GP Itália de F1: O que esperar da corrida?

Quando se vê um piloto como Romain Grosjean despistar-se devido a aquaplanning e depois se vê Lewis Hamilton a andar daquela maneira percebe-se que um deles fez tudo errado e o outro, brilhou onde mais ninguém foi capaz. A volta que deu a pole-position a Lewis Hamilton foi pouco menos que perfeita, e isto em condições terríveis.

Grosjean, depois do seu acidente que interrompeu a Q1, queixou-se de tudo, a todos, mas Hamilton provou porque está na luta pelo seu quarto título Mundial e o francês na fase descendente da sua carreira na F1. O piloto inglês da Mercedes deixou o seu adversário mais direto, Max Verstappen a uns expressivos 1.148s, e se pensarmos que simplesmente o Mercedes estava melhor para aquelas condições que o Red Bull, a resposta que damos é o registo de Bottas que ficou a 2.5s do seu colega de equipa. Tratou-se de classe pura de um piloto que foi, neste caso, muito melhor que todos os outros, batendo mais um recorde na F1, o do maior número de pole-positions.

No pólo oposto, os Ferrari. Vettel estava incrédulo no final da qualificação devido à diferença para Hamilton, mas a verdade é que algo correu muito mal na Ferrari, ou com os pilotos da Ferrari para ser mais preciso, já que entre Hamilton e os dois homens da Ferrari ficaram Os jovens da Red Bull, Lance Stroll, Esteban Ocon. As condições era más para todos, só que alguns tiveram a necessária coragem para arriscar enquanto Vettel e Raikkonen nem por isso. Vettel tem a ‘sorte’ de ter pela frente uma corrida em que é fácil ultrapassar, espera-se melhor tempo hoje, mas vai ter que trabalhar um pouco para chegar atrás de Hamilton, e muito provavelmente este vai aproveitar para se colocar a uma distância razoável para vencer.

Charlie Whiting e a FIA continuam ‘afetados’ pelo que sucedeu no GP do Japão de 2014 com Jules Bianchi, e esperaram até não ser mais possível para dar sequência a uma sessão de qualificação que começou às 13h00 e terminou perto das 16h00, acabando os pilotos a rodar com mais ou menos  chuva do que aquela que havia aquando da interrupção. Não houve mais acidentes, o que houve foi classe a mais de um piloto face a todos os outros. Os Ferrari espalharam-se ao comprido, nunca pensando que poderia haver tanta gente à sua frente, os dois pilotos da Red Bull, mesmo sabendo que têm imensas penalizações para cumprir, foram dignos e mostraram o que podem andar se tiverem um motor à altura da concorrência.

Lance Stroll calou mais algumas vozes – um rookie andar assim numa pista nestas condições não é para qualquer um – e Esteban Ocon mostrou também que não vai demorar muitos anos a chegar à equipa principal da Mercedes. Com pouco mais de um ano de F1 começa a ‘apagar’ mais vezes um piloto bom como é Sergio Pérez, e Valtteri Bottas, que já teve vários ‘altos’ na Mercedes, ontem foi demasiado cauteloso para o carro que teve na mão. É verdade que abortou a sua última volta lançada, mas fê-lo porque nunca conseguiu “colocar a funcionar” os seus pneus de chuva.Se tivéssemos que resumir esta qualificação, diríamos que foi uma autêntica serenata à chuva de Lewis Hamilton face a todos os outros, sem exceção.

Hoje, na corrida, espera-se algo semelhante a Spa, com a nuance que os Ferrari não irão estar “logo ali” e isso poderá fazer toda a diferença. O que vale à Ferrari é que os Red Bull vão partir muito atrás, e os Ferrari ‘só’ têm pela frente Stroll, Ocon e Bottas, mas todos eles com unidades motrizes da Mercedes, na pista mais rápida do campeonato. Se Vettel, pelo menos Vettel não os ‘despacha’ rapidamente, então para Hamilton, Monza vai ser um autêntico passeio…

A grelha de partida com as penalizações será a seguinte: