, num Alfa Romeo e, até 1953, assistiu-se a mais um jogo do gato e do rato, entre a marca de Arese e a Ferrari – e ‘venceu’ a Alfa, por 4-3. A edição de 1954 viu regressar a Mercedes aos triunfos, através de Juan Manuel Fangio, que já tinha ganho a prova em 1951.
O nome do GP da Suíça voltou à ribalta em 1975. Nesse ano, teve lugar uma prova extracampeonato, com esse nome, na pista francesa de Dijon-Prenois. Venceu-a Clay Regazzoni, com um Ferrari. Sete anos mais tarde, a 29 de agosto de 1982, Dijon foi palco do último GP da Suíça – uma prova que ficou na História por ter sido a primeira vitória de Keke Rosberg (e a única no ano em que se sagrou Campeonato do Mundo) que, numa tarde inspirada, ‘voou’ desde a oitava posição na grelha para um inequívoco triunfo, batendo para isso o líder da prova, Alain Prost, que foi 2º a 4,4s.
Palmarés
1950 – Nino Farina (Alfa Romeo)
1951 – Juan Manuel Fangio (Alfa Romeo)
1952 – Piero Taruffi (Ferrari)
1953 – Alberto Ascari (Ferrari)
1954 – Juan Manuel Fangio (Mercedes)
1982 – Keke Rosberg (Williams/Ford)