GP Japão F1: Altos & Baixos

Tendo em conta o que já escrevemos quanto à desilusão (Esteban Ocon), o Destaque (Max Verstappen) e o herói esquecido (Isack Hadjar), deixamos outros para os altos e baixos, quer sejam pilotos ou equipas.

ALTOS

Kimi Antonelli

Não começou bem o fim de semana, mas depois de uma grande qualificação, em que foi sexto, esteve bastante bem na corrida em que defendeu a sexta posição face a Lewis Hamilton. Tornou-se no mais jovem piloto a liderar uma corrida e a fazer a volta mais rápida. Está à frente dos dois pilotos da Ferrari no campeonato, em que é quinto, e claramente está a mostrar maturidade e potencial, justificando totalmente a aposta da Mercedes.

Oliver Bearman

Numa pista que desconhecia, qualificou-se numa posição bem melhor do que o esperado. Chegou à Q2, depois à Q3, e na corrida ofuscou fortemente o seu experiente companheiro de equipa, Esteban Ocon. Terminou em 10º, pontuou pela segunda vez consecutiva. É verdade que não começou bem em Melbourne, mas na China e Japão mostrou o que pode fazer na F1.

BAIXOS

McLaren

É verdade que a McLaren foi a equipa que mais pontuou no Japão, mas isso deve-se a ter dois pilotos que vão lutar pelo campeonato. Como equipa, não fizeram tudo, nem de perto, para fazer melhor do que se quedar pelos dois lugares mais baixos do pódio e tememos que, aparentemente, não queiram melindrar qualquer dos seus pilotos nas tomadas de decisões mais arriscadas. Bastava que escolhessem um piloto para ficar mais tempo em pista, enquanto o outro se ‘colava’ a Verstappen na estratégia para, provavelmente, poderem vencer, pois como ficou provado por Kimi Antonelli, ter ficado em pista no ar limpo significaria para um qualquer dos pilotos da McLaren (fazê-lo com os dois seria arriscado) quase certamente vencer a corrida, pois poderiam aumentar o ritmo que tinham, e que não usaram porque não conseguiam passar Max Verstappen. Se um deles tivesse pista limpa, teria ganho tempo suficiente para passar Verstappen nas boxes. Seja como for, a McLaren começou por perder a corrida na qualificação, juntando-lhe depois o facto de não ter tentado a ‘tal’ estratégia diferente. Claro que os maiores culpados do falhanço da qualificação foram os pilotos.

Ferrari

Nem tudo foi mau, Charles Leclerc terminou em quarto, mas o SF-25 voltou a não parecer carro com capacidade para desafiar os homens da frente. A Ferrari está claramente atrás da McLaren, Mercedes e de um Red Bull, e tanto Leclerc quanto Hamilton continuam a ter dificuldades com o carro. Três corridas sempre com os pilotos a queixarem-se, o piloto melhor posicionado no campeonato é Leclerc em sexto, com Hamilton em oitavo… atrás de Alex Albon. Os anos passam e a música repete-se. Nem com dois pilotos do calibre de Leclerc e Hamilton?

Sauber

A Sauber parece claramente ter o carro mais lento da grelha e, por isso, não há muito que os seus pilotos possam fazer, ainda por cima com um rookie, Gabriel Bortoletto, mas quando um piloto como Nico Hulkenberg, que esteve bem na Austrália, não consegue fazer melhor do que 15º e 16º, na China e Japão, a explicação só pode estar no carro e na equipa. E mesmo o resultado de Melbourne foi fruto de um bom aproveitamento da chuva, mas em Suzuka as dificuldades da equipa foram mais do que muitas.

Lance Stroll

Já se sabe que anda bem na chuva, e provou-o em Melbourne, mas no Japão Lance Stroll esteve quase irreconhecível. Desde qualificar-se em último lugar, um segundo atrás do seu companheiro de equipa, Fernando Alonso, o que é uma margem enorme, a não conseguir progredir na corrida apesar de arrancar com pneus macios, está tudo dito. Claro está, ao parar muito cedo, comprometeu tudo o resto, e não foi por acaso que foi o único carro a terminar uma volta atrás do líder. Até tinha estado razoavelmente bem na Austrália e na China, mas no Japão ‘sujou’ um pé todo…

FOTO Getty Images/Red Bull Content Pool