GP do Mónaco de F1: 5 histórias do paddock

O paddock do Grande Prémio voltou a ter rumores e boatos, tendo pilotos, motores, trocas de staff e caixas de velocidades dominado as conversas…

Nega ao ex-patrão

Toto Wolff tentou colocar Mick Schumacher no lugar de Logan Sargeant, na Williams, mas James Vowles não se mostrou interessado na troca de pilotos proposta pelo seu antigo patrão.

O piloto americano não tem tido uma estreia na Fórmula 1 brilhante, sendo batido exemplarmente por Alex Albon, sendo um dos únicos dois pilotos que ainda não somaram qualquer ponto.

A falta de resultados de Sargeant terá levado Wolff a questionar Vowles sobre a possibilidade de o substituir por Schumacher, que presentemente é terceiro piloto da Mercedes, tendo faltado à sexta-feira do Grande Prémio do Mónaco para realizar trabalho de simulador para a equipa.

No entanto, o antigo estratega dos ‘Flechas de Prata’ mostrou-se indisponível para aceder à vontade do seu ex-patrão.

Os responsáveis da Williams acreditam no potencial do piloto que foi formado na academia da equipa, tendo passado até agora por circuitos que desconhecia completamente, o que não ajudou a sua causa. Para além disso, Sargeant tem a nacionalidade certa, americana, o mercado onde a Fórmula 1 mais cresce, sendo ainda a mesma do grupo que detém presentemente a formação de Grove – a Dorilton Capital.

Caixa de velocidades no meio de negociações

O regulamento técnico de 2026 estão a ser discutidos e existem alguns pontos em que há pouco consenso, sendo um deles as caixas de velocidades.

Presentemente, este componente não é propriamente um diferenciador de performance, sendo antes uma fonte de problemas, uma vez que não podendo fazer a diferença em pista, pode ser a causa de um abandono.

Por este motivo, existe quem defenda que as caixas de velocidade deveriam ser uniformizadas e disponibilizadas por um fornecedor externo a todas as equipas.

Segundo alguns relatos, esta medida permitira uma economia de cerca de cinco milhões euros, o que representa um pouco menos de 5% do valor permitido pelo Tecto Orçamental atual.

A Aston Martin parece ser quem está por detrás desta intenção, uma vez que atualmente compra caixas de velocidades à Mercedes, mas com o seu acordo com a Honda para 2026 terá de construir a sua ou encontrar quem a faça para si.

No entanto, a uniformização das caixas de velocidade seria algo que iria contra o espírito da Fórmula 1, uma vez que uma coisa será uniformizar rádios, jantes, sensores, etc, outra é uniformizar componentes tão importantes como a caixa de velocidades.

Alpine vai mesmo mudar

Laurent Rossi fez críticas duras a Alpine durante o Grande Prémio de Miami e parece que vão mesmo ocorrer alterações na estrutura da formação de bandeira gaulesa.

A equipa de Enstone teve um início de temporada difícil que foi aliviado pelo pódio de Esteban Ocon no Grande Prémio do Mónaco, mas isso não impedirá algumas transformações que serão realizadas por Otmar Szafnauer.

Para já, desconhece-se qual será a área que será alvo de mudanças, mas olhando para as performances da Alpine ao longo deste ano, parece ser a equipa de corridas o ponto mais débil, uma vez que o A523 mostra algum potencial, que nem sempre é explorado devidamente em pista.

Alan Parmane é o diretor desportivo da equipa de cariz francês, estando na estrutura há longuíssimos anos, devendo o seu posto estar seguro, mas poderá haver alterações ao nível dos engenheiros de performance que tentam dar a Ocon e a Pierre Gasly carros o mais bem afinados possível.

Meckies pressiona Horner

A potencial contratação de Laurent Meckies por parte da AlphaTauri está a criar alguns problemas à Red Bull, que poderá ter de ceder alguns engenheiros para que o francês possa rumar a Faenza.

Frédéric Vasseur ficou fulo com o anúncio sem o aval da Ferrari de que Meckies seria o chefe de equipa da formação B da Red Bull, mas o gaulês está a virar a situação a favor da ‘Scuderia’.

O atual diretor desportivo da estrutura de Maranello tem ainda contracto com o seu atual empregador e só com o aval deste poderá sair mais cedo e iniciar a restruturação da AlphaTauri, que está a ser supervisionada por Christian Horner.

Para poder ceder Meckies, Vasseur quer que a Red Bull lhe permita contractar com efeitos imediatos dois engenheiros com quem a Ferrari já tem acordos com o intuito destes participarem no projecto do carro do próximo ano, ao invés de passarem pelo normal período de nojo.

A situação tem estado bloqueada, tendo havido uma reunião entre John Elkann e Horner durante o Grande Prémio do Mónaco, desconhecendo-se se foi alcançado um acordo.

Aston Martin paga a Honda?

O acordo entre a Aston Martin e a Honda poderá não ser tão ‘oficial’ como parece no papel, podendo ser um acordo com custos para Lawrence Stroll.

Poucos dias antes do Grande Prémio do Mónaco a formação de Silverstone e o construtor japonês anunciaram que seriam parceiros a partir de 2026, tornado a Aston Martin a equipa oficial da Honda.

Normalmente, nestes casos o fornecedor de motores cede os seus produtos gratuitamente e, ocasionalmente, fortalece até o budget da equipa em questão, como foi o caso da McLaren quando usava unidades de potência da Honda, que recebia cerca de cem milhões de euros por ano dos japoneses. No entanto, no caso da Aston Martin, de acordo com os rumores que circulavam em Monte Carlo, Lawrence Stroll terá de desembolsar alguns milhões para ter o privilégio de ser a equipa oficial da Honda, não havendo valores, para já.

FOTOS Martin Trenkler e Philippe Nanchino