GP do Brasil F1: Notas AutoSport (Parte I)
O GP do Brasil foi a prova que Interlagos deve permanecer no calendário durante muitos anos. O ambiente de paixão nas bancadas, o traçado da pista, entre outros fatores, são motivos mais que suficientes para que a conversa de Interlagos deixar de receber a F1 não faça sentido nenhum. É deste tipo de palcos que a F1 necessita e a corrida mostrou que se houve algo que foi raro em 2018, foram corridas aborrecidas.
Mercedes – Mais um penta para a coleção
A força e a capacidade da Mercedes desde 2014 deve ser enaltecida. É muito fácil apontar o dedo e dizer que ganham porque têm o melhor carro. Mas foi preciso inspiração, trabalho árduo e dedicação para desenhar uma máquina dominante e que tal se repetisse por cinco vezes. A Mercedes teve este ano o maior desafio desde o início da era turbo-híbrida e mais uma vez saiu vitoriosa. A Ferrari voltou a ameaçar e desta vez com mais intensidade, mas os Flechas de Prata conseguiram responder ao desafio de forma convincente. Foi talvez o pior ano a nível das decisões desportivas, mas a equipa soube sempre responder com garra e determinação a todos os desafios. É assim mais um título merecido para esta estrutura que continua a ser uma das mais fortes da F1. Quanto à corrida, tiveram a sorte do seu lado. Bottas teve mais uma corrida à imagem de 2018… andamento comprometido pela estratégia (teve sempre dificuldades com os pneus) e sem argumentos para aguentar os adversários. Mais um dia menos positivo para o finlandês que deve estar mortinho por acabar esta época. Já Hamilton teve a sorte do seu lado. Apesar do ritmo diabólico de Verstappen e dos problemas na unidade motriz do seu Mercedes, conseguiu subir ao primeiro lugar, pela décima vez este ano, graças à falta de juízo de Ocon e de Verstappen. Venceu na terra do seu ídolo e deu o prémio merecido à sua equipa… festejar o título de construtores com mais uma vitória, sem esquecer a 100ª pole para a Mercedes. A sorte dá muito trabalho e em Interlagos tivemos a confirmação dessa máxima, apesar de não ter sido um fim de semana como tantos outros… dominado de início a fim.
Lewis Hamilton: Nota 8
Valtteri Bottas: Nota 6
Mercedes: Nota 8
Red Bull – Se Max tivesse sido mais cuidadoso…
Max Verstappen é um piloto com um talento fantástico. Irá certamente fazer as delícias dos fãs que o apoiam e dar muitas dores de cabeça a quem não gosta dele. Verstappen fez o que tem feito nesta ultima metade de época… Conduzir de forma sublime e mostrar que tem talento para ser um dos grandes nomes do futuro (já o é na atualidade), O único pormenor que não correu tão bem foi o encontro com Esteban Ocon. O francês não quis saber da posição do #33 e forçou uma ultrapassagem de formam algo desnecessária, assim como foi desnecessária a forma como Verstappen abordou a curva 2. Se tivesse alargado um pouco a trajetória estaríamos aqui a falar de uma vitória fantástica do jovem da Red Bull. Assim Max ficou com uma grande azia, provavelmente a maior da sua carreira até agora. A Red Bull apostou desde cedo na corrida, acertou na afinação dos seus carros e o andamento que Verstappen colocou em pista foi a prova disso. Superou a forte concorrência da Ferrari e da Mercedes e estava a caminho de uma brilhante vitória, talvez a mais brilhante do seu CV até agora. Ficou um amargo de boca. Ricciardo também mostrou que poderia ter sido uma tarde de sonho para a Red Bull. Mostrou novamente a sua espetacular aptidão para ultrapassagens e conseguiu subir muitas posições. Se não fosse a penalização, talvez pudesse lutar por um merecido pódio.
Max Verstappen: Nota 9
Daniel Ricciardo: Nota 8
Red Bull: Nota 9
Ferrari – a confirmação do inevitável
Tornou-se inevitável a partir do meio da época, mas a Ferrari teve condições levar esta luta até ao fim e vencer. Bastavam 13 pontos para a Mercedes ser campeã, mas a Scuderia não baixou os braços e tentou tudo para, pelo menos, adiar a festa, tarefa complicada. No domingo não tiveram andamento para os homens da frente e valeu Raikkonen, mais uma vez no pódio (12ª vez este ano!) a salvar a tarde. Vettel terá tido um problema num sensor que tornou a sua tarde num pesadelo e o seu carro numa dor de cabeça de guiar. Mais um fim de semana penoso para Vettel que voltou a ter um problema fora do comum com a sua reação nas pesagens durante a qualificação. Destaque para Raikkonen a fazer uma bela época e a confirmar que ainda tem uns truques na manga que serão certamente muito uteis na Sauber. A Ferrari não chegou onde queria, mas considerar esta época um fracasso seria demasiado injusto para tanto trabalho feito pela equipa. 2018 foi uma lição dura, mais dura que a de 2017, mas quem sabe será a base para os sucessos do futuro. A equipa falhou nos momentos cruciais (mais uma vez) e terá de saber tirar as devidas ilações.
Kimi Raikkonen: Nota 8
Sebastian Vettel: Nota 7
Ferrari: Nota 7
Sauber – Leclerc cada vez menos uma promessa
Bastava aquilo que fez na qualificação para ser um dos destaques do fim de semana, mas o francês não desperdiçou a sua posição na largada e conseguiu ser o melhor do “campeonato B” um lugar que seria impensável para a maioria no início da época. Charles Leclerc mostrou maturidade, talento e compostura em doses assinaláveis para a sua jovem idade. É claramente uma estrela do futuro e a Ferrari tem ali um diamante para lapidar. A Sauber esteve muito bem e foi pena que Marcus Ericsson não conseguisse dar seguimento à excelente prestação na qualificação. Um toque no início da corrida tornou o seu monolugar demasiado difícil de guiar e obrigou a desistência. Merecia mais.
Charles Leclerc: Nota 9
Marcus Ericsson: Nota 7
Sauber: Nota 9
Haas – Excelente prestação dos pilotos
Se a Haas tinha ainda dúvidas de ter feito bem em renovar com a atual dupla de pilotos, essas dúvidas terão sido dissipadas no último fim de semana. Apesar do toque e dos danos no carro, Romain Grosjean conseguiu um oitavo posto, seguido de Kevin Magnussen que recuperou várias posições, tendo largado de 11º, num fim de semana que ele rotulou de limitação de danos. A Haas não tem tido o final de época que desejaria e a luta pelo quarto posto nos construtores é praticamente impossível, mas fica o registo de uma estrutura que este ano cresceu muito e que apresentou um nível competitivo muito interessante para uma equipa com apenas três anos.
Romain Grosjean: Nota 8
Kevin Magnussen: Nota 8
Haas: Nota 7
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