GP Portugal F1, ‘Mayor’ de Cascais, “perplexo” com o Estado por causa do Estoril
Depois de na passada semana se ter confirmado a vinda da Fórmula 1 para Portugal e para o Autódromo Internacional do Algarve em outubro, o Presidente da Câmara de Cascais mostrou-se “perplexo” pelo abandono a que foi vetado o circuito do Estoril, embora tenha endereçado os parabéns a quem trabalhou para que este desfecho se concretizasse para Portugal. Mostrando ‘desportivismo’, mas também muita mágoa, Carreiras escreveu no seu Facebook: “A Fórmula 1 está de regresso a Portugal. Parabéns ao Algarve e às suas gentes, que vão contribuir para a projeção da imagem do país no mundo”, começa por dizer o autarca, num texto publicado no seu Facebook, colocando depois em causa a forma como o estado, que é o dono do Circuito do Estoril, através da Parpública atuou neste processo: “causa-me perplexidade que o Estado esteja a investir num circuito privado quando tem, ele mesmo, à sua guarda, na Parpúlica, um dos míticos autódromos de corridas do mundo, o Estoril”, disse Carlos Carreiras.
Percebe-se a defesa da sua ‘dama’, mas Carreiras não tem razão. Se tivesse questionado quem de direito sabia que o Circuito do Estoril, apesar de ter grau 1 da FIA, ou seja, pode receber os Fórmula 1, nem de perto, hoje em dia tem instalações ao nível do que se exige hoje na Fórmula 1, algo que o Autódromo do Algarve tem de sobra.
Depois, prossegue, com política: “Já é hora do Governo entregar a Cascais a gestão do seu Circuito. Saberemos rentabilizá-lo e colocá-lo ao serviço dos Portugueses e de Portugal. Como está, abandonado pelo Estado, é que não pode ser”, conclui. Esta parte, já é outra história, porque se trata, como referimos, de política, mas se no Circuito do Estoril – que vai fazer 50 anos em 2022 – se fizessem obras, poderia, também ele receber a F1. Mas estas seriam muito relevantes, uma delas a largura da pista que é estreita para a F1 de hoje, ainda que o espaço no paddock seja o maior problema. Tendo em conta a oportunidade que surgiu, quem estava 100% preparado, era claramente o Autódromo internacional do Algarve.
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Não se percebe porque é que o estado não entrega o circuito à câmara. Não se percebe mesmo.
Só vejo uma justificação.
Irem deixando ao abandono e daqui a a uns dez quinze anos virem dizer que o circuito tá podré e vão deita lo abaixo e depois la vem um qualquer co. Plexo habitacional ou não tivesse o circuito bem localizado.
Sem dúvida. E foi por essa razão que perdemos a corrida após 96 por causa das obras mal paradas. Quando as terminaram já era tarde. Obrigado Governos.
Talvez porque se isso acontecesse, mais ano menos ano, iria nascer ali mais um empreendimento urbanístico de luxo… já que existem muitas pressões para por termo ao “ruído” que já lá estava quando as moradias de luxo nas redondezas foram construídas…
Um bocado confusa a análise de quem escreveu. Claro que o AIA hoje por hoje é a única pista apta a receber F1, principalmente num prazo tão curto. Mas não é isso que o autarca diz e se queixa: o que ele diz é que o Autódromo sendo do Estado está quase ao abandono em termos de infraestruturas, e que se o Estado como dono tratasse dele como fazem no AIA, dotando-o do necessário aos dias de hoje, também o Estoril poderia receber F1. O que o autarca diz é que se o Autódromo fosse entregue à autarquia, que também… Ler mais »
E a Câmara de Cascais teria dinheiro suficiente para fazer as obras necessárias? É que, por norma, as câmaras nunca têm dinheiro, quando se fala que é preciso isto e aquilo…
A Câmara de Cascais ou teria dinheiro ou arranjaria parceiros que tivessem. Esse não seria um problema
É verdade que o Autódromo precisa de muita coisa, o que significa muitos milhões. A Câmara de Cascais é uma das mais ricas de Portugal, o que não significa que possa gastar rios de dinheiro numa obra cujo retorno é possível, mas não é fácil. Uma coisa é antes do AIA, outra coisa é depois do AIA, com quem muitas competições têm contratos pluri-anuais. Mas acredito que a ideia do autarca é tomar a posse e depois concessionar.
Visto por esse lado… concordo consigo.
Eu também preferia a F1 no Estoril, mas por uma única razão: se o título não estiver matematicamente entregue na data da corrida, teria a certeza que o vencedor não se sagraria campeão, como aconteceu sempre no Estoril. Só Mansell venceu no Estoril no ano em que foi campeão, mas já tinha o título garantido desde a Hungria.
Quanto ao senhor Carreiras, não haverá ali uma pontinha de inveja? (Natural, aliás)
E não esquecer que quando o Estoril recebeu a F1, também era privado. Os problemas só começaram quando passou para a esfera do Estado.
Tudo razões validas, e é verdade que o Estoril decaiu dps de passar para o Estado, no entanto começou a descambar ja enquanto privado. O problema do Estoril é que é virtualmente impossivel fazer grandes alterações, é impossivél expandir para fora dos atuais limites do circuito, e o interior tbm não é vasto em espaço. Diria que o Estoril devia receber algum investimento nas infraestruturas, mas não vejo grandes possibilidades no que toca ao traçado. É possivel melhoras as bancadas, as boxes e o paddock, torna-lo mais apelativo e confortavel para eventos de marcas e similares, mas F1 no Estoril… Ler mais »
Sim, depois de existir o AIA, a F1 no Estoril acabou, mas continua a ser um circuito válido para outras competições e testes, que merecem ter condições condignas.
É verdade. Salvo se algo mudou, não é possível aumentar os limites, o que foi tentado durante muitos anos. Já não vou ao Autódromo há muitos anos (depois de centenas de presenças), mas se autarquia tomasse posse, alguma coisa poderia mudar; por um lado a autarquia tem outros meios para negociar, nomeadamente apelando ao interesse dos cascalenses e até expropriar se fosse o caso. Um privado como era antigamente não podia. Mas a autarquia se tem tanto interesse porque não compra por um valor simbólico? Tem de ser de borla?De qualquer modo, é necessário muita coisa: 1) Alargar a pista… Ler mais »
A situação do autódromo do Estoril é uma pena. Em vários orçamentos participativos é falado. Os cascalenses querem o circuito mas o estado parece intransigente. Uma pena…
A história do Autódromo do Estoril é infelizmente um longo exemplo do que foi este pobre país depois do Abril 25. Uma história muito longa mas que reflecte o país que nos fizeram.
Desculpe, mas o país é feito por todos nós. Todos nós, ou pelo menos a grande maioria, somos responsáveis pelo país que temos. E, diga-se de passagem, é um país até muito bom para se viver. Temos um bom clima, boa gastronomia, boas pessoas, muito capazes e muito simpáticas, temos uma situação social estável, não temos terrorismo que recentemente assolou vários países do Mundo. É certo que não temos tanto dinheiro como em alguns países da UE, mas a situação tem vindo a melhorar e a tendência é melhorar ainda mais. Também é certo que com a pandemia isto vai… Ler mais »
Talvez fosse mais oportuno perguntar como fez fortuna o grupo Grão-Pará antes do 25 de abril. Uma vez mais o antigo regime era muito generoso com os amigos.
Misturar a democracia e política atual com a gestão de um circuito de automobilismo é próprio de um “velho do restelo” com outros interesses.
É impressão minha ou metade deste artigo representa apenas a opinião do quem o escreveu?
Ou isto é apenas uma rubrica de opiniao pessoal? Onde quem a escreve diz o que alguém deveria fazer, e dá a sua opinião acerca de um assunto…
Habitue-se.
O Autodromo do Estoril faz-me sentir uma certa nostalgia, porque durante vários anos a maioria dos meus fins de semana eram passados lá, Saía do Porto sexta à noite e lá ia pela A1 até à Mealhada, (mais tarde Condeixa) e depois lá ia pela nacional 1 até Lisboa, viagens dificeis mas que deixaram muitas histórias para contar, Sábado abria-se a box e olhava-se para a bancada vazia, era triste e deprimente, com o passar das horas lá apareciam meia duzia de adeptos que nos acenavam incessantemente, era pessoal do Norte que nos conhecia de nos ver em Vila do… Ler mais »
Infelizmente tem toda a razão! Já perdi a conta às corridas que lá vi, como moro perto, perco muito poucas corridas (até já lá devo ter uma cadeira com o meu nome…) mas infelizmente muito raramente vi o autódromo cheio ou perto disso, apesar de por lá passarem competições muito interessantes. A organização até é habitualmente muito boa e pontual mas não consegue atrair público (bem ao contrário dos circuitos do norte do país) e isto é uma situação que já se arrasta há muitos anos (décadas mesmo) e nem é pelo custo dos bilhetes pois a maior parte das… Ler mais »
Aí está uma situação que eu nunca entendi, porque é que Sintra estava sempre cheia (até cheia demais) e o Autodromo estava quase sempre “às moscas” mesmo com entradas grátis, transportes grátis e sorteios de scooter, não dá mesmo para entender. Será que os adeptos dos ralis não são os mesmos da velocidade? Eu cá por mim desde que haja espectáculo e competição renhida até pode ser com carrinhos de rolamentos.
Primeiro de desde logo, é um facto que há muito mais adeptos de automobilismo no Norte. Sintra tinha muita gente, mas também aí era muita gente do Norte, pois era “muito engraçado” acompanhar o rallye de classificativa em classificativa. E depois o Estoril não tinha, nem tem, um ingrediente que por exemplo Vila do Conde tinha: muitos acidentes. O Estoril já é um circuito seguro. Tem/teve claro os seus acidentes, mas não era a mesma coisa, assim como Vila Real. Recordo-me por exemplo de um ano nesta pista em que só na chicane da estação capotaram mais de 10 carros.… Ler mais »
Mas mesmo quando existiam os troféus Toyota Starlet, Citroen AX, BMW, etc era sempre uma tristeza olhar para as bancadas. Casa “composta” no Estoril só me lembro, para além do dito slalon, no motoGP, na F1 e no WTCC (este muito à custa de termos lá o Tiago Monteiro). O que me custa mais a perceber é que não era só o rali de Portugal que arrastava muita gente na zona, pois chegamos a ter o Rali das Camélias, A volta a Portugal (rali) a rampa da lagoa azul e a rampa da Pena, até o rali de iniciados do… Ler mais »
No ELMS nao enchia??
Ate a bancada interior ficava cheia de gente.
Ate no ano do temporal habia muita gente.
Ja para nao falar na festa que era e as bancas que havia.
Ate mini comboios montavam ca fora.
Pois posso lhe dizer que desde tenra idade ia ver as corridas ao circuito de Vila do Conde na curva da praia azul duas vezes por ano e aquilo era só gente, adorava mas infelizmente acabou, também fui ver corridas ao Vasco Sameiro e ao Estoril mas multidao como havia em Vila do Conde nao havia, mesmo o circuito da Boavista apesar de muita gente por altura do wtcc e do Rui Rio nunca teve a aura que o circuito de Vila do Conde tinha.
Mas Vila Real era igual em termos de enchente, notava-se menos porque eram 7 km’s de pista, mas quando se olhava para zonas como a curva da salsicharia, timpeira, toda a zona de Mateus esses da estação era um mar de gente. Isto só vem provar que a força dos adeptos de desportos motorizados está no Norte, com o devido respeito pelos adeptos do Sul onde fiz e tenho grandes amigos, basta olhar para o actual Rali de Portugal.
O circuito da Boavista é horrível. É muito giro de ver por lá os carros mas não tem condições para ultrapassagens e eventos interessantes. Com muita pena minha
Excelente comentário. E tem viabilidade económica?
Um autarca do PSD a fazer política contra o governo. A única originalidade é o tema.
Que tem uma coisa que ver com outra? Cascais foi quase sempre uma Câmara PSD, e o Governo foi quase sempre PS. Nem quando não foi assim, o problema se resolveu. Sendo certo que julgo até 2006 ou coisa parecida como o Autódromo era particular, as circunstâncias eram diferentes. Mas a partir de 2006, creio que a Câmara foi sempre PSD, houve governos PS e PSD, e nada se resolveu. E creio que não se resolverão até os processos que estão em Tribunal não tiverem sentenças.
Mas o Dr. Carlos Carreiras só se lembrou agora de que o papel do Estado é beneficiar circuitos e financiar corridas. Não acha estranha a oportunidade do comentário?
Recordo-lhe que o Estado não nacionalizou o Autódromo do Estoril. Recebeu o autódromo para pagamento das dívidas do grupo Grão-Pará ao Estado, com recurso a uma figura chamada «dação em cumprimento».
gastar dinheiro dos contribuintes nesta altura num circuito obsoleto sem condições ???
não vos chega o Novobanco ??? sinceramente …… Portimão tem tudo para ter sucesso
com gastos sim… mas bem menores e contidos.
Parece-me mais um negociozinho feito por baixo da mesa para socializar as perdas, deixa-se ao abandono ao máximo possível, depois o privado quando não puder mais vem chorar ao Estado a importância histórica do circuito que precisa de uns bons milhões para o reformar e assim lava uns bons milhõezinhos para o seu bolso e dos amigalhaços que lhe fizerem os contratos com cláusulas ridículas como têm feito com as PPP´s, Bancos falidos e TAP´s mal geridas para obrigar o Estado a ter que largar o dinheiro para não perder estruturas com grande importância estratégica nacional. Porque não se entende… Ler mais »
Primeiro. O circuito tem sido usado e eu todos os anos la tenho ido ver corridas.
Segundo. É o estado que gere o circuito e não um privado.
Terceiro. Comeco a ter pena de si. Antes ria me mas agora penso que é doença.
Secundando o excelente comentário do Turtle penso que o tempo das vacas gordas no Estoril terminaram há mais de 20 anos com a remodelação da pista. Desde aí nenhum governo mostrou interesse em pagar por ter F1 em Portugal ou qualquer outros espetáculo motorizado. E bem, porque o este tipo desporto deveria ser financeiramente sustentável.