GP Grã-Bretanha F1: estratégias complicadas, pneus e chuva…
Depois duma intensa qualificação, que terminou com uma novidade absoluta no topo da lista, Carlos Sainz que alcançou a primeira pole da sua carreira na F1, agora é a vez da corrida e tudo será muito diferente. Em termos de estratégia que as equipas podem optar, desta feita não será a habitual uma paragem nas boxes a estratégia mais rápida, mas sim parar duas vezes. A razão é simples: a degradação dos pneus é elevada devido à natureza do circuito, muitas curvas de alta velocidade, que colocam muita pressão nos pneus..
Esta é daquelas corridas muito complexas na escolha do momento para trocar pneus, isto apesar da grande experiência das equipas no circuito. Só que este ano os carros, rodas e pneus são novos pelo que a forma como se vão desgastar também é uma incógnita para as equipas.
O pneu médio é o melhor para o traçado, mas as equipas têm de usar dois compostos distintos. Utilizar o pneu macio muito cedo é um risco pois o nível de combustível é alto e o peso desgasta mais rapidamente os pneus.
Há uma hipótese que em teoria é perfeita, usar médios duas vezes no início da corrida e na primeira troca de pneus e depois colocar macios para o resto da corrida quando o peso do carro é mais baixo, mas é arriscado, porque as incógnitas são maiores e é a fase decisiva da corrida. Ninguém gosta de chegar a esse momento com enorme incerteza quanto aos pneus.
Mas há mais, por exemplo utilizar dois conjuntos de pneus médios, só funciona para equipas que tenham dois conjuntos de pneus médios disponíveis nas suas atribuições, e a McLaren é uma das equipas que não o têm. Assim, Lando Norris será forçado a utilizar os três compostos se quiser parar duas vezes.
Há também a opção de tentar fazer uma paragem única, com os pneus médios e chegando pelo menos à volta 25 antes de mudar para os duros, gerindo-os até ao final da corrida.
Como se percebe, a estratégia é complexa.
E ainda há a chuva. Há hipótese de chuva no início da corrida e durante toda a primeira metade, o que pode significar uma pista molhada desde o início. Se houver uma pista a secar, então o ponto de cruzamento torna-se um fator crucial. Este é o momento em que as equipas devem passar de intermédios a slicks, e basta uma volta mais cedo ou mais tarde para se perder muito tempo.
A boa notícia para as equipas é que tiveram chuva no TL1 e isso permitiu-lhes trabalhar o ponto de cruzamento. Se a pista estiver molhada mas a chuva tiver parado, assim que os tempos desçam abaixo dos 1m40s vai haver ação no pit lane, pois todos vão querer ser os primeiros a chegar aos pneus slicks, mas também ninguém vai querer chegar-lhes demasiado cedo.
Por outro lado, mesmo que esteja seco, temperaturas relativamente baixas significará que o composto mais duro dos pneus é difícil de aquecer e entrar na sua janela de funcionamento ideal, o que também poderia empurrar as equipas para tentarem completar o máximo possível da corrida com os médios.