GP dos EUA F1: A FIA e a arte de complicar
Tivemos uma corrida espetacular em Austin, com todos os ingredientes que nos fazem apaixonar pelas corridas. Uma das melhores provas do ano ficou novamente manchada pela atuação da FIA e da direção de corrida. Até quando?
Ponto prévio. Ser diretor de corrida ou pertencer à direção de corrida é difícil. É um trabalho de uma responsabilidade tremenda, que exige o melhor de cada elemento e que deve ser enaltecido. Sem árbitros não há desporto. São parte integrante do espetáculo e peças fundamentais na engrenagem. Posto isto… custa muito manter alguma coerência?
Kevin Magnussen já viu por um par de vezes a bandeira preta e laranja, que obriga o piloto a entrar nas boxes para reparar algo que é considerado potencialmente perigoso. O dinamarquês já ficou algumas vezes com a aleta lateral pendurada por um pedaço, o que motivou a direção de corrida a chamar o piloto à box. Em Austin, Fernando Alonso, Sergio Pérez e até George Russell sofreram contactos que deixaram partes do seu monolugar danificadas, com peças a ficarem presas de forma algo precária.
Ao contrário do que já aconteceu com Magnussen, estes pilotos não foram chamados às boxes. Com isso, a aleta lateral de Pérez voo (felizmente um voo raso que não prejudicou ninguém), o espelho de Alonso também cedeu ficando no meio da reta oposta e a aleta de Russell aguentou-se a corrida toda.
A Haas (e bem) protestou os casos de Pérez e Alonso (cujas peças cederam) e o resultado foi uma penalização a Alonso. A situação de Pérez (inexplicavelmente) não mereceu a mesma visão por parte dos comissários. Temos aqui mais um caso de dois pesos e duas medidas. São casos similares em que elementos do monolugar cederam e colocaram em perigo os adversários e até o público. A única diferença foi que no caso de Pérez, o pedaço de carbono voou para fora de pista pouco depois e no caso do espelho de Alonso, ficou no meio da reta depois de várias voltas com a peça em mau estado.
Nunca poderemos ter uma direção de corrida que recolha a confiança de todos com este tipo de decisões. Seria uma pena não ver Alonso fazer a corrida espetacular que fez, mas o resultado final acaba por ser quase o mesmo, pois o esforço do espanhol num carro batido valeu zero pontos. Segundo o relatório da FIA, o carro de Alonso era inseguro por não ter um espelho. Significa isto que na próxima vez que um carro partir um espelho receberá ordem de regresso às boxes e acabará a corrida prematuramente? Ficamos à espera.
O que a Haas fez, foi dizer “nós já fomos obrigados a entrar nas boxes por causas similares”, enquanto a Red Bull e a Alpine (e até a Mercedes) não fizeram. No caso de Pérez, pelos vistos, a sorte foi da aleta ter-se soltado antes de ser tomada uma decisão e que depois disso o carro era seguro. Mas não deixa de ser algo injusto para a Haas que já teve de arruinar corridas no passado por não ter tido a mesma “sorte”. Na F1 quanto menos dependermos da sorte, melhor.
Mais uma vez a FIA não segue a mesma linha, não é coerente, apesar de cada caso ter de ser julgado em separado. Mas não podemos esquecer que é preciso consistência nas decisões, correndo-se o risco do clima de suspeição nunca mais terminar. Há um livro com regras a serem aplicadas e que devem ser aplicadas mesmo que o espetáculo seja prejudicado. Regras são regras e se as regras são dúbias, então devem ser reescritas. Mas sem isto, será difícil chegar a um clima de paz na F1.
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Vou voltar a repetir, e corrigir um pouco, o que escrevi acerca de 2h atrás em um outro post… Já pouco me apraz dizer mais alguma coisa a não ser… “E o Circo continua em todo o seu esplendor”… E se de dois (!) diretores para 2022 já afastaram um depois da última corrida, quantos sobram se afastarem o que restou?? 😂 Neste Circo que se transformou, literalmente, a Fábula 1 já não são dois pesos e duas medidas… Devem ser para aí uns 10 pesos e 10 medidas… Só falta mesmo servirem a pizza em relação ao avanço que… Ler mais »
É por estas e por outras “excesso de regras técnicas” que alteram a espetacularidade da F1…a sobranceria da R.Bull é pior do que a Ferrari de há 20 anos…