GP Japão F1: qualificação derrotou a Ferrari

Por a 8 Abril 2024 17:40

A Red Bull conseguiu mais uma dobradinha, mas se a vitória de Max Verstappen no Grande Prémio do Japão nunca esteve verdadeiramente em dúvida, Sergio Pérez teve de dar o máximo para assegurar o segundo posto perante Carlos Sainz.

O circuito de Suzuka é quase feito à medida dos carros de Milton Keynes, uma vez que exige eficácia aerodinâmica e uma gestão cuidada dos pneus, características bem patentes no RB20 Honda.

Era, portanto, o cenário perfeito para a recuperação da Red Bull, depois da pesada derrota no Grande Prémio da Austrália, onde Verstappen abandonou na segunda volta e Pérez não conseguiu melhor que o quinto posto a quase um minuto de Carlos Sainz, o vencedor e líder de uma dobradinha da Ferrari.

A preparação para a corrida do passado domingo e para a qualificação não foi fácil, uma vez que a chuva que caiu na segunda sessão de treinos-livres e desfez os planos das equipas e pilotos, deixando-as impreparadas para o restante fim-de-semana, até porque, num circuito tão exigente como o de Suzuka, os carros ainda não são completamente conhecidos dos engenheiros, uma vez que estamos apenas na quarta etapa da temporada.

Foi neste cenário que se realizou a qualificação, com pista seca, não tendo a Red Bull dificuldade em monopolizar a primeira linha, ainda que Verstappen se tenha visto obrigado a aplicar ao máximo para bater o seu colega de equipa.

A Ferrari, porém, teve dificuldades em colocar os pneus na janela de temperatura correcta, sobretudo Charles Leclerc, sendo Sainz batido por Lando Norris que, com uma volta extraordinária, conseguiu colocar o seu McLaren no terceiro posto, à frente do espanhol, ao passo que o monegasco não foi além de oitavo, sendo batido pelos dois Mercedes e por Fernando Alonso.

E foi aqui que a ‘Scuderia’ começou a ver a sua tarefa de incomodar Pérez dificultada, que era o seu objetivo para o Grande Prémio do Japão, situação que foi agravada em qualquer dos arranques, quando Sainz não conseguiu suplantar o inglês da McLaren.

Era evidente que o piloto da Ferrari estava mais rápido que o seu adversário, mas em Suzuka as ultrapassagens não são fáceis e passou as primeiras onze voltas no escape do carro inglês, perdendo cinco segundos para Pérez.

Quando Norris parou para trocar de pneus, logo na décima primeira volta a contas com dificuldades com os pneus, o espanhol começou imediatamente a rodar no nível do mexicano, evidenciando que tinha andamento para incomodar o piloto da Red Bull, tendo até à paragem de ambos, na décima quinta volta, apenas por uma vez perdido tempo.

No segundo ‘stint’, Sainz voltou a rodar no ritmo de Pérez, não perdendo tempo, o que levou a que a Ferrari estendesse atrasa-se a sua segunda paragem no intuito de ficar com pneus mais frescos para a ponta final da prova e, dessa forma, tentar ‘caçar’ o piloto da Red Bull – o mexicano parou na trigésima terceira volta e o espanhol na trigésima sexta.

No entanto, Sainz ficou com Hamilton e Norris para se desenvencilhar, tendo ainda saído a treze segundos de Pérez, o que mostrava ser um desafio demasiado ingreme para ser alcançado. O espanhol fez um final de prova no ritmo de Verstappen, mas conseguiu apenas ganhar cinco segundos a Pérez, ficando no terceiro posto.

O espanhol da Ferrari mostrou que tinha andamento para se bater de igual para igual com o mexicano da Red Bull, mas o facto de ter sido suplantado por Norris na qualificação e não se ter desenvencilhado deste no arranque para a corrida acabou por tornar a sua tarefa impossível.

Charles Leclerc, por seu lado, depois de uma qualificação dececionante, adotou uma estratégia de uma paragem só, mostrando o pulo técnico que a ‘Scuderia’ conseguiu dar em apenas seis meses, uma vez que neste mesmo circuito, o SF-23 devorava os seus pneus, o que deixou o monegasco, o melhor classificado da equipa italiana no Grande Prémio do ano passado, a quarenta e quatro segundos do vencedor, mais uma vez Verstappen.

Desta feita, com uma estratégia que era mais lenta – resultou para Leclerc porque lhe permitiu rodar fora do tráfego – o Vicecampeão de 2022 terminou em quarto a vinte e seis segundos do neerlandês, o que sublinha o salto que a Ferrari deu no campo da gestão dos pneus.

Seja como for, Verstappen esteve, como é habitual, imperial e nada nem ninguém o poderia bater em Suzuka, conquistando a sua terceira vitória da temporada, depois do desapontamento de Melbourne.

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