GP do Qatar de F1: agora a luta pelo Mundial de Construtores
As últimas duas semanas da temporada de Fórmula 1 levam o ‘circo’ de volta ao Médio Oriente, com a primeira paragem no Qatar. Embora o título de pilotos já esteja decidido (Max Verstappen foi coroado campeão pela quarta vez consecutiva), a luta pelo título de Construtores permanece em aberto. A McLaren está, neste momento, na liderança, mas com 103 pontos ainda em disputa, Ferrari e Red Bull ainda aspiram ao título.
Separadas por 13.000 quilómetros em linha reta e 11 horas de diferença horária, Doha e Las Vegas têm em comum o facto de serem corridas noturnas realizadas junto a grandes desertos. Porém, as semelhanças terminam aqui. No Nevada, os pilotos enfrentaram um circuito citadino com curvas de média e baixa velocidade, num cenário de temperaturas ambiente e de pista pouco acima dos 10 °C. No Qatar, por outro lado, a prova realiza-se num circuito permanente, com curvas de média-alta velocidade e temperaturas ambientes em torno dos 25 °C.
Relativamente aos pneus, somente o composto C3 é reutilizado de Las Vegas para Lusail. No entanto, no Qatar, os pneus enfrentam níveis de energia comparáveis aos de Suzuka e Silverstone, pelo que serão utilizados os compostos mais duros da gama de 2024: o C3 como Macio, o C2 como Médio e o C1 como Duro.
Esta será a terceira edição do Grande Prémio do Qatar, após eventos realizados em 2021 e 2023. No ano passado, o fim de semana ficou marcado por uma decisão da FIA que limitou a 18 o número máximo de voltas por conjunto de pneus durante a corrida, o que levou a que todos os pilotos realizassem três paragens nas boxes.
Esta decisão foi tomada após os engenheiros da Pirelli identificarem, nas análises habituais, a possibilidade de microfissuras nas laterais dos pneus. Estas fissuras eram causadas pelo impacto repetido nos corretores em algumas curvas do circuito.
Para evitar a repetição deste problema, a FIA e a Pirelli trabalharam em conjunto nos últimos meses. Os corretores em forma de pirâmide foram arredondados em sete das 16 curvas do circuito: as duas primeiras após a partida, as curvas 4 e 10, e as três entre as curvas 12 e 14, que eram as mais exigentes para as laterais dos pneus. Os engenheiros da Pirelli realizaram testes extensivos nos laboratórios de Milão, utilizando amostras dos novos corretores fornecidos pela FIA, além de analisarem pneus usados em testes recentes no circuito de Lusail, realizados com carros de gerações anteriores. Embora os pneus testados não fossem idênticos aos da gama de 2024, os dados recolhidos confirmaram os resultados das simulações e dos testes laboratoriais. Além disso, a FIA instalou faixas de gravilha ao lado de alguns corretores, de forma a desincentivar os pilotos de excederem os limites da pista em busca de ganhos de tempo.
Outro fator que marcou a corrida do ano passado foi a elevada humidade registada no domingo. Combinada com as altas temperaturas típicas de outubro no Qatar, estas condições colocaram os pilotos sob enorme stress físico. Alguns sentiram-se mal durante a prova devido ao calor no habitáculo, e um deles teve mesmo de abandonar. Este ano, a situação deverá ser mais favorável, uma vez que a corrida ocorre um mês mais tarde. Apesar disso, o episódio levou o Conselho Mundial da FIA a aprovar a introdução de sistemas de arrefecimento padronizados nos habitáculos para os Grandes Prémios mais quentes, a partir do próximo ano.
A elevada temperatura do asfalto de Lusail, que foi totalmente alterado antes do Grande Prémio do ano passado, poderá também contribuir para o graining dos pneus. No entanto, desta vez, por razões opostas às de Las Vegas. No Nevada, o graining foi causado pelo frio e pela falta de aderência, enquanto no Qatar poderá resultar da degradação térmica acentuada. Este fator poderá ter um impacto significativo nas estratégias de corrida, sendo difícil prever o comportamento dos pneus devido à escassez de precedentes para estas condições. Em 2021, alguns pilotos realizaram apenas uma paragem, enquanto outros, como Hamilton e Verstappen, que terminaram nos dois primeiros lugares, optaram por estratégias de duas paragens. Importa lembrar que, em 2021, os carros eram de uma geração anterior e utilizavam compostos de pneus diferentes dos atuais.
Nas duas edições anteriores do Grande Prémio do Qatar, Hamilton e Verstappen dividiram as vitórias e as pole positions. No entanto, Verstappen leva vantagem, com a volta mais rápida em ambas as ocasiões e um segundo lugar em 2021. Outros pilotos a subir ao pódio incluem Alonso, que terminou na terceira posição com a Alpine, em 2021, e Piastri e Norris, segundo e terceiro respetivamente no ano passado.
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