GP do Mónaco de F1: George Russell ‘vence’ no regresso da Mercedes ao 2º Pelotão

Por a 30 Maio 2022 18:56

A Mercedes voltou a cair no Segundo Pelotão em Monte Carlo, tendo uma jogada estratégica permitido a George Russell bater Lando Norris na luta pela primazia do segundo pelotão durante o Grande Prémio do Mónaco.

Depois de em Barcelona ter dado um claro passo em frente quanto ao entendimento do seu monolugar, a formação do construtor de Estugarda esperava nas ruas do Principado poder ameaçar a Ferrari e a Red Bull, as equipa que têm dominado a presente temporada.

Aguardava-se que fosse a Alfa Romeo, a Alpine e a McLaren as grandes protagonistas na luta pela superioridade atrás das “Três Grandes”.

No entanto, desde a primeira sessão de treinos-livres, este ano pela primeira vez na sexta-feira, que Lewis Hamilton e George Russell passavam por dificuldades com o comportamento do W13.

Na verdade, o “porpoising” extremo que tem afectado a equipa desde o início da temporada estava de volta, mas desta feita com uma particularidade.

Até agora eram questões aerodinâmicas a espoletar o efeito, mas no Mónaco com um carro demasiado duro ao nível da suspensão, não absorvendo os ressaltos normais de uma pista citadina, eram os desníveis das ruas monegascas a dar início ao fenómeno.

Tendo de procurar uma filosofia completamente diferente para a sua suspensão, sobretudo para a traseira, os técnicos da Mercedes nunca mais conseguiram encontrar uma solução que permitisse aos seus pilotos lutarem com os quatro homens da frente, o que os deixou na luta do Segundo Pelotão.

Problemas tinha também a Alfa Romeo com uma falha na unidade de potência do carro de Valtteri Bottas a impedi-lo de realizar mais de duas voltas na primeira sessão de treinos-livres do fim-de-semana, para além de algumas questões de travões também não ajudarem.

Num traçado em que os pilotos têm de ganhar confiança e com a equipa a precisar do “feedback” do finlandês para fazer evoluir as evoluções do C42, todo o fim-de-semana da formação que representa a marca de Arese ficou comprometido.

A Alpine tinha alguns problemas com as afinações na sexta-feira, mas acabaria por encontrar o caminho certo, ao passo que a McLaren desde cedo mostrava ser a principal candidata a surpreender um dos pilotos da frente, mas apenas com Lando Norris, uma vez que Daniel Ricciardo continuava a evidenciar problemas em tirar partido do seu monolugar – isto num circuito em que sempre se mostrou competitivo, vencendo a edição de 2018.

Como é habitual no Mónaco, dadas as características da pista, a preocupação de todos era a qualificação, até porque os pneus da Pirelli, apesar de serem os mais macios da gama, revelavam-se demasiado duros para as exigências das ruas de Monte Carlo, sendo em condições normais, uma estratégia de uma paragem o caminho a seguir sem dificuldades.

Neste exercício, Lando Norris foi o mais forte, ao assegurar o quinto lugar da grelha de partida, perdendo menos de dois décimos de segundo para Max Verstappen e superiorizando-se a George Russell por quase três.

O McLaren, nas mãos do piloto inglês, era uma arma fortíssima nas ruas monegascas e mais eficaz que o problemático Mercedes W13.

Fernando Alonso, que pouco antes da sessão ter sido interrompida devido ao incidente protagonizado por Sérgio Pérez e Carlos Sainz, batia em Mirabeau, queixando-se dos travões dianteiros demasiado frios, ficava entre os dois pilotos da equipa de Brackley.

Esteban Ocon regressava à Q3 pela primeira vez desde o Grande Prémio da Austrália, mas via-se batido por Sebastian Vettel, que com uma boa prestação elevava o seu difícil Aston Martin ao nono posto.

A Alfa Romeo, apesar da subida de forma progressiva de Valtteri Bottas, não chegava pela segunda vez este ano à Q3, assegurando o décimo segundo posto logo atrás de Yuki Tsunoda.

Até então, todo o fim-de-semana tinha sido disputado com pista seca e sob muito calor, mas havia previsões de chuva para o dia da corrida, o que poderia alterar todos os equilíbrios de força e, principalmente, tornar a corrida de setenta e oito voltas num desafio estratégico.

A manhã dominical manteve-se seca, até com alguns raios de sol, mas a quinze minutos da hora marcada para o arranque, a antecipada chuva começava a fazer-se sentir, e com a sua a insistência a aumentar, a partida foi atrasada dezasseis minutos, devido a uma falha de energia que afectou a direcção de prova.

Quando os carros saíram para a pista deram duas voltas atrás do Safety-Car, sendo a corrida imediatamente interrompida com a água a cair com maior intensidade, deixando a pista com zonas inundadas.

Seriam necessários mais quarenta minutos até que ação voltasse à pista.

Com a pista ainda bastante molhada, mas com tendência a secar, todos os pilotos recomeçaram a prova, atrás do Safety-Car, com pneus de chuva. A questão agora era acertar no momento certo para trocar de pneumáticos e qual o composto mais acertado – intermédios ou slicks.

Norris, que manteve o comando do Segundo Pelotão, estava mais confortável nas condições que se faziam viver que Russell e conseguia abrir uma vantagem de quase três segundos para o seu conterrâneo da Mercedes.

Porém, ambos adotaram estratégias diferentes, optando o jovem da McLaren por entrar nas boxes para montar intermédios quando estavam cumpridas dezassete voltas, ao passo que Russell, estendia a sua permanência com borrachas de chuva até a pista estar pronta para slicks.

Os pneus marcados a verde eram bastante mais rápidos, mas com o asfalto a secar rapidamente, a janela para que estes fossem a opção certa era diminuta e, quatro voltas depois, o piloto da Mercedes parava para montar slicks duros, ficando em vantagem estratégica face a Norris, que não conseguiu ganhar vantagem suficiente para realizar uma paragem extra, para slicks, na vigésima segunda volta, e recuperar o comando do segundo pelotão.

Na verdade, o piloto da McLaren saiu das boxes à frente do seu rival, mas este, com os pneus mais quentes, conseguiu suplantá-lo com facilidade na subida para o Casino, o que o deixou com uma vantagem definitiva.

A corrida seria ainda interrompida devido ao despiste violento de Mick Schumacher na saída das Piscinas, mas isso não traria qualquer alteração à corrida destes dois pilotos. Norris, com uma vantagem enorme para Alonso, que estava a dosear o seu andamento para evitar o granulamento dos pneus médios que montara durante a bandeira vermelha provocada pelo piloto da Haas, passou mais uma vez pelas boxes, mas apesar do seu ritmo, que lhe valeu a volta mais rápida da corrida, nada podia fazer quanto a Russell, que terminou em quinto e venceu o Segundo Pelotão. Uma magra consolação para quem depois de Espanha esperava poder lutar pelos lugares do pódio.

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