Grande Prémio da Hungria F1: sinuoso, mas que costuma ‘dar’ grandes corridas…

Por a 17 Julho 2024 09:36

No próximo fim de semana, o Hungaroring recebe o penúltimo Grande Prémio antes da paragem de verão. Neste clássico de longa data – 1ª corrida foi em 1986 – os monolugares deverão correr com uma configuração de carga aerodinâmica elevada, quase ao nível de Mónaco.

Este circuito é muito sinuoso, contando apenas com uma ‘verdadeira’ reta, onde se situa a linha de chegada. A travagem e curva do final desta reta proporciona a melhor oportunidade, mas não a única, de ultrapassagem. Há 14 curvas, seis para a esquerda e oito para a direita, algumas delas de 180°.

A pista conta com vários níveis de inclinação e os seus 4.381 quilómetros fazem desta uma das mais curtas do calendário, sendo quase o oposto de Spa, que com sete quilómetros é a mais longa! Todas estas curvas significam que os pilotos não terão tempo para descansar ao longo das 70 voltas da corrida. Existem duas zonas de DRS: uma na reta da linha de meta e a outra, bem mais curta, na descida da curva 1 para a curva 2, com apenas uma zona de deteção antes da entrada na última curva.

Em termos das forças exercidas sobre os pneus, o circuito de Hungaroring não é particularmente severo. A Pirelli escolheu os três compostos mais macios, tal como no ano passado: C3 (P Zero duro), C4 (P Zero médio) e C5 como o (P Zero macio). A tração é um dos fatores mais importantes, especialmente no eixo traseiro. A degradação pode ser alta, especialmente se as temperaturas forem elevadas.

De facto, a previsão para este fim de semana não é favorável, lembrando que no ano passado, a Hungria registou a temperatura de pista mais alta da temporada, com 53 °C.

O sobreaquecimento é, portanto, um fator que precisa de ser controlado, não apenas durante corrida, mas também na qualificação. Com o composto mais macio, os pilotos devem conseguir chegar às duas últimas curvas de 180° com aderência suficiente, o que não é uma tarefa fácil, já que as curtas secções retas da pista não dão muito tempo para os pneus arrefecerem.

O Hungaroring é uma pista permanente, mas não é muito utilizada, pelo que os níveis de aderência deverão aumentar significativamente à medida que a borracha se for depositando na pista. Isso será ainda mais provável este ano, já que não houve atividade na pista por mais tempo do que o habitual. Portanto, a granulação poderá fazer-se sentir, especialmente nas primeiras sessões.

Ao entrar no paddock do Hungaroring este ano, o circo da Fórmula 1 encontrará um ambiente muito diferente do de 2023, uma vez que foram realizadas algumas alterações. Para cumprir o prazo, as obras decorreram 24 horas por dia, com cerca de quinhentas pessoas a trabalhar no local em cada momento. Foram instalados 390 quilómetros de tubagens, 3.200 toneladas de aço reforçado, 1.674 metros cúbicos de betão pré-moldado reforçado e 32.000 toneladas de betão.

A obra envolveu a movimentação de 17.000 metros cúbicos de terra. Também foram construídas as paredes da área de eventos atrás da bancada principal, com um comprimento total de 450 metros, bem como uma nova escadaria que leva às áreas dos espetadores.

Os edifícios no nível inferior do paddock foram demolidos, e o novo paddock cobre agora uma área de 8.000 metros quadrados.

No ano passado, a vitória sorriu a Max Verstappen, no final de uma corrida em que todo o pelotão optou por uma estratégia de duas paragens. Médios e Duros foram as escolhas mais populares para o início da corrida, embora quatro pilotos tenham optado pelos Macios, com o intuito de aproveitar a aderência extra logo na largada. Este grupo incluía Carlos Sainz, que passou do décimo primeiro para o sexto lugar na volta inicial. Este fim de semana também é provável que o C3 e o C4 sejam os preferidos na corrida, enquanto o C5 terá o seu momento de glória na qualificação. O evento húngaro de 2023 foi a única vez naquele ano em que um formato alternativo de alocação de pneus foi experimentado, com o objetivo de procurar maneiras de reduzir o número de conjuntos e tornar a sua utilização mais eficiente. A ATA (Alocação Alternativa de Pneus) significava que cada piloto tinha dois conjuntos a menos de pneus para piso seco (13 em vez de 11), com o objetivo de usar apenas um composto designado em cada fase da qualificação: Duros na Q1, Médios na Q2 e Macios na Q3.

O Grande Prémio da Hungria apareceu pela primeira vez no calendário em 1986, o primeiro evento de Fórmula 1 realizado atrás da então já frágil Cortina de Ferro. Faz parte do campeonato desde então, atraindo muitos fãs de países como a Finlândia e a Polónia, para os quais o Hungaroring se tornou o local mais próximo onde podem apoiar os seus compatriotas – por exemplo Mika Hakkinen, Kimi Raikkonen e Robert Kubica – pessoalmente.

Numa pista onde ultrapassar não é uma tarefa fácil, a qualificação assume grande importância, o que explica o motivo pela qual 16 das 38 edições até agora foram vencidas pelo piloto que partiu da pole position e apenas quatro vezes foi vencida por um piloto que começou fora da segunda linha da grelha. Lewis Hamilton é o piloto mais bem-sucedido com oito vitórias. O sete vezes campeão mundial também detém o recorde de pole positions (9) e pódios (11). Entre as equipas, a McLaren lidera com 11 vitórias, à frente de Williams e Ferrari, que ocupam o segundo lugar com sete cada. A Mercedes tem o maior número de poles (9), uma a mais que McLaren e Ferrari, esta última lidera em pódios com 26, à frente de McLaren (23) e Williams (18). Cinco pilotos conseguiram as suas primeiras vitórias na Fórmula 1 nesta pista, entre os quais, Fernando Alonso (2003) e Esteban Ocon (2021) que estarão na grelha de partida no domingo. Os outros são Damon Hill (1993), Jenson Button (2006) e Heikki Kovalainen (2008).

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