GP Las Vegas, F1: Ferrari espera compensação pelos danos causados no carro de Sainz
A Ferrari começou o Grande Prémio de Las Vegas com o pé esquerdo. Carlos Sainz passou por uma tampa que saltou e atingiu o carro italiano, provocando danos extensos e obrigando à substituição de vários componentes. Enquanto o piloto espanhol foi penalizado com a perda de 10 lugares na grelha de partida para a corrida de domingo, a Ferrari ficou a perder dinheiro, uma vez que os danos sofridos não foram da sua responsabilidade ou do piloto.
Frédéric Vasseur preferiu não discutir publicamente, na conferência de imprensa dedicada aos chefes de equipa realizada entre o treino inaugural, que acabou precocemente, e o segundo treino, se iria pedir uma compensação ao organizador da prova pelos danos sofridos no carro de Sainz. “Temos tempo para discutir esse assunto”, foi o que disse o francês quando questionado, pouco tempo depois do sucedido. Ainda que tivesse dito, quando foi novamente questionado sobre o mesmo tema, que “sabemos que se trata de um evento desportivo, sabemos que isto pode acontecer”.
Já depois da prova se ter realizado, com Charles Leclerc a alcançar o segundo lugar da classificação e Carlos Sainz o sexto, depois de ter sido penalizado por troca de componentes devido ao acidente, Vasseur explicou que o possível pedido de indemnização será discutido numa “discussão privada que terei com as partes interessadas”. Neste caso, o organizador é a própria Liberty Media.
O responsável da equipa de Maranello sublinhou a questão do limite orçamental que tem de cumprir, não havendo muita margem para acidentes com danos tão extensos que obrigam à troca de vários componentes.
O impacto é tremendo. Além de todas as peças trocadas em Las Vegas, a Ferrari tem de enviar de Itália um chassis sobressalente para Abu Dhabi, a última prova do ano. “Não há nenhuma provisão no orçamento ou no limite de custos para excluir os acidentes”, disse Vasseur. “De certeza que há muitos custos extra. Toda a cablagem foi danificada, a caixa de velocidades foi danificada, a bateria foi danificada, o motor está morto. Temos muitas consequências do ponto de vista financeiro, desportivo e até do stock de peças sobresselentes e, do ponto de vista orçamental, não é fácil”.
Do lado da Ferrari, há um precedente que pode apoiar o seu ponto de vista. Em 2017, a Haas foi compensada pelos danos sofridos no monolugar de Romain Grosjean, quando este bateu numa tampa de escoamento de águas durante o Grande Prémio da Malásia. Quem pagou a indemnização foram os organizadores da prova nessa altura.
Para Frédéric Vasseur, além de ser necessário discutir os procedimentos tomados antes do incidente – referindo-se ao tempo que passou desde a bandeira amarela acenada até à suspensão da sessão, quando Esteban Ocon também passou pelo local apenas com o aviso com bandeira amarela – terá de ser também levantada a questão dos danos deste incidente não estar sob controlo do limite orçamental. Apesar avisar que isso terá de ser debatido, lembra Vasseur que “a decisão é outra coisa”.