GP Grã-Bretanha F1: Muitas incógnitas para a corrida de Silverstone
O autor da pole-position para o Grande Prémio da Grã-Bretanha foi uma surpresa, Carlos Sainz, e com as condições climatéricas instáveis em Silverstone, existem ainda muitas incógnitas para a equação de amanhã.
O típico tempo britânico fez-se sentir no histórico circuito inglês, o que prejudicou o trabalho das equipas, que encontraram condições na pista inconsistentes, um pesadelo para quem tinha novos componentes de desenvolvimento nos seus carros, e eram nove as formações que tinham novéis peças aerodinâmicas para dar seguimento aos respetivos programas – apenas a Alpha Tauri apareceu em Northampton com um carro igual ao de Montreal.
Para além disso, com apenas duas sessões de treinos-livres realizadas com pneus slicks – no final de tarde de sexta-feira e após o almoço de sábado – o comportamento dos pneus para seco que a Pirelli levou para Silverstone é ainda desconhecido da generalidade das equipas, deixando imensas dúvidas para a corrida de domingo.
Em cima disso, muito embora existam fortes possibilidades de a prova ser realizada com o asfalto inglês seco, a possibilidade de voltar a chover no início do Grande Prémio da Grã-Bretanha é elevada, não podendo ser negligenciada.
Se a corrida tiver o seu início com a pista molhada, a grande questão será acertar nos pneus certos para as condições da pista e isto será determinante para o desfecho da prova, uma vez que, o mais provável é que o asfalto vá secando progressivamente, ajudada pela passagem dos vinte melhores aspiradores do mundo e pelo vento que sempre se faz sentir em Silverstone.
Nestas condições, Max Verstappen mostrou-se hoje muito forte, tendo sempre cerca de 0,2s de vantagem face a Charles Leclerc, o que faz dele o grande candidato à vitória.
Carlos Sainz assegurou a sua primeira pole-position na Fórmula 1 fruto dos erros dos outros ao invés de evidenciar um ritmo mais forte que os dois pilotos já citados, sendo difícil que possa ser encarado como um protagonista na luta pelo triunfo, assim como Sérgio Pérez, que esteve longe do andamento do seu colega de equipa.
A Mercedes parecia estar em condições de poder se bater, pelo menos, por um lugar entre os três primeiros, mas um erro operacional no caso de Lewis Hamilton, que que abortou uma volta em que estava a ser rápido a conselho da sua equipa e perdeu temperatura nos pneus que nunca recuperou, e um de George Russell na sua volta final atirou-os para quinto e oitavo lugares, respetivamente.
Lewis Hamilton foi o segundo mais rápido na Q2, o que lhe poderá dar aspirações a bater-se por um lugar no pódio, caso a pista se apresente molhada, a vitória poderá estar fora do seu alcance em condições normais.
Se a pista estiver molhada as incertezas são muitas, as dúvidas também não se dissiparão se Silverstone se apresentar seco a pilotos e equipas.
Numa pista de alta velocidade em que 81% da volta é realizada com o acelerador a fundo, é o pneu dianteiro / esquerdo o que mais sofre e limita os pilotos estrategicamente.
Este pode ser um fator ainda mais limitativo com a “pista verde”, depois da chuva ter vindo a lavar o asfalto todos os dias, deixando-a sem borracha.
Ao longo do presente ano, a Ferrari tem tido mais problemas de gestão de pneus sempre que é o eixo dianteiro o mais solicitado, sentindo-se mais à-vontade quando é o traseiro que está sobre maior pressão, mas desde Barcelona que o F1-75 deu um passo em frente nesse aspeto.
A Red Bull está mais ambientada a pistas com estas características, mas com a “pista verde”, o RB18 poderá sentir algumas dificuldades nestas condições e desgastar mais as borrachas da Pirelli.
Seja como for, a grande questão para as equipas será perceber se será uma corrida com uma ou duas paragens nas boxes.
Com uma troca de pneus a custar uns massivos 26s, todos quererão visitar o “pit-lane” apenas uma vez, mas o desgaste do pneu dianteiro / esquerdo numa pista sem borracha poderá dar a volta aos planos dos estrategas.
Apesar de Sainz partir da pole-position, Verstappen arranca para a corrida de amanhã como favorito e, se chegar ao comando, será difícil de suplantar, dada a vantagem que o Red Bull ostenta nas retas – o F1-75 só perde para o RB18 em reta – mas as condições climatéricas podem alterar tudo e um bom arranque de Leclerc poderá desestabilizar os planos do Campeão do Mundo.