GP Mónaco F1: Aston Martin oferece vitória a Max Verstappen
O Grande Prémio do Mónaco apresentava a primeira real oportunidade de a Red Bull ser batida este ano, mas o génio de Max Verstappen acabou por suplantar qualquer suposta debilidade do seu monolugar nas ruas do Principado, conquistando uma vitória fabulosa.
O RB19 Honda está mais exposto aos seus adversários na qualificação, como Charles Leclerc já provou com a pole-position para o Grande Prémio do Azerbaijão, e tanto a Ferrari como a Aston Martin, com Fernando Alonso, tinham a ambição pública de poder conseguir derrotar a equipa que venceu todas as corridas deste ano, dado a importância da sessão que define a grelha de partida no evento de Monte Carlo.
E, de facto, desde os primeiros treinos que tanto o espanhol como os pilotos da ‘Scuderia’ se mostravam ameaçadores para Verstappen e Sérgio Pérez, assumindo-se como candidatos à pole-position.
A qualificação monegasca foi uma das mais disputadas do ano e, talvez, uma das melhores de sempre, com o Bicampeão Mundial, Fernando Alonso, os dois recrutas da Ferrari e um surpreendente Esteban Ocon em contenção pela pole-position.
Quando parecia mais que certo que o espanhol da Aston Martin asseguraria a melhor posição da grelha de partida mais importante do ano, Max Verstappen puxou da cartola uma volta mágica, com diversos toques nas barreiras, garantido a pole-position por uns parcos 0,082s face ao piloto da Aston Martin e 0,106 de vantagem para o monegasco.
A primeira batalha estava dada, mas com Alonso ao seu lado a corrida não prometia ser fácil, ao passo que qualquer ataque da parte da Ferrari evaporava-se com uma penalização a Leclerc de três lugares na grelha de partida por ter prejudicado Lando Norris no túnel – mais uma falha de comunicação da equipa.
No domingo, a chuva era um fator que poderia entrar no jogo, o que levou pilotos e equipas a não tocarem nos pneus macios, preferindo os médios e os duros para garantir uma maior latitude estratégica que lhe permitisse parar apenas uma vez, a estratégia mais querida nas exíguas ruas de Monte Carlo, dadas as dificuldades em ultrapassar.
Entre os três primeiros, Verstappen e Ocon montavam médios, ao passo que Alonso escolhia duros, colocando de parte qualquer ataque que potencialmente poderia fazer ao neerlandês no arranque.
O piloto da Aston Martin chegou mesmo a ser ameaçado pelo seu ex-colega de equipa, mas com uma passagem no limite por Sainte Dévote, conseguia manter o segundo posto e começar a sua perseguição a Verstappen.
Rapidamente ficou claro que Ocon não tinha como acompanhar os dois da frente, tendo de viver com a pressão de Sainz, ficando a luta pela vitória entregue aos dois primeiros, tendo Alonso a vantagem de ter um jogo de pneus que, na teoria, lhe permitiria ir mais longe na corrida.
Até à oitava volta o espanhol conseguiu manter-se sempre a menos de dois segundos e meio de Verstappen, mas a partir de então começou a impor um ritmo que o seu perseguidor não conseguia acompanhar, tendo a diferença entre os dois ultrapassado os onze segundos quando estavam cumpridas vinte e três voltas.
No entanto, o tráfego e a granulação dos pneus médios do Red Bull número um levava a uma reaproximação de Alonso, que na trigésima terceira volta estava a apenas cinco segundos do comandante.
Teriam as borrachas do neerlandês passado o seu melhor, deixando-o exposto a um possível ‘undercut’ do espanhol?
Verstappen, com uma gestão magistral dos Pirelli, porém, respondia e nas voltas seguintes conseguia criar uma vantagem superior aos treze segundos, dando a ideia de que poderia esperar pela chuva e repelir qualquer ataque que Alonso lhe pudesse lançar à distância.
Mas, depois de muito se esperar, as nuvens descarregaram mesmo, começando a molhar ligeiramente a zona que vai desde Mirabeau até à Chicane do Porto, deixando os pilotos na dúvida sobre que pneus deveriam montar, estando Verstappen e Alonso na confortável situação de esperar por uma definição climatérica para poder montar intermédios ou slicks.
E foi neste cenário que Alonso e a Aston Martin cometeram um erro que poderá, no mínimo, lhes ter impedido de pressionar Max Verstappen.
Com pneus duros, logo em vantagem sobre os médios do neerlandês, o espanhol rumou às boxes na quinquagésima quarta volta, mas ao invés de montar intermédios, decidiu escolher slicks médios, quando a pista estava a piorar.
O piloto da Aston Martin teria de voltar a trocar de pneus na volta seguinte, para equipar o seu monolugar com borrachas marcadas a verde, tal como Verstappen, que fez o mesmo alguns segundos antes.
A equipa de Silverstone evidenciava falta de elasticidade táctica, apostando numa estratégia num momento indefinição, quando as condições aconselhavam a esperar, ou então arriscar nos intermédios.
Esteban Ocon, que parou para montar intermédios na mesma volta em que Alonso montou médios, ganhou 11,4s segundos ao Bicampeão Mundial na sua volta de saída. Se levarmos em consideração que o espanhol estava a apenas 8,1s de Verstappen, dá para perceber a dimensão do erro estratégico da Aston Martin.
Uma potencial vitória fugia por entre as mãos de Alonso devido a uma decisão pouco arrojada.
Já Verstappen, apesar de um toque nas barreiras do Portier quando a chuva apertou e estava ainda de slicks, realizou uma prestação notável em condições muito difíceis, mantendo vivos os pneus médios durante cinquenta e três voltas, o que foi determinante para que pudesse esperar pela chuva para montar intermédios no momento certo e manter o comando.
Foi um fim-de-semana em que a Red Bull foi mais desafiada que em qualquer outra corrida este ano, mas com o neerlandês a brilhar, conseguiu suplantar o desafio da Aston Martin.
Sérgio Pérez, por seu lado, hipotecou as suas possibilidades de poder ombrear com o seu colega de equipa na luta pelo título, depois de um acidente logo na Q1 o ter lançado para o último lugar da grelha de partida, condicionando a sua corrida, que acabou em décimo sexto a duas voltas de Verstappen.
Mas esta é a diferença entre os fora de série e os bons pilotos – quando é preciso, mostram a sua raça.
Se não me falha a memória, depois da troca de pneus o Alonso ficou a cerca de 20 segundos do Max, se tivesse mudado para intermédios à primeira, poderia ter ficado à frente, mas no limite ficaria muito próximo e seria bem interessante, embora na prática não haveria ultrapassagem, pois o Alonso não deixaria nem o Max, mas que criaria uma animação extra, isso criaria…A AM esteve muito mal.
Concordo com o jornalista, inclusivé, quando vi a banda amarela dos pneus fiquei estupefacto pois já a chuva se fazia sentir.
O facto de em Q1 terem ficado 15 (QUINZE) pilotos NO MESMO SEGUNDO fiquei a pensar: os mesmos pneus em todos, carro+piloto valem tão pequena diferença?! Se fosse uma corrida tipo troféu não ficaria mais equilibrada!